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Estado de Minas Efeitos da pandemia

Fim do distanciamento social pode provocar 's�ndrome da cabana'

Profissionais sugerem busca de ajuda em casos dif�ceis


18/10/2020 15:26 - atualizado 18/10/2020 16:24

(foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
(foto: Rovena Rosa/Ag�ncia Brasil)

O retorno � rotina antes da pandemia de COVID-19, a flexibiliza��o das medidas protetivas, o fim do isolamento ou do distanciamento social podem causar em algumas pessoas um fen�meno que os psic�logos chamam de "s�ndrome da cabana".

Apesar do nome, n�o � uma doen�a e nem � considerado transtorno mental, mas um acometimento, um estresse adaptativo entre pessoas que possam passar por dificuldades emocionais ao ter que sair do estado de retiro em sua casa e voltar �s atividades presenciais no trabalho, �s compras no com�rcio ou tenham que comparecer a uma reparti��o p�blica, como uma ag�ncia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

"Eu tenho pacientes que ainda est�o muito angustiados por n�o ter vacina contra a COVID e a vida estar voltando � rotina de trabalho", relata a psic�loga C�lia Fernandes, de Bras�lia, acostumada a lidar com demandas provocadas por medo e ang�stia.

A express�o "s�ndrome da cabana" tem origem no in�cio do s�culo 20 e serviu para relatar viv�ncias de pessoas que ficavam isoladas em per�odos de nevasca no Hemisf�rio Norte e que depois tinham que retomar o conv�vio. Tamb�m acometia ca�adores profissionais que se embrenhavam nas matas no passado e, no presente, pode afetar trabalhadores que est�o sempre afastados em raz�o do of�cio, como por exemplo os empregados em plataformas de petr�leo.

Fora de controle


"Todo tipo de isolamento pode desencadear a s�ndrome, principalmente se � um per�odo extenso e que est� ligado ao medo. N�o � s� o fato de estar em casa por longos per�odos, mas a sensa��o de que l� fora tem algo desconhecido que pode infectar, matar ou adoecer", contextualiza D�bora Noal, tamb�m psic�loga em Bras�lia.

A psic�loga Ana Carolina de Araujo Cunto, do Rio de Janeiro, explica que o momento de suspens�o do distanciamento pode ser desafiador para algumas pessoas. "Essa transi��o de sair do ambiente confort�vel, e controlado, para o mundo l� fora pode soar como uma coisa amea�adora, assustadora. A pessoa pode sim ter dificuldade em retomar essas atividades e sofrer."

"Sair n�o � mais natural como antes. As pessoas saiam de casa, estavam na rua e pronto. Agora n�o, t�m que se preocupar com a m�scara, t�m que se preocupar em ter o distanciamento f�sico das pessoas. N�o podem tocar nas coisas. Devem lavar as m�os ou passar �lcool em gel. Verificar se est�o sentadas em um lugar perto de ventila��o. Ficamos em um estado de alerta constante", descreve Cunto.

Para as pessoas com s�ndrome da cabana, a casa � o melhor lugar para estar, explica a psic�loga: "quando o mundo l� fora passa a ser amea�ador, seja por quais raz�es forem, a casa representa um lugar de prote��o. Onde me sinto bem, onde estou protegido e onde consigo ter o controle das coisas."

Para ela, a casa representa o ref�gio, o conforto, a sensa��o de prote��o, cuidado e acolhimento. "� como se houvesse l� fora esse desconhecido que n�o posso ver, que no caso � o v�rus, aquilo que n�o posso ter certeza, se tem algu�m contaminado", acrescenta D�bora Noal.

Aten��o na retomada

A retomada das atividades pode ser pouco produtiva no momento inicial. As psic�logas orientam para que as pessoas fiquem atentas aos sinais de ansiedade, medo e at� p�nico. Pode haver desconfortos como taquicardia, sudorese e dificuldade de dormir. O apetite pode mudar, desde a perda da fome at� a ingest�o de maior n�mero de alimentos.

As psic�logas orientam que cada pessoa mensure o seu estresse adaptativo. Se for muito dif�cil a retomada, tente se lembrar das estrat�gias que usou para outros desafios, busque apoio em sair de casa em sua "rede socioafetiva", formada por familiares, amigos e vizinhos, e se tiver f�, acione a espiritualidade.

Uma sugest�o � sair de casa junto com algu�m em que confie e que tamb�m se previna contra a COVID-19. Outra dica � ensaiar a sa�da, iniciando com uma descida at� a portaria do pr�dio ou ao port�o da casa. Depois, em outro momento, alguns passos na rua, e mais adiante, passeios maiores para restabelecer a confian�a.

Caso isso n�o seja suficiente, as psic�logas sugerem que as pessoas busquem atendimento especializado em consult�rio. "Para compreender as rea��es, como elas se d�o e quais s�o as ferramentas que ela pode utilizar para enfrentar", diz D�bora Noal.

"Se a pessoa perceber que n�o est� conseguindo ultrapassar suas dificuldades, e que isso se tornou uma coisa maior e paralisante, a ponto de n�o conseguir cumprir com as atividades fora de casa, ent�o acende uma luzinha de que precisa olhar para isso com mais cautela. Se n�o consegue fazer isso sozinha, � recomendado que busque uma terapia para conseguir entender se tem alguma raiz mais profunda", acrescenta Ana Carolina Cunto.


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