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Estado de Minas Brasil

Culpa do coronav�rus? Vacina��o de outras doen�as est� prejudicada

A cobertura vacinal caiu em todo o pa�s. Especialista alerta para a import�ncia de manter o calend�rio em dia para todos


13/12/2020 04:00 - atualizado 13/12/2020 07:55

Renata Antunes, de 37 anos, mantém a caderneta de vacinação da filha, Helena, de 3, em dia(foto: Edésio Ferreira/em/d.a press )
Renata Antunes, de 37 anos, mant�m a caderneta de vacina��o da filha, Helena, de 3, em dia (foto: Ed�sio Ferreira/em/d.a press )

Seja pelo receio de sair de casa para buscar institui��es de sa�de, devido ao coronav�rus, ou diante de movimentos que andam no sentido contr�rio, as vacinas para diferentes doen�as n�o est�o sendo t�o procuradas em Minas Gerais e no Brasil como um todo, mesmo com campanhas recentes de multivacina��o.

A caderneta de vacina��o tem registrado cada vez mais lacunas, e essa � uma realidade vivenciada tamb�m em outros pa�ses.

Segundo o Minist�rio da Sa�de, as baixas na cobertura vacinal em muito se devem � falsa sensa��o de seguran�a causada pela diminui��o ou aus�ncia de doen�as imunopreven�veis, o desconhecimento da import�ncia da vacina��o por parte da popula��o mais jovem (que cresceu com algumas doen�as erradicadas), e as falsas not�cias veiculadas, especialmente nas redes sociais, que incitam muitas vezes o medo de eventos adversos, refor�ando supostos malef�cios que as vacinas podem provocar � sa�de.
 
No Brasil, o Programa Nacional de Imuniza��es (PNI), do Minist�rio da Sa�de, segue com as a��es de vacina��o, respeitando medidas de seguran�a quanto � COVID-19.

Mesmo com a pandemia, foram mantidas, por exemplo, as estrat�gias de imuniza��o contra o sarampo entre pessoas de 20 a 49 anos.

Acabam de ser realizadas tamb�m as campanhas nacionais de vacina��o contra a poliomielite e de multivacina��o, nesse caso para atualizar a situa��o vacinal de crian�as e adolescentes menores de 15 anos.

O PNI existe h� 47 anos e atualmente oferece 18 vacinas no Calend�rio Nacional de Vacina��o de Crian�as e Adolescentes, sete para adultos e cinco para idosos, disponibilizadas gratuitamente nas salas de vacina��o do SUS.

A hesita��o em vacinar � apontada pela OMS e o Fundo das Na��es Unidas como um problema global. De acordo com estudos, a probabilidade de uma crian�a ser totalmente imunizada com todas as vacinas recomendadas at� os 5 anos de idade � inferior a 20%.

Em 2019, quase 14 milh�es de crian�as no mundo n�o receberam as vacinas oferecidas para essa faixa et�ria.

Em Minas Gerais, dados da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG) d�o conta de que, na avalia��o mais recente, considerando a faixa et�ria de at� 4 anos de idade, a segunda dose da vacina tr�plice viral, que protege contra sarampo, rub�ola e caxumba, e a segunda dose da vacina de poliomielite, para preven��o da paralisia infantil, s�o as que apresentam taxas de cobertura vacinal mais baixas.

RISCO DE RETORNO 


No Peru, por exemplo, o Minist�rio da Sa�de confirmou o primeiro caso de difteria no pa�s, ap�s 20 anos de sumi�o da doen�a. No fim de outubro, foi lan�ado um alerta epidemiol�gico nacional.

Para o epidemiologista Jos� Geraldo Leite Ribeiro, assessor de vacinas do Grupo Pardini, � triste ver casos de doen�as que tinham sumido e est�o retornando, principalmente porque existem vacinas para elas.

O m�dico alerta sobre a import�ncia da preven��o e de manter o calend�rio de vacina��o em dia para todas as pessoas, sejam crian�as, adultos, gestantes, ou idosos.

Em tempo de pandemia, o cuidado deve ser refor�ado. De acordo com dados do PNI, a meta anual � vacinar de 90% a 95% das crian�as no Brasil. De janeiro a julho de 2020, no entanto, o �ndice n�o passou de 61%.

Para voltar gradualmente � rotina, Jos� Geraldo cita algumas vacinas fundamentais: a rotav�rus, que previne contra tipos de rotav�rus, causadores de diarreia e desidrata��o, especialmente em crian�as; tr�plice viral, para sarampo, caxumba e rub�ola, indicada a partir de 1 ano de vida, com recomenda��o especial sobre uma dose extra entre 6 e 12 meses de idade, devido � circula��o do v�rus no Brasil, com risco de acometer os beb�s com formas graves ou at� morte; vacinas combinadas como hexavalente e pentavalente, que protegem contra difteria, t�tano, coqueluche, Haemophilus influenzae b, hepatite B e poliomielite inativada; e febre amarela, para todos os brasileiros a partir de 9 meses de vida.

Al�m disso, para quem pretende viajar no ver�o, � recomendado verificar, com anteced�ncia, se a regi�o do Brasil ou o pa�s de destino exigem medidas extras de prote��o e cuidado.

“Certifique-se de que o local de destino n�o tem nenhuma doen�a de ocorr�ncia usual ou algum surto epid�mico”, afirma Jos� Geraldo.

CART�O COMPLETO  


A comerciante Renata Antunes, de 37 anos, esteve em um posto de sa�de em BH para levar a filha, Helena, de 3, para receber uma dose da vacina contra a poliomielite.

O cart�o de vacina��o da menina est� completo. A irm� de Helena, Cec�lia, de seis meses, tamb�m est� com as vacinas em dia.

"A vacina � o que faz as doen�as acabarem. Tenho esse cuidado de trazer para vacinar e fa�o a minha parte. � um orgulho ver o cart�o delas todo preenchido."

O engenheiro civil Elvis Fredi Motta, de 60, � rigoroso quando o assunto � cuidar da sa�de. A vacina � um compromisso que segue � risca desde crian�a.

Para quem conviveu com a paralisia, a catapora, o sarampo e viu essa realidade, de crian�as com defici�ncia, ou morrendo, em suas palavras, o que fica � uma li��o. "Os surtos nas escolas, por exemplo, eram algo brutal", lembra.

Elvis n�o perde a data de nenhuma vacina e diz que tamb�m fica atento quando novas vacinas s�o incorporadas ao calend�rio. "Fa�o todos os refor�os, sempre nas datas previstas.

� imprescind�vel para prevenir doen�as e suas sequelas, principalmente entre aquelas para as quais n�o h� rem�dios, ter uma vida mais saud�vel e uma melhor expectativa de vida.

A vacina � tamb�m uma quest�o coletiva, um cuidado com o outro, para proteger a sociedade. Uma grande conquista."

Em rela��o � popula��o mais velha, aten��o redobrada. Coordenadora m�dica do Hermes Pardini, Melissa Palmieri adverte que, com a flexibiliza��o do isolamento social, e a retomada do contato com os idosos, � imprescind�vel cuidar da sa�de deles.

“O idoso tende a ter a imunidade mais baixa e uma resposta de defesa mais deficiente para algumas doen�as. Por isso n�o podemos descuidar do calend�rio de vacina��o. Hoje, existe atendimento em domic�lio, drive thru, al�m de processos rigorosos de seguran�a em postos, cl�nicas e laborat�rios. A COVID-19 n�o pode mais ser fator para afast�-los da preven��o”, diz.
 

DE OLHO NA PROTE��O

 

Coordenadora m�dica do Hermes Pardini, Melissa Palmieri ensina que, para quem tem viagem marcada nas f�rias, na maioria dos casos � importante que a vacina seja realizada de 10 a 15 dias antes da viagem, tempo necess�rio para a produ��o de anticorpos.

» T�TANO: feriados e f�rias s�o o per�odo em que as pessoas saem da zona de seguran�a, fazem atividades que n�o est�o acostumadas, tentam algum esporte novo, exploram locais diferentes e, portanto, o risco de um acidente com ferimento em pele e exposi��o ao t�tano fica muito elevado.

» HEPATITE A: como o v�rus � transmitido pela ingest�o de �gua e alimentos contaminados, os casos da doen�a podem aumentar no ver�o. O v�rus da hepatite A pode, ainda, se alojar no gelo. Aquela raspadinha na praia ou a caipirinha com gelo podem representar um perigo � sa�de de quem n�o est� imunizado.

» FEBRE AMARELA: todo territ�rio nacional virou �rea de risco para a recomenda��o da vacina de febre amarela e o Certificado Internacional de Vacina��o contra a doen�a � exigido para entrada em diversos pa�ses. Essa vacina deve ser realizada em at� 10 dias antes da viagem internacional.

» FEBRE TIFOIDE: doen�a infectocontagiosa comum na Am�rica Latina, Oceania, �frica e sul da �sia, causada por um dos tipos da bact�ria salmonella e transmitida por alimento e �gua contaminados. Est� mais presente em �reas com condi��es prec�rias de saneamento, higiene pessoal e ambiental. A vacina � recomendada para quem viaja para regi�es onde a incid�ncia � alta.

» MENINGITE TIPOS ACWY e B: a vacina��o contra a meningite � importante, n�o tanto pela incid�ncia da doen�a, mas pela gravidade e alto �ndice de letalidade. Sem tratamento adequado, pode levar � morte em menos de 24 horas. Se a ideia � viajar para regi�es afastadas, com pouca ou nenhuma estrutura de sa�de, n�o h� por que correr risco.

» ZIKA, DENGUE E CHIKUNGUNYA: o per�odo de chuva, associado ao calor, favorece a prolifera��o do Aedes aegypti. Existem regi�es onde o mosquito est� mais presente. Se for viajar para essas �reas, use repelente e reforce a aplica��o ao amanhecer e ao entardecer. A vacina contra a dengue s� � feita em pessoas anteriormente infectadas, visando proteg�-las das formas graves da doen�a. Ela est� dispon�vel nos servi�os privados para o p�blico entre 9 e 45 anos. S�o recomendadas tr�s doses (0, 6 e 12 meses).


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