
Com tantas op��es de m�scaras como equipamentos de prote��o individual contra a COVID-19, voc� tem certeza que a sua m�scara � realmente eficiente?
De acordo com o pesquisador da Universidade de Vermont e membro do Observat�rio COVID-19BR Vitor Mori, existe uma s�rie de crit�rios a serem observados para, de fato, validar a seguran�a e efic�cia. Entre os principais est�o a veda��o e filtragem.
De acordo com o pesquisador da Universidade de Vermont e membro do Observat�rio COVID-19BR Vitor Mori, existe uma s�rie de crit�rios a serem observados para, de fato, validar a seguran�a e efic�cia. Entre os principais est�o a veda��o e filtragem.
Al�m disso, a capacidade de cada equipamento de filtrar as part�culas emitidas na fala, tosse e espirro precisa ser segura. Assim sendo, Vitor Mori elenca os tr�s tipos mais eficientes: a PFF2, ou como � mais conhecida N95, as m�scaras cir�rgicas e as feitas de pano.
“A N95, ou PFF2 como � chamada no Brasil, tem como padr�o filtrar 94% das part�culas de at� 0,3 microns, que s�o part�culas mais dif�ceis de serem filtradas. Para ilustrar, as part�culas muito grandes s�o interceptadas pelas fibras do tecido da m�scara e as muito pequenas, como s�o leves e seguem um movimento difuso, tamb�m s�o facilmente capturadas. Mas nessa faixa de 0,3 j� � um pouco mais dif�cil, e � nesse tamanho que a gente define a efici�ncia da m�scara”, elucida o pesquisador, que declara, ainda, ser esse modelo – o PFF2 –, “de longe”, mais eficiente.
Quanto aos outros dois tipos – as m�scaras cir�rgicas e as de pano, mais comuns –, Vitor Mori explica que a efici�ncia mais tem a ver com a forma como o equipamento est� ajustado ao rosto do que com a sua capacidade de filtragem.
Segundo o especialista, nada adianta um filtro eficiente se h� buracos nos lados e na parte de cima da m�scara para que o ar saia, visto que se sabe que junto s�o expelidas got�culas. “Voc�, por exemplo, ao estar usando uma m�scara cir�rgica muito folgada, estar� menos seguro do que com uma m�scara de pano que est� bem ajustada”, justifica.
Segundo o especialista, nada adianta um filtro eficiente se h� buracos nos lados e na parte de cima da m�scara para que o ar saia, visto que se sabe que junto s�o expelidas got�culas. “Voc�, por exemplo, ao estar usando uma m�scara cir�rgica muito folgada, estar� menos seguro do que com uma m�scara de pano que est� bem ajustada”, justifica.
"Em locais fechados e aglomerados, como ve�culos p�blicos lotados, � mais complicado, porque nos transportes p�blicos n�o tem filtra��o de ar adequada e as pessoas ficam falando. Talvez, a pessoa que tenha alguma comorbidade ou mora com pessoa que � do grupo de risco e tem que se expor, pegar transporte p�blico ou estar em locais de risco, vale usar a PFF2. Mas � necess�rio usar com muita parcim�nia e muito cuidado, e lembrar que ela pode ser reutilizada por pessoas que est�o fora do ambiente hospitalar para que ela n�o esteja em falta para os profissionais"
Vitor Mori, pesquisador da Universidade de Vermont e membro do Observat�rio COVID-19BR
Com boa veda��o e filtragem, tudo certo. Mas como saber se a m�scara ser� eficiente e se ela est� bem ajustada ao rosto? Segundo Vitor Mori, para verificar o ajuste, basta observar se tem vazamento de ar pelos lados ou por cima quando se usa a m�scara.
Quanto menos vazamento, melhor. Quanto � efic�cia, principalmente das m�scaras de pano, o pesquisador ensina: “um primeiro teste � ver a m�scara contra a luz. Se voc� ver muito a luz passando pelas malhas, � sinal de que � melhor pegar uma m�scara um pouco mais grossa”.
Quanto menos vazamento, melhor. Quanto � efic�cia, principalmente das m�scaras de pano, o pesquisador ensina: “um primeiro teste � ver a m�scara contra a luz. Se voc� ver muito a luz passando pelas malhas, � sinal de que � melhor pegar uma m�scara um pouco mais grossa”.
“Um segundo teste �: usando a m�scara, tente soprar uma vela, f�sforo ou isqueiro. Se for muito f�cil apagar o fogo � melhor pegar uma m�scara mais grossa. E, assim, a m�scara deve ter ao menos duas camadas e idealmente tr�s ou mais”, completa.
Vai sair? Use a m�scara indicada para cada situa��o
Vitor Mori explica, ainda, que, ao sair de casa, seja para locais mais arriscados ou n�o, o uso de m�scaras precisa levar em conta crit�rios mais espec�ficos, haja vista a import�ncia de se avaliar a situa��o de maneira conjunta e ampla.
“N�o � s� olhar a m�scara e pronto. � muito importante que se evite espa�os fechados, mal ventilados e aglomerados, lembrando sempre que a transmiss�o � principalmente pelo ar. Por isso, locais fechados, como bares e restaurantes, mal ventilados e todo mundo falando alto sem m�scara s�o locais de risco maior”, explica.
“N�o � s� olhar a m�scara e pronto. � muito importante que se evite espa�os fechados, mal ventilados e aglomerados, lembrando sempre que a transmiss�o � principalmente pelo ar. Por isso, locais fechados, como bares e restaurantes, mal ventilados e todo mundo falando alto sem m�scara s�o locais de risco maior”, explica.
Nesse cen�rio, o pesquisador destaca que, dependendo do local a ser frequentado, determinadas m�scaras podem ser mais indicadas.
“Nas atividades ao ar livre, espa�os bem ventilados e n�o aglomerados, uma m�scara de pano ou cir�rgica bem ajustada e bem fixa no rosto j� � o suficiente. Mas, lembrando sempre da import�ncia de certificar a veda��o. Agora, para locais de grande risco, como ambientes hospitalares, � fundamental que se tenha a m�scara PFF2 bem ajustada junto com outros equipamentos de prote��o individual.”
“Nas atividades ao ar livre, espa�os bem ventilados e n�o aglomerados, uma m�scara de pano ou cir�rgica bem ajustada e bem fixa no rosto j� � o suficiente. Mas, lembrando sempre da import�ncia de certificar a veda��o. Agora, para locais de grande risco, como ambientes hospitalares, � fundamental que se tenha a m�scara PFF2 bem ajustada junto com outros equipamentos de prote��o individual.”
Em locais fechados e aglomerados, como ve�culos p�blicos lotados, � mais complicado, porque nos transportes p�blicos n�o tem filtra��o de ar adequada e as pessoas ficam falando.
"Talvez, a pessoa que tenha alguma comorbidade ou mora com pessoa que � do grupo de risco e tem que se expor, pegar transporte p�blico ou estar em locais de risco, vale usar a PFF2. Mas � necess�rio usar com muita parcim�nia e muito cuidado, e lembrar que ela pode ser reutilizada por pessoas que est�o fora do ambiente hospitalar para que ela n�o esteja em falta para os profissionais”, orienta.
"Talvez, a pessoa que tenha alguma comorbidade ou mora com pessoa que � do grupo de risco e tem que se expor, pegar transporte p�blico ou estar em locais de risco, vale usar a PFF2. Mas � necess�rio usar com muita parcim�nia e muito cuidado, e lembrar que ela pode ser reutilizada por pessoas que est�o fora do ambiente hospitalar para que ela n�o esteja em falta para os profissionais”, orienta.
Cuidados e dicas
Para manter a efici�ncia das m�scaras de prote��o e potencializar a sua seguran�a, Vitor Mori pontua a import�ncia de que, no caso das m�scaras PFF2, elas, em caso de reutiliza��o, n�o sejam lavadas com �gua e sab�o e nem desinfectadas com �lcool. Isso porque, conforme elucidado pelo pesquisador, a mantra de filtragem tende a perder efic�cia nessas situa��es.
“Depois do uso, deixe a m�scara descansando por tr�s dias em local arejado, colocando talvez em um saco de papel e sempre verificando se a m�scara est� �ntegra e se a veda��o est� adequada, porque a medida em que vamos usando, o el�stico da m�scara vai se desgastando – pode se trocar o el�stico para aumentar a utilidade. A m�scara, se ela estiver visualmente �ntegra, n�o tiver nenhum rasgo ou nenhum desgaste evidente, d� para continuar usando”, argumenta.

Quanto a higieniza��o das m�scaras de pano, vale frisar a import�ncia de desinfec��o do equipamento ap�s o uso. Al�m disso, � importante destacar que, para manter a efici�ncia, as m�scaras de pano devem ser trocadas a cada duas horas ou quando a transpira��o a deixar molhada o suficiente para interferir na seguran�a.
O pesquisador faz, ainda, um alerta a respeito do uso de m�scaras de acr�lico que cobrem boca e nariz, mas deixam espa�os abertos para “escapes”. “N�o adianta, vai haver sa�da de got�culas ou aeross�is possivelmente infectados pelos lados. M�scaras de tric� tamb�m n�o funcionam, porque elas n�o t�m veda��o e nem boa qualidade de filtragem”, afirma Vitor Mori, que n�o v�, tamb�m, necessidade em gastar mais em m�scaras antivirais.
“Tem que lembrar que, na verdade, a m�scara antiviral n�o oferece muito mais prote��o que uma m�scara normal de pano bem ajustada. A contamina��o acontece principalmente pela inala��o de got�culas e aeross�is que est�o suspensos no ar. Ent�o, uma m�scara de pano, bem ajustada, sem vazamento, vai ser bem mais eficiente do que uma m�scara antiviral totalmente folgada. Particularmente, vejo muitas pessoas optando pela m�scara antiviral, que � mais cara, mas n�o vejo necessidade nisso, porque uma m�scara de pano bem ajustada j� cumpre bem esse papel”, diz.
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram