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Estado de Minas VALORIZA��O

Combate � COVID-19: Cuidado em todas as dimens�es

A pandemia imp�s a necessidade de um olhar mais atento para o sistema de sa�de, bem como os profissionais que est�o na linha de frente e nos bastidores


24/01/2021 04:00 - atualizado 22/01/2021 11:14


Com a pandemia, hospitais e unidades de sa�de parecem mais grandes campos de batalha. For�as-tarefa sem precedentes s�o criadas para a ado��o de novos protocolos e procedimentos coordenados a fim de tornarem esses ambientes seguros, tanto para infectados com a COVID-19, familiares e acompanhantes, mas tamb�m para os pr�prios profissionais de sa�de. A nova acelera��o nas estat�sticas de infec��o pelo coronav�rus imp�e cada vez mais a necessidade de prote��o e preven��o, e o trabalho de quem est� na linha de frente, e tamb�m nos bastidores, ganha valores ampliados.

Diretor-geral da Faculdade de Ci�ncias M�dicas de Minas Gerais, Jos� Celso Guerra � m�dico endoscopista. Coordena a cl�nica Gastrocenter e atua ainda no Hospital Vera Cruz, em Belo Horizonte. Para ele, um grande desafio para enfrentar a continua��o da pandemia � manter a disciplina dos profissionais de sa�de em rela��o �s quest�es de seguran�a, no trato com os pacientes, sem relaxar quanto ao uso dos equipamentos de prote��o individual, protocolos e fluxos.
 
(foto: Túlio Santos/em/d.a press)
(foto: T�lio Santos/em/d.a press)

"N�o � apenas a medicina sendo valorizada, mas todos os profissionais e sa�de envolvidos nos atendimentos, como a fisioterapia, a enfermagem, entre outros”

Jos� Celso Guerra, 
diretor-geral da Faculdade de Ci�ncias M�dicas de Minas Gerais
 
Com rela��o � prepara��o dos profissionais de sa�de no enfrentamento da doen�a, o m�dico lembra a import�ncia de levar em conta os conhecimentos adquiridos ao longo da pandemia, o que refor�a o valor imprescind�vel de observar todos os cuidados amplamente propagados.

"N�o � apenas a medicina sendo valorizada, mas todos os profissionais de sa�de envolvidos nos atendimentos, como a fisioterapia, a enfermagem, entre outros. O princ�pio � cuidar dos pacientes em todas as suas dimens�es. Como observamos em trag�dias e momentos de crise, como aconteceu em Brumadinho, ou no caso da cerveja intoxicada, a sociedade se volta para os profissionais de sa�de e reverencia todo seu esfor�o e dedica��o", diz.

A vacina � a luz no fim do t�nel, nas palavras de Jos� Celso, a �nica maneira de voltar a um m�nimo de normalidade. "� medida que as pessoas nos grupos de risco, ou as mais vulner�veis, comecem a ser imunizadas, que a vacina��o for sendo implementada, o n�vel de circula��o do v�rus vai cair automaticamente de maneira progressiva, e isso tende a diminuir, al�m dos casos, as complica��es e mortes associadas � doen�a, a aliviar a press�o sobre o sistema de sa�de", diz.

SOBRECARGA 


Marco Ant�nio de �vila Vit�ria � m�dico infectologista, coordena a �rea de tratamento do programa de HIV/Aids na Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), em Genebra. Est� na organiza��o h� 18 anos e tamb�m j� atuou no Minist�rio da Sa�de, no Brasil. � ainda professor convidado da Faculdade de Ci�ncias M�dicas de Minas Gerais.

Ele pontua que, al�m do risco elevado de infec��o e adoecimento causados por uma exposi��o intensa ao v�rus, os aspectos de sobrecarga f�sica e mental causada pela press�o da pandemia sobre o sistema de sa�de e a sociedade como um todo fazem com que profissionais de sa�de, agentes absolutamente fundamentais no combate � doen�a, sejam um dos grupos de maior vulnerabilidade. E isso n�o somente do ponto de vista cl�nico, mas sobretudo do ponto de vista emocional.

"Em todo o mundo, milh�es de profissionais de sa�de est�o na linha de frente, em um esfor�o di�rio para conter a propaga��o da COVID-19 e para cuidar das pessoas doentes, enquanto colocam a pr�pria sa�de em risco", pondera Marco Ant�nio. Ele diz que, no Brasil, cerca de 250 mil profissionais da sa�de reportaram a doen�a e outras centenas perderam a vida.

Todos est�o exaustos e sobrecarregados, o que, lembra Marco Ant�nio, tem aumentado os quadros de estresse extremo e s�ndromes de burnout, por exemplo. "A prepara��o dos profissionais de sa�de no enfrentamento da COVID-19 deve compreender n�o somente o treinamento t�cnico no manejo cl�nico e dos equipamentos necess�rios para o suporte aos pacientes, mas no preparo emocional para lidar com os aspectos gerados pelas consequ�ncias da pandemia", diz.

Mesmo que n�o seja m�dico de ponta nesse combate, atuando mais na �rea de planejamento, ele conta que, de forma geral, todos est�o envolvidos com a COVID-19. "A sociedade contempor�nea nunca havia enfrentado uma situa��o de emerg�ncia sanit�ria global como essa. Apesar de se ter obtido um conhecimento enorme sobre o v�rus, com o desenvolvimento de diversas vacinas em menos de um ano ap�s a descoberta da doen�a, o que � espetacular, a pandemia ainda tem muitos aspectos desconhecidos", continua Marco Ant�nio.
 
 
(foto: Juarez Rodrigues/em/d.a press )
(foto: Juarez Rodrigues/em/d.a press )

"Em todo o mundo, milh�es de profissionais de sa�de est�o na linha de frente, em um esfor�o di�rio para conter a propaga��o da COVID-19 e para cuidar das pessoas doentes, enquanto colocam a pr�pria sa�de em risco"


Marco Ant�nio de �vila Vit�ria,  
m�dico infectologista, coordenador da �rea de tratamento do programa de HIV/Aids na Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), em Genebra

VACINA��O 


� un�nime entre a comunidade cient�fica que a melhor forma de controlar a pandemia � pelo acesso r�pido e amplo a uma vacina segura e eficaz. "Apesar de v�rios estudos em andamento, n�o existem tratamentos curativos para essa doen�a at� o momento. A vacina � a nossa melhor oportunidade de controle. � importante enfatizar que vamos precisar de mais de uma vacina para cobrir a popula��o mundial. N�o existe vacina para COVID-19 melhor que outra. Devemos vacinar o mais depressa poss�vel e o maior n�mero de pessoas poss�vel, de forma coordenada."
 
Em sua opini�o, quando se considera a enorme quantidade de informa��es incorretas e falsas geradas nas redes sociais, a �nfase � no uso de m�todos cient�ficos para se estabelecer a melhor forma de se prevenir e tratar a COVID-19. "O lado humano de apoio e conforto aos pacientes e familiares � um outro aspecto a ser lembrado."
 
Marco Ant�nio pontua que muitas das li��es aprendidas na ocasi�o de dissemina��o da Aids agora podem ser aplicadas: interpreta��o precoce, envolvimento da comunidade, a��es coordenadas, observa��o dos preceitos de direitos humanos.
 
Para Jos� Celso Guerra, quando uma pessoa sonha e escolhe ser m�dico, no fundo sonha em ser algu�m que vai cuidar das outras pessoas. E, para ele, � importante nunca se afastar desse sonho no exerc�cio da profiss�o."E isso deve ser feito dentro da �tica e da responsabilidade que a vida humana merece e necessita. Essa � a tarefa do m�dico", pontua.

O m�dico diz que, durante a pandemia, n�o deixou de trabalhar um dia sequer. Ele conta sobre uma conversa com o filho, de 13 anos. O garoto questionou sobre a possibilidade de ele ser acometido com a COVID-19. "Expliquei: meu filho, m�dico � igual a soldado. Todo dia vou para a guerra, e faz parte da guerra se machucar. O soldado est� ali para servir", compara. "E na hora da guerra n�o � hora de se esconder ou se acovardar. � hora de se lembrar daquele sonho", completa.


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