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Estado de Minas CONSELHO DE MEDICINA

COVID-19: 'Nenhum rem�dio at� agora tem efic�cia comprovada', diz CRM-MG

Decis�o sobre uso de f�rmacos sem efic�cia cientificamente comprovada � quest�o de autonomia m�dica, diz presidente do CRM-MG, Cibele Carvalho


12/02/2021 14:18 - atualizado 12/02/2021 15:22

Remédios com indicações para outras doenças corriqueiras estão sendo recomendados para o enfrentamento da COVID(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Rem�dios com indica��es para outras doen�as corriqueiras est�o sendo recomendados para o enfrentamento da COVID (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Seja para tratamento precoce ou aplica��o em fases mais avan�adas da infec��o pelo coronav�rus, alguns rem�dios, com indica��es para outras doen�as corriqueiras, est�o sendo recomendados para o enfrentamento da COVID-19, ainda que sem resultados conclusivos quanto � efic�cia, seguran�a ou efeitos colaterais relacionados especificamente ao uso contra o coronav�rus.

Na lista, est�o, entre outros, ivermectina, cloroquina e hidroxicloroquina, dexametasona, azitromicina, heparina, corticoides, plasma, anticorpos monoclonais, remdesivir, al�m de antivirais aplicados para controle do HIV.

Como explica a presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG), Cibele Alves de Carvalho, s�o chamados rem�dios de uso off label aqueles que se destinam na bula para algum tipo de tratamento, e que come�am a ser utilizados para outros fins, como no caso de sintomas que podem ser desdobramentos de uma determinada patologia.

� o que acontece, por exemplo, com os quadros inflamat�rios relacionados � COVID-19, al�m do acometimento dos pulm�es.

Isso pode come�ar a acontecer depois que se observa, ocasionalmente, algum tipo de benef�cio no sentido de um poss�vel efeito antes n�o considerado ou previsto. � o que ocorre com a ivermectina, a cloroquina e a hidroxicloroquina para controle da COVID-19.

"N�o h� comprova��es para uso cl�nico pelas autoridades m�dicas e sanit�rias. Na verdade, para o coronav�rus, nenhum rem�dio at� agora tem efic�cia cientificamente comprovada", diz.

Em rela��o aos f�rmacos na lista contra a COVID, Cibele lembra que podem at� funcionar para melhorar algum sintoma, mas n�o eliminam o v�rus em si.

Cibele Carvalho: 'Estamos em guerra contra uma doença desconhecida'(foto: Gláucia Rodrigues/Divulgação)
Cibele Carvalho: 'Estamos em guerra contra uma doen�a desconhecida' (foto: Gl�ucia Rodrigues/Divulga��o)
"Determinada medica��o pode ser usada para melhorar o manejo cl�nico, mesmo que n�o se destine especificamente �quela doen�a", explica. N�o h� estudos cient�ficos robustos at� agora, continua, atestando se tal rem�dio funciona, se n�o funciona, se piora o quadro de sa�de ou se n�o faz diferen�a nenhuma - e essa � uma linha t�nue.

"Estamos vivendo uma guerra contra uma doen�a completamente desconhecida, com desdobramentos ainda a se descobrir", pontua.

Segundo ela, ainda que em caminhos que a princ�pio possam parecer equivocados, tudo faz parte de um esfor�o conjunto, em n�vel mundial, para a melhora, freando o avan�o da pandemia, ou na tentativa, individualmente, de evitar que o paciente evolua para a morte. "O mundo inteiro est� correndo atr�s de um rem�dio que mate o v�rus", diz.

Decis�o tomada com o paciente


Sobre os posicionamentos divergentes entre m�dicos que prescrevem ou n�o determinadas drogas para a COVID-19, Cibele explica que a posi��o do conselho de medicina � respeitar os dois lados, entendendo a rela��o m�dico-paciente, os princ�pios da �tica m�dica e a autonomia do profissional em direcionar o tratamento.

� inclusive o que preconiza o Conselho Federal de Medicina, que recomenda que cada m�dico fa�a a prescri��o conforme suas pr�prias convic��es, uma decis�o tomada em conjunto com o paciente.

"Quando voc� est� com um paciente na sua frente, com um quadro de sa�de potencialmente grave, a responsabilidade � do m�dico. Em momento algum pode ser culpabilizado por prescrever uma medica��o, mesmo que seja off label. Isso � a sua autonomia. � ele quem avalia o que � melhor para o paciente. E o paciente tem que estar ciente de tudo e tamb�m bancar os riscos", afirma.

'Vacina��o � quest�o de sa�de p�blica'


Sobre a gest�o da pandemia, tanto no Brasil como um todo, como em espectro local, de estados e munic�pios, para Cibele n�o tem que haver cr�ticas. "Todos estamos tentando acertar, e erros sempre v�o acontecer. � o mesmo que precisar trocar a turbina do avi�o com o avi�o voando."

Nesse ponto, no entanto, segundo a m�dica, h� que se melhorar a gest�o sobre a distribui��o vacinal, com controle do in�cio ao fim, n�o s� de entrega de imunizantes, mas na aplica��o. Haja visto, principalmente, os diversos descumprimentos que, infelizmente, v�m ocorrendo. "� uma quest�o de sa�de p�blica, n�o cabem decis�es pol�ticas."

Cibele refor�a que a vacina � a �nica esperan�a no controle da pandemia. "N�o estamos usando de forma completamente tranquila, mas tem que usar, � o que temos de palp�vel. Ainda assim, continuar mantendo o distanciamento, as m�scaras, o �lcool em gel, as medidas de higiene. Combater as fake news � outra frente importante", pondera.

Conforme Cibele, a expectativa � de que, a partir da segunda quinzena de fevereiro, a produ��o interna da vacina no Brasil esteja estabelecida, inclusive com a perspectiva de abertura de novos laborat�rios.


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