
Seja para tratamento precoce ou aplica��o em fases mais avan�adas da infec��o pelo coronav�rus, alguns rem�dios, com indica��es para outras doen�as corriqueiras, est�o sendo recomendados para o enfrentamento da COVID-19, ainda que sem resultados conclusivos quanto � efic�cia, seguran�a ou efeitos colaterais relacionados especificamente ao uso contra o coronav�rus.
Na lista, est�o, entre outros, ivermectina, cloroquina e hidroxicloroquina, dexametasona, azitromicina, heparina, corticoides, plasma, anticorpos monoclonais, remdesivir, al�m de antivirais aplicados para controle do HIV.
Como explica a presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG), Cibele Alves de Carvalho, s�o chamados rem�dios de uso off label aqueles que se destinam na bula para algum tipo de tratamento, e que come�am a ser utilizados para outros fins, como no caso de sintomas que podem ser desdobramentos de uma determinada patologia.
� o que acontece, por exemplo, com os quadros inflamat�rios relacionados � COVID-19, al�m do acometimento dos pulm�es.
Isso pode come�ar a acontecer depois que se observa, ocasionalmente, algum tipo de benef�cio no sentido de um poss�vel efeito antes n�o considerado ou previsto. � o que ocorre com a ivermectina, a cloroquina e a hidroxicloroquina para controle da COVID-19.
"N�o h� comprova��es para uso cl�nico pelas autoridades m�dicas e sanit�rias. Na verdade, para o coronav�rus, nenhum rem�dio at� agora tem efic�cia cientificamente comprovada", diz.
Em rela��o aos f�rmacos na lista contra a COVID, Cibele lembra que podem at� funcionar para melhorar algum sintoma, mas n�o eliminam o v�rus em si.

"Estamos vivendo uma guerra contra uma doen�a completamente desconhecida, com desdobramentos ainda a se descobrir", pontua.
Segundo ela, ainda que em caminhos que a princ�pio possam parecer equivocados, tudo faz parte de um esfor�o conjunto, em n�vel mundial, para a melhora, freando o avan�o da pandemia, ou na tentativa, individualmente, de evitar que o paciente evolua para a morte. "O mundo inteiro est� correndo atr�s de um rem�dio que mate o v�rus", diz.
Decis�o tomada com o paciente
Sobre os posicionamentos divergentes entre m�dicos que prescrevem ou n�o determinadas drogas para a COVID-19, Cibele explica que a posi��o do conselho de medicina � respeitar os dois lados, entendendo a rela��o m�dico-paciente, os princ�pios da �tica m�dica e a autonomia do profissional em direcionar o tratamento.
� inclusive o que preconiza o Conselho Federal de Medicina, que recomenda que cada m�dico fa�a a prescri��o conforme suas pr�prias convic��es, uma decis�o tomada em conjunto com o paciente.
"Quando voc� est� com um paciente na sua frente, com um quadro de sa�de potencialmente grave, a responsabilidade � do m�dico. Em momento algum pode ser culpabilizado por prescrever uma medica��o, mesmo que seja off label. Isso � a sua autonomia. � ele quem avalia o que � melhor para o paciente. E o paciente tem que estar ciente de tudo e tamb�m bancar os riscos", afirma.
'Vacina��o � quest�o de sa�de p�blica'
Sobre a gest�o da pandemia, tanto no Brasil como um todo, como em espectro local, de estados e munic�pios, para Cibele n�o tem que haver cr�ticas. "Todos estamos tentando acertar, e erros sempre v�o acontecer. � o mesmo que precisar trocar a turbina do avi�o com o avi�o voando."
Nesse ponto, no entanto, segundo a m�dica, h� que se melhorar a gest�o sobre a distribui��o vacinal, com controle do in�cio ao fim, n�o s� de entrega de imunizantes, mas na aplica��o. Haja visto, principalmente, os diversos descumprimentos que, infelizmente, v�m ocorrendo. "� uma quest�o de sa�de p�blica, n�o cabem decis�es pol�ticas."
Cibele refor�a que a vacina � a �nica esperan�a no controle da pandemia. "N�o estamos usando de forma completamente tranquila, mas tem que usar, � o que temos de palp�vel. Ainda assim, continuar mantendo o distanciamento, as m�scaras, o �lcool em gel, as medidas de higiene. Combater as fake news � outra frente importante", pondera.
Conforme Cibele, a expectativa � de que, a partir da segunda quinzena de fevereiro, a produ��o interna da vacina no Brasil esteja estabelecida, inclusive com a perspectiva de abertura de novos laborat�rios.