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Estado de Minas SA�DE

COVID-19: pessoas com c�ncer registram taxa de mortalidade seis vezes maior

Estudo mineiro comprova maior gravidade da COVID-19 em pessoas com c�ncer, e especialistas alertam para a necessidade de vacina��o desses pacientes


10/02/2021 14:04 - atualizado 10/02/2021 16:37

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Pesquisa realizada por m�dicos brasileiros, do grupo mineiro Oncocl�nicas, e publicada no Journal of Journal of Clinical Oncology (JCO), aponta que pessoas com c�ncer ativo ou metast�tico t�m risco maior de complica��es e morte pelo coronav�rus. Segundo dados do estudo, a taxa de letalidade nesse grupo de pacientes (16,7%) se mostrou seis vezes maior que o �ndice global de letalidade pela COVID-19, atualmente em 2,4%. 

Ainda segundo a pesquisa, os fatores associados � morte de pacientes com c�ncer ap�s o diagn�stico da COVID-19 foram: idade maior que 60 anos, tabagismo, comorbidades, c�ncer do trato respirat�rio e manejo em ambiente n�o curativo.

Por�m, para o oncologista Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administra��o do Grupo Oncocl�nicas, e um dos pesquisadores respons�veis pelo estudo, de maneira geral, o novo coronav�rus n�o tem um impacto diferenciado em pessoas com c�ncer sem outras comorbidades. 

Por�m, as sequelas podem ser graves. “As complica��es que a infec��o pelo v�rus pode trazer a esse p�blico implicam n�o apenas no andamento das condutas de combate ao tumor maligno durante o per�odo de controle da contamina��o, como tamb�m pode gerar um comprometimento severo da sa�de de pacientes imunossuprimidos – categoria na qual se enquadra uma parcela consider�vel das pessoas em tratamento ativo contra o c�ncer.” 

E o estudo tamb�m monitorou o risco de infec��o deste grupo, de 29 de mar�o do ano passado at� meados de julho do mesmo ano. E, segundo os resultados apresentados, dos 167 participantes, cerca de 84% deles, apresentaram tumores s�lidos e 31 (16%) tinha malignidades hematol�gicas. A maioria dos pacientes estava em terapia sist�mica ativa ou radioterapia (77%), em grande parte para doen�a avan�ada ou metast�tica (64%).   

“Em linhas gerais, dos 198 pacientes, o pior progn�stico em decorr�ncia da COVID-19 esteve associado ao c�ncer ativo, progressivo ou metast�tico em compara��o �queles que demonstram um c�ncer est�vel ou bem controlado. Al�m disso, pacientes com leucemia e outros tumores hematol�gicos se mostraram mais suscet�veis � infec��o pelo coronav�rus, enquanto os que t�m c�ncer de pulm�o t�m um grave aumento no risco de morte”, comenta Bruno Ferrari. 

Nesse cen�rio, o autor do estudo destaca que esses dados e constata��es refor�am a defesa por um programa de imuniza��o priorit�rio dedicado aos pacientes oncol�gicos, o que ainda n�o existe.

Em carta enviada ao Minist�rio da Sa�de, nessa ter�a-feira (9/2), a Sociedade Brasileira de Oncologia Cl�nica (SBOC) refor�ou o pensamento de Bruno Ferrari. No documento, a SBOC defende que pacientes oncol�gicos em todo o territ�rio nacional sejam inclu�dos nos grupos com prioridade na vacina��o contra a COVID-19.  

Segundo a presidente da entidade, Clarissa Matias, a defesa se baseia nas evid�ncias cient�ficas de que pacientes com c�ncer s�o mais vulner�veis aos riscos de complica��es ocasionadas pelo Sars-Cov-2.

“Esse e outros estudos evidenciam que n�o apenas os pacientes imunossuprimidos est�o mais suscept�veis a manifesta��es graves da doen�a, mas tamb�m aqueles em diversos outros espectros da doen�a, sendo invi�vel estratific�-los e urgente inclu�-los entre aqueles que precisam ser imunizados contra um mal que pode ter consequ�ncias fatais para sua sa�de e a pr�pria vida”, enfatiza Clarissa Mathias. 
 

"As complica��es que a infec��o pelo v�rus pode trazer a esse p�blico implicam n�o apenas no andamento das condutas de combate ao tumor maligno durante o per�odo de controle da contamina��o, como tamb�m pode gerar um comprometimento severo da sa�de de pacientes imunossuprimidos - categoria na qual se enquadra uma parcela consider�vel das pessoas em tratamento ativo contra o c�ncer."

Bruno Ferrari, oncologista, fundador e presidente do Conselho de Administra��o do Grupo Oncocl�nicas

 

Justamente por isso, Clarissa Mathias pondera que Sociedade Brasileira de Oncologia Cl�nica seguir� vigilante e em di�logo com os organismos respons�veis e entidades parceiras at� que o plano inclua os pacientes oncol�gicos e todos sejam vacinados.

Al�m disso, Bruno Ferrari destaca a import�ncia de se ter respostas mais concretas quanto a efic�cia e seguran�a da vacina nesse grupo de pacientes. Por�m, lembra que a contraindica��o de imunizantes para pacientes com a imunidade comprometida diz respeito aquelas produzidas a partir do v�rus vivo. 

Bruno Ferrari, oncologista, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas(foto: Pedro Gravatá/Divulgação)
Bruno Ferrari, oncologista, fundador e presidente do Conselho de Administra��o do Grupo Oncocl�nicas (foto: Pedro Gravat�/Divulga��o)
“Imunizantes produzidos com v�rus inativado ou fragmentado, como a da gripe, s�o inclusive recomendados para pacientes oncol�gicos. A imuniza��o � aliada valiosa que ajuda a salvar muitas vidas”, ressalta o especialista, que frisa, ainda, que, entre as vacinas desenvolvidas para a COVID-19, h� op��es com v�rus inativados e tamb�m fragmentados, que podem ser consideradas como op��o vi�vel para pessoas com c�ncer. 

“Estamos aguardando os detalhes sobre a quantidade de vacinas a serem liberadas em cada fase. As informa��es s�o pouco claras no momento para analisarmos as possibilidades. Mas o que podemos adiantar � que defendemos uma separa��o entre grupos de risco que beneficie os pacientes oncol�gicos, para que eles tenham um tratamento mais favor�vel. Uma infec��o mais grave � um exemplo do que pode vir a ocorrer com uma pessoa em tratamento de c�ncer que contraia o novo coronav�rus, e esse � um risco que pode ser evitado”, defende. 

De toda forma, Bruno Ferrari afirma que, mesmo que haja prioriza��o no calend�rio de vacina��o para pacientes com c�ncer, at� a publica��o de dados consistentes da imuniza��o nesta parcela da popula��o, caber� � equipe assistencial respons�vel pela linha de cuidado avaliar o risco de cont�gio, tipo de tratamento e grau de imunossupress�o no momento de orientar cada indiv�duo sobre tomar ou n�o o imunizante. 

Segundo ele, vale lembrar, tamb�m, que pacientes que j� tiveram c�ncer e n�o est�o mais em tratamento, a princ�pio, dever�o seguir as indica��es de vacina��o de acordo com sua faixa et�ria e/ou outros problemas de sa�de. 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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