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Estado de Minas ALIMENTA��O

Insetos: fritos, refogados, assados e mais de 2 mil esp�cies comest�veis

Moradores da �sia, �frica, M�xico e Am�rica do Sul consomem insetos. Aumento populacional no mundo requer mudan�a de h�bito alimentar e na agricultura


14/02/2021 04:00 - atualizado 11/02/2021 15:16

Farinha de grilo(foto: Primal Future/Pixabay)
Farinha de grilo (foto: Primal Future/Pixabay)


Nas pr�ximas d�cadas, o mundo precisa descobrir como produzir prote�na suficiente para bilh�es de indiv�duos. Aumentar o sistema atual n�o � uma solu��o diante do impacto poluidor que causa no meio ambiente. Adriana Stavro, nutricionista cl�nica funcional, p�s-graduada em doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis, destaca que os insetos s�o um recurso alimentar natural para muitos grupos �tnicos na �sia, �frica, M�xico e Am�rica do Sul, lugares em que a entomofagia (termo usado para descrever o processo de comer insetos como alimento) pode ser sustent�vel e tem benef�cios econ�micos, nutricionais e ecol�gicos.

Adriana Stavro destaca que o n�mero de insetos comest�veis difere em cada regi�o e pa�ses, ou seja, 348 esp�cies s�o consumidas no M�xico, 250 na �frica, 187 na China, 83 no  Equador, 60 na �ndia, 55 no Jap�o, 50 na Tail�ndia e 40 na Nig�ria. “O valor nutricional dos insetos varia consideravelmente de inseto para inseto. O sabor e a textura tamb�m, tornando esta experi�ncia culin�ria um desafio. As propriedades sensoriais s�o crit�rios importantes que acompanham o consumo de insetos comest�veis. O sabor � definido principalmente por ferom�nios que ocorrem na superf�cie do organismo do inseto. Tamb�m depende do ambiente onde vivem e dos alimentos que comem. A sele��o da alimenta��o pode ser adaptada, dependendo de como desejamos o sabor dos insetos.”
 

O valor nutricional dos insetos varia de inseto para inseto. O sabor e a textura tamb�m, tornando esta experi�ncia culin�ria um desafio. A sele��o da alimenta��o pode ser adaptada, dependendo de como desejamos o sabor. A farinha de insetos � uma �tima alternativa para aumentar a aceita��o, e introduzir alimentos � base de insetos na dieta dos brasileiros

Adriana Stavro, nutricionista cl�nica funcional, p�s-graduada em doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis

A nutricionista explica que os insetos s�o bem reconhecidos mundialmente como alimentos nutritivos, uma vez que fornecem prote�nas (amino�cidos, incluindo metionina, ciste�na, lisina e treonina), carboidratos, gorduras, alguns minerais e vitaminas. “As lagartas, por exemplo, cont�m prote�nas na extens�o de 50-60g para 100g de peso seco; as larvas, de 23-36g; as formigas, de 7-25g; e os cupins, de 35-65g. Essa quantidade � superior � da carne mo�da (27,4g) ou do bacalhau grelhado (28,5g em m�dia). Quantidades ainda maiores foram encontradas nos bichos-da-seda (90g de amino�cidos  para cada 100g de peso seco), seguidos da lagarta (77,5g) e do grilo (68,7g).” Adriana Stavro  conta que um estudo avaliou o valor nutricional de 78 insetos comest�veis no M�xico e mostrou que o teor de prote�nas variou de 15% a 81%. “O mais alto foi encontrado em uma vespa do g�nero Polybia. E o inseto mais rico em carboidratos foi a formiga Myrmecosistus melligercom, 77,7%.”

SUPLEMENTA��O 

A nutricionista Adriana Stavro lembra que os insetos são frequentemente consumidos como suplemento(foto: Arquivo Pessoal)
A nutricionista Adriana Stavro lembra que os insetos s�o frequentemente consumidos como suplemento (foto: Arquivo Pessoal)


A nutricionista lembra que os insetos s�o frequentemente consumidos como suplemento. No M�xico, uma “tortilla” � suplementada com larvas, enquanto o cupim suplementa a prote�na de milho na Nig�ria. As prepara��es com insetos incluem fritar, refogar, estufar, estufar depois de fritar, ferver e assar. Por exemplo, gafanhotos fritos em latas e formigas cobertas com chocolate s�o vendidos no M�xico, pipoca com grilos assados e gafanhotos nos EUA, formigas com pipoca na Col�mbia, e queijo de larva na It�lia s�o uma iguaria local. “Facilitar aos consumidores a ideia da gastronomia com insetos, trabalhar com farinhas, em que � poss�vel incorporar de forma invis�vel em alimentos, � uma alternativa. A farinha de grilo � um bom exemplo, ela � muito usada e acrescenta um sabor suave.”

Prote�nas, amino�cidos, vitaminas, minerais e quanto � gordura dos insetos? O que se sabe? Adriana Stavro explica que o valor energ�tico dos insetos comest�veis depende de sua composi��o, principalmente do teor de gordura. Em m�dia, a quantidade de gordura varia de 10% a 60% do peso da mat�ria seca. Segundo estudo que avaliou o valor nutricional de 78 insetos comest�veis do M�xico, a contribui��o cal�rica variou de 293 a 762kcal por 100g, muitas vezes excedendo as da soja, milho e carne bovina.”

Adriana Stavro informa que mais de 2 mil esp�cies de insetos s�o comest�veis. “Globalmente, as mais consumidas s�o besouros, lagartas, abelhas, vespas, formigas, gafanhotos, grilos, cigarras, cupins, lib�lulas e moscas. O maior consumo ocorre na �frica e na Am�rica Latina. Na maioria dos pa�ses europeus, o consumo humano de insetos � muito baixo e muitas vezes culturalmente inapropriado. No Brasil, a ingest�o � bem pequena. Estudo de 2019, que envolveu as regi�es Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com 1.619 participantes, mostrou que 85,79% dos entrevistados nunca consumiram insetos. Entre os motivos, a falta de familiaridade e a neofobia.”

A nutricionista acredita que o consumo de insetos comest�veis pode ser promovido por meio de estrat�gias educacionais de aproxima��o e desmistifica��o. “Para tentar reduzir as barreiras do nojo, asco e preconceito, a farinha de insetos � uma �tima alternativa para aumentar a aceita��o, e introduzir alimentos � base de insetos na dieta dos brasileiros.”

ALERGIA E TOXICIDADE 


A nutricionista avisa que comer insetos pode representar certos riscos que devem ser levados em considera��o. “Determinados insetos podem conter subst�ncias t�xicas, como glicos�deos cianog�nicos, e podem causar alergias. Alguns t�m uma cobertura externa r�gida, formada por quitina, que � de dif�cil digest�o pelos humanos. As pessoas em maior risco s�o as al�rgicas a frutos do mar, como o camar�o. Tamb�m � importante considerar o risco de transmiss�o de doen�as infecciosas de algumas esp�cies. A microbiota intestinal de insetos pode ser um meio para o crescimento de micro-organismos indesej�veis.”



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