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Estado de Minas COVID-19

Vacina que o Brasil recusou 'por log�stica' teria condi��es de uso no pa�s

Universidades federais disponibilizaram, na �poca do poss�vel acordo, freezers para armazenamento da vacina da Pfizer, atualmente atestada com 92% de efic�cia


18/02/2021 14:06 - atualizado 18/02/2021 20:45

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Estudo preliminar, realizado pelo Centro de Controle de Doen�as da Col�mbia Brit�nica (BCCDC), no Canad�, aponta que, mesmo antes da segunda dose, a vacina contra a COVID-19 produzida pela Pfizer/BioNTech, do tipo RNA mensageiro, tem efic�cia vacinal de 92,6%. Ap�s a segunda dose, esse �ndice chega a 94%.
 
 
Segundo os pesquisadores do estudo, a efici�ncia registrada foi encontrada a partir da segunda semana da imuniza��o pela primeira dose. Por�m, ainda h� incerteza quanto a dura��o da prote��o com dose �nica. 

Em territ�rio brasileiro, o uso do imunizante foi negado pelo ministro da sa�de, Eduardo Pazuello, em uma hist�ria que se arrasta por meses. Em agosto do ano passado, quando as curvas de contamina��o estavam ainda mais em alta no pa�s e a esperan�a girava em torno da comprova��o cient�fica da vacina, a Pfizer anunciou que ofereceu cerca de 70 milh�es de doses do imunizante ao governo brasileiro. Por�m, nada de acordo. 

No m�s seguinte, em setembro de 2020, a farmac�utica brit�nica encaminhou uma carta ao governo brasileiro voltando a falar sobre a negocia��o e pedindo urg�ncia na tomada de decis�o quanto ao aceite. Um dos poss�veis empecilhos estava na log�stica de armazenamento da vacina, j� que, por quest�es cient�ficas, o imunizante produzido pela Pfizer precisaria estar alocado em uma temperatura inferior a 70 graus negativos. 

O problema rapidamente foi “solucionado” por institui��es e �rg�os locais. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por exemplo, no fim do ano passado, em meados de dezembro, se reuniu com o prefeito Alexandre Kalil e colocou � disposi��o da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) cerca de 15 ultrafreezers para estocagem de vacinas e medicamentos contra a COVID-19 que demandassem temperaturas menores que 70 graus negativos para armazenamento e conserva��o. 

“A UFMG reitera o seu compromisso, manifestado desde o in�cio da pandemia, de atuar em conjunto com as autoridades competentes no enfrentamento ao coronav�rus, de modo a apoiar a��es emergenciais de vacina��o contra a COVID-19, o que evidencia a solidariedade de toda a sua comunidade cient�fica”, afirmou, na ocasi�o, a reitora da universidade Sandra Regina Goulart Almeida. 

O mesmo foi feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que, na �poca, se candidatou junto ao Minist�rio da Sa�de para ser um dos centros log�sticos de distribui��o da vacina no estado. Segundo a entidade, os ultrafreezers oferecidos tinham capacidade de armazenar subst�ncias a at� -80°C. O governo do Rio de Janeiro tamb�m se mexeu para se adaptar e anunciou a compra de freezers para acondicionar a vacina da Pfizer. 

Segundo o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI) e membro do Comit� de Enfrentamento � COVID-19, Estev�o Urbano, a estocagem foi o menor dos problemas nesse acordo n�o feito, at� porque, conforme elucidado por ele, ela poderia ser feita nas grandes capitais e, posteriormente, instalada em outros locais, sem comprometimento na campanha de vacina��o.

“O Brasil n�o fez o acordo muito menos pela log�stica e muito mais por n�o ter tido o timing certo. Depois, ficou tarde e j� havia um comprometimento com v�rios outros pa�ses, e ficamos mais atr�s.” 

“�bvio que � mais complexa a estocagem dessa vacina, mas v�rias capitais e outras cidades m�dias t�m suporte para abra�ar essa tecnologia, e milh�es e milh�es de pessoas poderiam ser beneficiadas. E, nos locais mais distantes, ter�amos outras vacinas que poderiam ser deslocadas, deixando essa que depende de mais tecnologia nos grandes centros. Depois, o governo federal, assim como os estaduais, poderia implementar a log�stica em polos regionais, porque � mais f�cil conseguir um freezer do que uma vacina”, diz. 
 
Jos� Geraldo Ribeiro, epidemiologista do Grupo Hermes Pardini, concorda com Estev�o Urbano. "Utilizando equipamentos da Universidade Federal de Minas Gerais, de outras universiades federais e de institui��es privadas, em primeira inst�ncia, seria poss�vel implementar o uso da vacina produzida pela Pfizer, nem que fosse apenas nas capitais e munic�pios maiores. Qualquer aporte de vacina � uma ajuda para a maior cobertura vacinal."
 

OUTRO ARGUMENTO


Em fevereiro deste ano, Eduardo Pazuello, em sess�o plen�ria no Senado Federal para prestar esclarecimentos sobre as a��es adotadas contra a COVID-19 e sobre a campanha de vacina��o, ao contr�rio do proposto pela Pfizer, afirmou haver entraves da farmac�utica no processo de compra. Ainda em discurso, ele declarou que as condi��es impostas foram “leoninas” e que o grande empecilho estava no contrato.  

E at� mesmo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o uso do imunizante. Em dezembro do ano passado, adotando a subst�ncia produzida pela farmac�utica Pfizer como exemplo, ele disse que n�o havia garantias de que as pessoas n�o se transformassem em “jacar�s” ap�s receber a dose da vacina.

Em luz desses argumentos, Estev�o Urbano declara que faltou ao Brasil compet�ncia e prioriza��o. Segundo ele, a estagna��o e nega��o do governo, ainda no in�cio dos testes de imunizantes, foi um grande atraso para a campanha de imuniza��o brasileira.

“Sem d�vidas nenhuma, isso comprometeu e compromete a sa�de e a vida de milhares de pessoas. Nesse ponto, fomos menos competentes e arrojados do que poder�amos e precis�vamos.” 

“Faltou compet�ncia e prioriza��o do entendimento da import�ncia do que seria a vacina. L� atr�s, quando todos os pa�ses estavam se ‘movendo’ para ter as doses, o Brasil estava parado e, muitas vezes, negando a import�ncia da vacina��o”, afirma o presidente da SMI. 

A Pfizer enviou, no in�cio deste m�s, o pedido � Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) para o registro definitivo da vacina contra a COVID-19. Com a aprova��o da entidade, a vacina poder� ser comercializada, distribu�da e utilizada pela popula��o, a partir dos termos da indica��o estabelecida na bula. 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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