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Estado de Minas SA�DE

Fazer xixi na cama at� 4 anos � comum? Saiba o que fazer

No dia mundial do xixi na cama, especialistas da SBU explicam o que � enurese e alertam para necessidade de tratamento caso haja continuidade do vazamento


25/05/2021 13:30 - atualizado 25/05/2021 14:47

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Nesta ter�a-feira (25/5) � comemorado o Dia Mundial do Xixi na Cama. Por isso, especialistas da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) chamam aten��o para a import�ncia de os pais estarem atentos � normalidade do vazamento de urina durante o sono, seja � noite ou mesmo no decorrer do dia, pelo menos at� os 4 anos. Apesar de n�o ser doen�a ou transtorno, h� uma nomenclatura bem espec�fica para esses quadros: enurese

Segundo o diretor da Escola Superior de Urologia da SBU Ubirajara Barroso, a enurese � um tipo de incontin�ncia que ocorre durante o sono, o que � normal at� cerca de 4 anos, em raz�o da imaturidade dos mecanismos que fazem crian�as e adultos n�o urinarem durante o adormecer.

Ele elucida, ainda, que “crian�as que apresentam enurese tendem a ter sentimento de inferioridade, imaturidade e baixa autoestima”, haja vista que “os pais muitas vezes se irritam e acham que a crian�a urina na cama por pregui�a”. 

“H� estudos que mostram que cerca de 40% das crian�as brasileiras chegam a apanhar por urinarem na cama. Portanto, a conscientiza��o dos pais e desmistifica��o do problema com a crian�a s�o pe�as importantes”, aponta. 

Mas por que h� essa perda de urina? Durante o sono, as pessoas apresentam tr�s mecanismos que os fazem n�o urinar. Nesse cen�rio, a bexiga sofre um relaxamento adicional e passa a comportar volumes maiores que o habitual e o c�rebro produz um horm�nio que faz com que o rim produza menos urina.

“Por�m, se esses mecanismos forem superados e mesmo assim a crian�a apresentar uma distens�o da bexiga, ela desperta e vai ao banheiro. Sono muito pesado ou outros dist�rbios do sono podem afetar esse mecanismo.” 

“Assim, a enurese pode ser fruto de um problema em um ou mais desses tr�s mecanismos. O m�dico ao avaliar a crian�a ter� que identificar qual ou quais os mecanismos predominantes. Com o crescimento a crian�a apresenta amadurecimento dessas fun��es cerebrais e assim tende a resolver esse quadro espontaneamente”, explica o urologista pedi�trico Ot�vio Augusto Fonseca Reis, da SBU, do Hospital Fel�cio Rocho e do Hospital das Cl�nicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 
 
(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

"H� estudos que mostram que cerca de 40% das crian�as brasileiras chegam a apanhar por urinarem na cama. Portanto, a conscientiza��o dos pais e desmistifica��o do problema com a crian�a s�o pe�as importantes"

Ubirajara Barroso, diretor da Escola Superior de Urologia da SBU

 

Ubirajara Barroso pondera, ainda, que h� influ�ncia da hereditariedade. “75% das vezes ou a m�e ou o pai era enur�tico. Al�m disso, uma condi��o frequentemente associada � enurese � a obstru��o das vias a�reas, principalmente por hipertrofia da adenoide. Sabe-se que com a cirurgia da adenoide, 50% deixam de urinar na cama”, afirma. 

TRATAMENTO 


Os especialistas alertam, no entanto, que, ap�s os 5 anos, se houver persist�ncia do quadro, � importante buscar ajuda especializada, sempre mantendo o h�bito de n�o puni��o. “Nesse caso, pode ser necess�rio inserir tratamentos, o que � feito individualmente. Ao reconhecer o mecanismo que est� ocasionando a enurese, pode-se fazer tratamento de teste com a crian�a. Nos casos em que a enurese gera inc�modo � crian�a, o tratamento � mantido durante per�odo mais prolongado e retirado lentamente.” 

Nas crian�as que n�o se incomodam, a op��o de tratamento � apenas para situa��es em que urinar � noite trariam aborrecimento, por exemplo, viagens e casa de amigos ou parentes.

"O tratamento vai desde medidas comportamentais, como reduzir o consumo de l�quidos � noite e subst�ncias irritantes de bexiga, como cafe�na; uso de alarmes noturnos – dispositivo nas roupas �ntimas que dispara um alarme quando a crian�a urina –, at� medica��es que podem causar um relaxamento da bexiga ou reduzir o volume de urina produzido pelo rim � noite”, explica Ot�vio Reis. 

Nesse cen�rio, Ubirajara Barroso explica que, em algumas situa��es, principalmente entre os 5 e 7 anos, nem a crian�a nem os pais desejam tratamento. “Nesse caso, o processo terap�utico pode ser postergado. Entretanto, a partir dos 8 anos, ela � reconhecidamente danosa do ponto de vista psicol�gico e passa a ser anti�tico diagnosticar e n�o tratar a enurese.” 

Segundo ele, quanto mais frequente os epis�dios de escape de urina, mais dif�cil ser� de tratar a enurese. Al�m disso, Ubirajara chama aten��o para situa��es em que esse quadro ocorre depois de um per�odo de seis meses sem urinar na cama.

“Nesse caso, ela � chamada enurese secund�ria e ocorre principalmente ap�s eventos estressantes em crian�as emocionalmente vulner�veis. Uma avalia��o psicol�gica � obrigat�ria nos casos de enurese secund�ria.” 

PANDEMIA 


Para al�m de uma defici�ncia nos mecanismos do corpo, a enurese pode ser desencadeada tamb�m por problemas emocionais, conforme o diretor da Escola Superior de Urologia da SBU, podendo fazer parte de uma s�ndrome de disfun��o miccional.

“Problemas de ordem psicossocial podem desencadear a enurese ou mesmo atrapalhar a sua resolu��o. Perdas de entes, de animais, problemas na escola (incluindo bullying), dist�rbios de ansiedade s�o alguns exemplos”, concorda Ot�vio Reis. 

Otávio Augusto Fonseca Reis, urologista pediátrico da SBU, do Hospital Felício Rocho e do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)(foto: Arquivo pessoal)
Ot�vio Augusto Fonseca Reis, urologista pedi�trico da SBU, do Hospital Fel�cio Rocho e do Hospital das Cl�nicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (foto: Arquivo pessoal)
Nesse cen�rio, o urologista pedi�trico aponta que a pandemia de COVID-19 trouxe diversas formas de express�o de dist�rbio de ansiedade nas crian�as pela falta de conv�vio social. “E muitos quadros de ansiedade s�o manifestados por altera��es na forma de urinar das crian�as. Houve uma eleva��o consider�vel de dist�rbios miccionais, inclusive enurese nestas faixas et�rias”, diz. 

Para Ubirajara Barrosos, a pandemia trouxe, e traz consequ�ncias positivas e negativas na enurese. “Positivamente, como as crian�as n�o est�o saindo para dormir nas casas dos colegas, podem n�o sentir tanta necessidade social de tratar a condi��o. Por�m, os pais, estando mais no domic�lio, podem ficar mais atentos e consequentemente se incomodar mais com as roupas de cama molhadas. Tudo isso � apenas conjectura, j� que n�o h� pesquisas publicadas a esse respeito.” 

DICAS PARA OS PAIS:

*Nunca brigue com seu filho ap�s um epis�dio de enurese;  

*Trabalhe a autoestima das crian�as atrav�s de a��es afirmativas (se a crian�a acordou e a cama est� seca, ela deve ser elogiada e acarinhada);  

*Incentive a mic��o de tr�s em tr�s horas, mesmo sem sentir necessidade;  

*Diminua a ingest�o de l�quidos ap�s �s 18h;  

*Evite dar alimentos com cafe�na e chocolate;  

*Estimule o h�bito de urinar antes de ir para a cama;  

*Evite refei��es pesadas � noite. 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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