Falta de energia, sonol�ncia, altera��es repentinas de peso e de humor e mem�ria fraca podem ser problemas na gl�ndula tireoide. Um problema que cerca de 15% dos brasileiros sofrem, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), atualmente.
Por�m, a maioria deles inclusive desconhece a situa��o. Justamente por isso, a Regional Minas Gerais (SBEM-MG) promoveu a campanha da “Semana Internacional da Tireoide”, que termina nesta sexta-feira (28/5).
Por�m, a maioria deles inclusive desconhece a situa��o. Justamente por isso, a Regional Minas Gerais (SBEM-MG) promoveu a campanha da “Semana Internacional da Tireoide”, que termina nesta sexta-feira (28/5).
“Queremos ressaltar a import�ncia do tratamento correto das altera��es na tireoide, porque � uma via de m�o dupla, tanto as altera��es nas fun��es da tireoide podem interferir no cora��o quanto o tratamento de arritmias, por exemplo, pode atrapalhar o funcionamento da tireoide. Queremos chamar a aten��o para isso: pacientes com hipotireoidismo e hipertireoidismo, se n�o tratados corretamente, t�m grande chance de desenvolver problemas de cora��o, como infarto, AVC, arritmia card�aca ou piora na insufici�ncia card�aca.”
� o que destaca Fl�via Coimbra Pontes, vice-presidente da SBEM-MG. Segundo ela, � importante entender, antes de mais nada, que h� duas disfun��es cl�ssicas na tireoide, gl�ndula localizada na regi�o anterior e inferior do pesco�o: o hipotireoidismo e o hipertireoidismo.
Como o pr�prio nome diz, essas disfun��es querem dizer que a tireoide n�o est� funcionando adequadamente. Mas o que cada uma delas, de fato, � e causa ao organismo?
Como o pr�prio nome diz, essas disfun��es querem dizer que a tireoide n�o est� funcionando adequadamente. Mas o que cada uma delas, de fato, � e causa ao organismo?
“O hipotireoidismo � quando a gl�ndula est� funcionando pouco e produzindo poucos horm�nios. Nesse caso, o metabolismo fica lento, a pessoa sente cansa�o, des�nimo e falta de energia. Al�m disso, pode haver altera��es no colesterol e na press�o arterial”, explica a especialista. � o caso da farmac�utica Marjorie Coimbra, de 33 anos, que descobriu a fun��o ainda na juventude.
“Descobri a disfun��o aos14 anos. Eu sempre fui um pouco let�rgica, minhas unhas sempre muito quebradi�as e com muita queda de cabelo, e na minha fam�lia muitas mulheres tinham hipotireoidismo. Ent�o, minha m�e, desconfiada, me levou ao m�dico para fazer o exame. Desde ent�o, precisei me submeter ao tratamento para a disfun��o: medicamentos de reposi��o, os quais as doses foram sendo ajustadas com o tempo. Essa condi��o influenciou um pouco no meu fluxo menstrual, que ficou inst�vel, e na minha absor��o de vitamina D, a qual tamb�m tenho que fazer reposi��o”, conta.
J� o hipertireoidismo � quando h� excesso na produ��o de horm�nio. Ou seja, a gl�ndula tireoide lan�a na circula��o muito horm�nio de uma vez s� e ent�o o paciente fica com o metabolismo mais acelerado.
“� um paciente mais agitado, que tem taquicardia, tremores e perda de peso mesmo tendo mais fome e mais apetite. Al�m disso, esse paciente costuma ficar mais nervoso, n�o consegue dormir e tem altera��o no intestino com epis�dios de diarreia”, explica Fl�via Pontes.
“� um paciente mais agitado, que tem taquicardia, tremores e perda de peso mesmo tendo mais fome e mais apetite. Al�m disso, esse paciente costuma ficar mais nervoso, n�o consegue dormir e tem altera��o no intestino com epis�dios de diarreia”, explica Fl�via Pontes.
"Pacientes com hipotireoidismo e hipertireoidismo, se n�o tratados corretamente, t�m grande chance de desenvolver problemas de cora��o, como infarto, AVC, arritmia card�aca ou piora na insufici�ncia card�aca"
Fl�via Coimbra Pontes, vice-presidente da SBEM-MG
Essas irregularidades podem afetar a qualidade de vida do paciente, conforme Gustavo Cancela Penna, endocrinologista que coordena o N�cleo de Tireoide no Instituto Orizonti. Ainda, segundo ele, haja vista os sintomas da disfun��o, ela pode ser comumente confundida com outras patologias.
Al�m do excesso ou diminui��o de funcionamento da tireoide, tumores podem acometer a gl�ndula. Segundo o cirurgi�o de cabe�a e pesco�o do Orizonti Gustavo Meyer, a incid�ncia � crescente em todo o mundo.
“Muitas pessoas t�m n�dulos na tireoide, mas n�o sabem disso. Em mulheres acima de 55 anos, chega a ser mais frequente ter um n�dulo na tireoide do que n�o ter. Entretanto, a maioria desses n�dulos n�o precisam de tratamento, pois s�o benignos. Mesmo nos casos de c�ncer, em estado bem inicial pode ser conduzidos sem necessidade de cirurgia, com adequado seguimento ultrassonogr�fico.”
“Muitas pessoas t�m n�dulos na tireoide, mas n�o sabem disso. Em mulheres acima de 55 anos, chega a ser mais frequente ter um n�dulo na tireoide do que n�o ter. Entretanto, a maioria desses n�dulos n�o precisam de tratamento, pois s�o benignos. Mesmo nos casos de c�ncer, em estado bem inicial pode ser conduzidos sem necessidade de cirurgia, com adequado seguimento ultrassonogr�fico.”
TRATAMENTO
As pessoas que t�m altera��es no funcionamento da gl�ndula, se n�o tratadas, podem apresentar riscos, sobretudo, para o cora��o, conforme Fl�via Pontes. Por isso, ela destaca a import�ncia do tratamento precoce.
“E isso principalmente no caso das disfun��es, porque se n�o se trata precocemente, esse paciente desenvolve complica��es cardiovasculares. O tratamento mais adequado vai depender do tipo de problema. Se tem o hipotireoidismo, faz-se a reposi��o do pr�prio horm�nio que a tireoide produz at� que os n�veis adequados sejam alcan�ados. J� o hipertireoidismo, temos tr�s modalidades de tratamento.”
“A terapia mais usada � com medicamentos que bloqueiam o funcionamento da gl�ndula e impedem a produ��o excessiva de horm�nio. Outra op��o seria o tratamento com iodo radioativo, porque para produzir esse horm�nio a gl�ndula precisa de iodo. Ent�o, quando a gl�ndula for captar esse iodo para produzir o horm�nio, ela vai captar iodo com radia��o, o que vai destruir a gl�ndula que est� funcionado em excesso. Outra op��o � a cirurgia. O paciente retira uma parte ou a tireoide inteira”, explica.
No caso dos tumores, a condi��o pode ser somente acompanhada de perto por especialistas, em caso de n�dulo benigno. J� quando tem malignidade, pode haver a necessidade de cirurgia com sequ�ncia de tratamento medicamentoso, conforme o quadro do paciente.
Por se trataram, na maioria dos casos, de doen�as autoimunes, Fl�via Pontes explica que n�o h� dieta, atividade f�sica ou qualquer outro m�todo que impe�a uma pessoa de ter a doen�a. “A defici�ncia de iodo antigamente interferia muito nisso, mas hoje temos o sal iodado e at� um consumo em excesso, ent�o n�o recomendamos a reposi��o, porque pode acarretar outros problemas. O que recomendamos � uma alimenta��o saud�vel, n�o especificamente para a tireoide. Se h� a predisposi��o, n�o tem muito o que fazer para evitar”, pondera.
MITOS E VERDADES
Confira alguns mitos e verdades, explicados pelo endocrinologista do Instituto Orizonti Gustavo Cancela Penna, sobre o que a disfun��o da gl�ndula de tireoide pode causar. Aten��o! Em caso de algumas dessas condi��es, procure um especialista.
- Queda de cabelo, suor excessivo e unhas fr�geis podem indicar problemas da tireoide: Verdade!
- O hipotireoidismo pode causar depress�o: Verdade!
- Todo n�dulo de tireoide � c�ncer: Mito!
- O cansa�o pode ser um dos sintomas das doen�as da tireoide: Verdade!
- Pessoas com irritabilidade, falta de concentra��o e perda de mem�ria podem estar sofrendo com doen�a da gl�ndula tireoide: Verdade!
- Algumas pessoas t�m mais chances de ter problemas de tireoide: Verdade!
- Apenas as mulheres mais velhas podem vir a desenvolver algum dist�rbio da tiroide: Mito!
- Consumir iodo extra vai melhorar a sa�de da minha tiroide: Mito!
- Todas as pessoas com problemas de tiroide t�m olhos salientes: Mito!
- Se eu tiver hipotiroidismo n�o vou conseguir emagrecer: Mito!
- Posso fazer a gest�o do hipotiroidismo apenas com uma dieta: Mito!
*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram