(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Julho Turquesa traz para a discuss�o a S�ndrome do Olho Seco

Este � um desequil�brio na composi��o ou produ��o das l�grimas, que pode gerar problemas na vis�o. At� 34% da popula��o mundial apresenta a condi��o


22/07/2021 14:47

(foto: agnesliinnea/Pixabay)

Muitas vezes o olho d� sinais de que algo n�o vai bem. A S�ndrome do Olho Seco, por exemplo, � uma condi��o recorrente que pode gerar preju�zos para a sa�de da vis�o. Lembrada neste m�s pela campanha Julho Turquesa, trata-se de um desequil�brio na composi��o ou produ��o das l�grimas, o que afeta a lubrifica��o na �rea dos olhos.

Tamb�m chamada S�ndrome da Disfun��o Lacrimal, n�o � algo t�o incomum assim. "Pesquisas mostram que a s�ndrome acomete de 5% a 34% da popula��o ao redor do mundo, variando de acordo com o ambiente e os h�bitos de vida", diz o oftalmologista do NEO Oftalmologia - Unidade Vila da Serra, Raul Dam�sio de Castro. A doen�a pode ser controlada com tratamento e acompanhamento adequados.

"A S�ndrome do Olho Seco � uma condi��o ocular em que h� defici�ncia da camada lacrimal (filme lacrimal) que recobre, lubrifica e protege a superf�cie ocular. Al�m de desconforto, pode levar a les�es das camadas externas do olho: p�lpebras, conjuntiva e, principalmente, a c�rnea", explica o oftalmologista Rodrigo Moreira Gomes, tamb�m da equipe do NEO Vila da Serra.

"Nas formas mais graves, podem surgir cicatrizes nos olhos, �lceras corneanas e at� mesmo perfura��o da c�rnea", complementa Raul. E esse � um perigo que pode acarretar perda visual.

A l�grima tem cerca de 100 componentes fundamentais para a limpeza e defesa dos olhos contra microrganismos - n�o � apenas �gua salgada. Em cada pequena gota, essas mol�culas se distribuem em �gua, sais minerais, prote�nas, lip�dios e gordura, continua Rodrigo. No momento do piscar, essas camadas se unem e fazem com que a evapora��o do l�quido n�o seja t�o r�pida.

Quando o n�mero de piscadas diminui, e existem situa��es em que isso ocorre com mais frequ�ncia, est�o abertas as portas para a S�ndrome do Olho Seco. O normal � que uma pessoa feche e abra as p�lpebras entre oito a dez vezes por minuto. Quando a vis�o est� fixada a uma tela, ou at� mesmo um livro, o n�mero de piscadas cai para cerca de tr�s vezes nesse intervalo - e esse ato involunt�rio do corpo � justamente o que impede que a l�grima evapore antes da hora.

Os sintomas do olho seco acontecem quando o indiv�duo - e nesse ponto as raz�es s�o diversas e individuais - fabrica l�grima com gordura de mais ou de menos, o que leva � dissipa��o desse l�quido, deixando os olhos na secura. "A l�grima � como um �leo lubrificante fin�ssimo. Qualquer condi��o que afete o equil�brio entre seus componentes pode causar altera��o em sua quantidade e qualidade, e levar � s�ndrome", diz Rodrigo.

Entre os principais sintomas, acrescenta Raul Dam�sio de Castro, est�o desconforto ocular, ardor, sensa��o de corpo estranho nos olhos, olho vermelho, emba�amento visual, lacrimejamento, reflexo, coceira e fotofobia. Usu�rios de lentes de contato gelatinosas (que, como se fossem uma esponja, absorvem a umidade), e quem passa muito tempo em ambientes refrigerados artificialmente, tamb�m est�o no grupo de pessoas mais suscet�veis � aridez ocular.

Essa � uma doen�a multifatorial, lembra Raul. Entre os fatores de igni��o para o problema, at� mesmo um c�lio no lugar errado ou a polui��o s�o capazes de alterar a fun��o ideal da l�grima - outras vezes, a secura n�o vem por mudan�as na sua composi��o, mas quando sua produ��o cai a n�veis indesejados.

Oscila��es de horm�nios na menopausa, alguns medicamentos (antial�rgicos orais, antidepressivos, anticoncepcionais, entre outros), doen�as autoimunes (como artrite reumatoide e l�pus), uso cont�nuo de computador ou outras telas, exposi��o excessiva ao ar condicionado, clima seco, estar continuamente em ambientes com baixa umidade, doen�as reum�ticas que comprometem a gl�ndula lacrimal (como a S�ndrome de Sj�gren), al�m do pr�prio envelhecimento (estudos mostram que 20% da popula��o com mais de 50 anos apresenta vest�gios do dist�rbio): todas essas s�o situa��es para maior propens�o ao olho seco. A quase totalidade dos casos � contornada de maneira relativamente simples.

Para o diagn�stico, o m�dico checa o hist�rico do paciente, o tipo de sintomas, se est� entre os grupos de risco, com exames que mensuram a produ��o da l�grima, corantes que detectam regi�es ressecadas e at� c�meras que captam imagens para quantificar a taxa de evapora��o do l�quido. A partir da�, o tratamento � com col�rios lubrificantes ou anti-inflamat�rios, com prescri��es diferentes conforme cada paciente.

Quando col�rios n�o funcionam e n�o conseguem fazer com que o ambiente ocular fique novamente umedecido, existe, por exemplo, um tratamento feito com a inser��o de um pequeno plugue para fechar a sa�da do canal lacrimal, por onde escoa a l�grima. Quando a c�rnea se torna opaca, gl�ndulas salivares podem ser transplantadas para a mucosa conjuntival, estimulando novamente a produ��o do l�quido. Medica��o por via oral de vitaminas e �leos essenciais pode ser indicada. "A melhoria das condi��es ambientais tamb�m se inclui no tratamento", refor�a Raul.

Rodrigo esclarece que prevenir o olho seco pode ser dif�cil e, por isso, � melhor considerar a preven��o das les�es que a doen�a causa, come�ando o tratamento o quanto antes. Para isso, � importante: hidrata��o adequada, melhorar a umidade dos ambientes acima 40% (o ideal � maior que 60%), tratar as doen�as reum�ticas que afetam a gl�ndula lacrimal, e reposi��o hormonal em mulheres com defici�ncia significativa.

Nos cuidados di�rios para evitar a s�ndrome, uma boa limpeza da regi�o faz com que o complexo mecanismo ocular se mantenha hidratado. "A higieniza��o das p�lpebras e o tratamento de condi��es associadas, como a blefarite, inflama��o nas bordas das p�lpebras, s�o fundamentais para a resolu��o do problema", ensina Raul. Isso � importante, por exemplo, para quem costuma usar maquiagem diariamente, ou para quem tem a mania de levar as m�os ao rosto toda hora - a higiene, inclusive, afasta alergias e infec��es. Se surgir uma irrita��o fora de hora, �gua corrente, soro fisiol�gico e �gua boricada est�o fora de cogita��o. A dica � simples: pisque, sem modera��o.

A campanha Julho Turquesa, lembra Raul, se prop�e a difundir o conhecimento sobre a doen�a, alertar sobre seus riscos, ensinar sobre como prevenir, detectar e lidar com o problema, para afastar complica��es. "A inten��o � conscientizar a popula��o quanto � import�ncia do correto diagn�stico da condi��o, e o tratamento mais precoce poss�vel, para evitar sequelas que podem comprometer a vis�o de forma duradoura", conclui Rodrigo.

Algumas condi��es que provocam a S�ndrome do Olho Seco:

- Horm�nios fora de ordem: anticoncepcionais e menopausa, que interferem no equil�brio hormonal das mulheres, ressecam os olhos, o que pode ser amenizado com o uso de alguns tipos de col�rios

- Rem�dios:
alguns f�rmacos, como antial�rgicos, anti-hipertensivos, anti-inflamat�rios e psicotr�picos alteram o teor das l�grimas

- Doen�as autoimunes:
o olho seco pode levar at� mesmo � identifica��o de dist�rbios como l�pus e S�ndrome de Sj�gren, que costumam afetar a produ��o das gl�ndulas lacrimais e salivares

- Les�es oculares:
As f�bricas de l�grima recorrentemente s�o danificadas tamb�m por cistos, conjuntivite e at� cirurgias para melhorar a apar�ncia da p�lpebra, chamadas blefaroplastias, al�m de interven��es para corrigir miopia

- Blefarite: � uma inflama��o que afeta a regi�o dos c�lios, quando se forma um tipo de caspa que pode acabar obstruindo a gl�ndula lacrimal


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)