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Estado de Minas Sa�de dos olhos

Pandemia: casos de miopia em crian�as e adolescentes crescem no Brasil

Estudo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia considera a exposi��o �s telas dos aparelhos eletr�nicos o fator central que influi nesse cen�rio


03/08/2021 13:13 - atualizado 03/08/2021 13:44

(foto: Luisella Planeta Leoni/Pixabay )
(foto: Luisella Planeta Leoni/Pixabay )

A pandemia fez crescer o n�mero de casos de crian�as e adolescentes com diagn�stico de miopia no Brasil, al�m de favorecer o avan�o do problema em pacientes j� em acompanhamento. Estas s�o percep��es reveladas a partir de pesquisa in�dita realizada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). O estudo, baseado em informa��es colhidas junto aos especialistas no atendimento desse p�blico, revela o impacto do coronav�rus na sa�de ocular da popula��o infanto-juvenil.

Durante o per�odo de emerg�ncia epidemiol�gica, de acordo com 71,9% dos oftalmologistas entrevistados, cresceu a quantidade de pacientes com idades de 0 a 19 anos com diagn�stico de miopia. Para 75,6% dos especialistas, essa situa��o tem como causa principal a exposi��o das crian�as e dos adolescentes �s telas dos aparelhos eletr�nicos, seja por conta do ensino � dist�ncia, seja em atividades de lazer, como assistir televis�o ou jogar videogames.

Essa situa��o exige que a exposi��o dos jovens �s TVs, smartphones, tablets e computadores seja reduzida, afirmam os 98,6% oftalmologistas brasileiros. A recomenda��o � reduzir esse tempo diante das telas e tamb�m buscar atividades externas como forma de prevenir a miopia. Na avalia��o de 43,2% dos especialistas, os jovens devem ter pelo menos duas horas de pr�ticas offline por dia. Outros 31% recomendam uma hora e 8% um m�nimo de 30 minutos por per�odo. No entanto, na percep��o de 7,7%, seriam necess�rias ao menos tr�s horas di�rias longe das telas.

Para o coordenador da pesquisa, F�bio Ejzenbaum, especialista do CBO e presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pedi�trica (SBOP), o que existe � uma epidemia de miopia e, para cont�-la, al�m da redu��o do uso de telas, � preciso tamb�m cuidado com os fatores ambientais. "� comprovado que se voc� ficar em m�dia pelo menos duas horas em ambiente externo sua chance de ser m�ope pode ser reduzida em at� 40%. O sol libera neurotransmissores que fazem o olho crescer menos. Por isso, recomendo menos telas e mais atividades ao ar livre, como jogar bola e andar de bicicleta. N�o � tomar sol no olho, mas ficar em ambiente externo � muito importante. Atividade ao ar livre reduz a progress�o da miopia", destaca.

Preocupa��o


Os dados foram coletados entre abril e junho deste ano, com 295 oftalmologistas. O CBO considera a situa��o preocupante, pois revela que as mudan�as de h�bitos geradas pela pandemia est�o afetando a sa�de ocular dos jovens, com possibilidade de complica��es no futuro. Isso ocorre porque o diagn�stico de miopia aponta uma situa��o de "fragilidade do olho", que pode avan�ar na forma de outras doen�as, como descolamento de retina, catarata e glaucoma, que leva � cegueira.

 

"Como na miopia o comprimento do olho � maior, � como se todas as estruturas oculares estivessem mais esticadas, alargadas. � um olho que tem um risco estat�stico, a partir de 5, 6 graus de miopia, a ter chances de problemas graves oftalmol�gicos, como estrabismo em adultos, entre outras doen�as", explica Ejzenbaum.

Outro artigo, publicado em janeiro deste ano na revista cient�fica Jama Ophthalmology, da China, mostra conclus�es similares. Resultados do estudo realizado com mais de 120 mil crian�as mostraram que o n�mero de casos de miopia em crian�as entre 6 e 8 anos cresceu, em 2020, at� tr�s vezes em compara��o com os cinco anos anteriores.

Os pesquisadores aferiram que o confinamento domiciliar, devido � pandemia, parece estar associado a uma mudan�a substancial da miopia em crian�as. O estado refrativo de crian�as mais jovens pode estar mais sens�vel �s mudan�as ambientais do que em crian�as mais velhas, visto que se encontram em um per�odo importante para o desenvolvimento da miopia.

No Brasil, a situa��o � semelhante. Segundo o CBO, aproximadamente 6,8 milh�es de crian�as j� sofrem com a miopia. "A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) estima que a miopia atinja metade da popula��o mundial at� 2050, por isso as aten��es devem estar voltadas �s nossas crian�as, principalmente porque elas est�o se tornando m�opes em idades cada vez mais baixas", afirma Gerson Cespi, diretor geral da CooperVision no Brasil. Ainda de acordo a OMS, 2,6 bilh�es de pessoas convivem com a miopia no mundo. Dessas, 59 milh�es est�o no Brasil.

Como uma das causas da miopia � a hereditariedade, os pais tamb�m devem prestar aten��o aos sinais que as crian�as apresentam, como estrabismo, necessidade de se sentar nas primeiras fileiras da sala de aula, ficar mais pr�ximo das telas da televis�o ou cinema, manter livros muito pr�ximos ao rosto durante a leitura, n�o enxergar objetos distantes, piscar excessivamente e esfregar os olhos com frequ�ncia. Outros ind�cios podem ser queda no rendimento escolar, mudan�a de comportamento social, apertar/fechar os olhos para ver objetos ou ler e mesmo se aproximar para identificar letreiros.

Tudo isso observado, pais e professores devem estar atentos para encaminhar os filhos para avalia��o m�dica de forma precoce. O presidente do CBO, Jos� Beniz Neto, acredita que o diagn�stico precoce da miopia, assim como de qualquer outro problema, seja ele estrutural ou de doen�a, tem melhor desfecho quanto mais cedo for descoberto.

A miopia


A miopia � um erro de refra��o bastante comum. Ela acontece quando a imagem se forma antes da retina. A sua principal caracter�stica � a vis�o emba�ada, que impede de enxergar com clareza o que est� longe. Em alguns casos tamb�m pode provocar cansa�o visual e dores de cabe�a.

Entre as causas da miopia, a heran�a gen�tica � apontada como principal. Por�m, h�bitos ou o ambiente podem tamb�m influenciar em sua manifesta��o. Trata-se de uma doen�a cercada de mitos, que influenciam na forma como as fam�lias se relacionam com diagn�sticos dentro de casa.

"O aparecimento ou desenvolvimento da miopia ocorre devido ao aumento, mesmo que milim�trico, do di�metro �ntero-posterior do olho. Isso ocorre mais em crian�as, adolescentes e adultos jovens. Essa concentra��o em telas de aparelhos eletr�nicos promove a libera��o de agentes qu�micos no interior do olho que pode levar a esse aumento do globo ocular e consequente acr�scimo na miopia. Pode-se dizer que o principal fator da presen�a da miopia no ser humano � sua heran�a gen�tica. Por�m, alguns h�bitos, como a quest�o da leitura em excesso, podem influenciar e aumentar a sua manifesta��o", afirma Beniz.

Mitos


Uma percep��o incorreta � de que o uso de �culos pode piorar o problema. Pelo contr�rio, esse acess�rio � fundamental para corrigi-lo, assim como as lentes de contato. A cirurgia refrativa, outra alternativa de tratamento, s� pode ser realizada ap�s os 18 anos. "Os �culos s�o fundamentais para aliviar o desconforto da baixa acuidade visual e devem ser utilizados quando a pessoa tem o problema", enfatiza Cristiano Caixeta Umbelino, vice-presidente do CBO.

O consumo de cenoura � outro mito sobre a miopia. Apesar de ser rica em betacaroteno, que � muito importante para a sa�de dos olhos e do organismo como um todo, esta hortali�a n�o cura ou impede o avan�o do comprometimento da vis�o. Tamb�m n�o � verdade que exerc�cios oculares resolvem o problema. A fisioterapia ocular atua nos m�sculos dos olhos, que nada t�m a ver com a miopia.

"Not�cias falsas s�o sempre um problema para deturpar a informa��o adequada que o ser humano deve seguir como pauta de a��es em sua vida. Especificamente sobre a ingest�o da cenoura, realmente � um mito achar que comer muita cenoura vai resolver o seu problema. Porque o organismo precisa apenas daquela quantidade de vitaminas e subst�ncias essenciais para o funcionamento dos nossos �rg�os, de acordo com o que � absorvido pelo nosso intestino e passado para as outras partes do nosso corpo. Ent�o, defici�ncias vitam�nicas graves, sim, s�o problema. Mas, normalmente isso n�o ocorre em pessoas saud�veis, que t�m uma alimenta��o normal e adequada", desmistifica Umbelino.

 

 


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