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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Malaxofobia: avers�o ao contato interpessoal

O transtorno, nem sempre, se restringe ao relacionamento rom�ntico, amoroso ou mesmo o medo de criar v�nculos de compromisso


15/08/2021 04:00 - atualizado 12/08/2021 14:00

Mesmo que a malaxofobia não seja um termo reconhecido pela ciência psicológica, é importante que o indivíduo que apresente essa aversão busque fazer psicoterapia(foto: Pixabay)
Mesmo que a malaxofobia n�o seja um termo reconhecido pela ci�ncia psicol�gica, � importante que o indiv�duo que apresente essa avers�o busque fazer psicoterapia (foto: Pixabay)


O professor de psicologia da Est�cio Belo Horizonte Thales Coutinho explica que o termo malaxofobia n�o faz parte do campo da ci�ncia psicol�gica, pois n�o integra o dicion�rio da Associa��o Americana de Psicologia, nem tem qualquer estudo publicado em revista cient�fica internacional, ao longo dos �ltimos anos.

Conforme ele, foi uma palavra criada por meio da fus�o do termo “malaxo”, que significa algo com amassar, massagear, e fobia, que significa medo ou avers�o.

Por�m, como � um termo que est� se popularizando, para Thales Coutinho cabe aos profissionais da sa�de tentar oferecer uma defini��o mais correta, mesmo reconhecendo que n�o h� um consenso.

“Posso concluir que se trata da avers�o ao contato interpessoal, que � a base dos relacionamentos afetivos humanos. Diante dessa defini��o, baseada na etimologia, essa condi��o n�o se restringiria ao relacionamento rom�ntico e tamb�m n�o envolveria receio de criar v�nculos de compromisso.”

A causa mais importante para a pessoa que n�o gosta de receber carinho e ser tocada, conforme Thales Coutinho, est� no seu hist�rico de vida.

 “Infelizmente, desilus�es com relacionamentos pr�vios, de qualquer natureza, podem fazer com que a pessoa se feche �s novas possibilidades. Por�m, nem sempre � esse o caso. Existem pessoas sem qualquer hist�rico negativo que, ainda assim, n�o apreciam o toque interpessoal. Nesse caso, tem a ver com o tra�o de personalidade, que � multideterminado e envolve gen�tica, relacionamentos sociais pr�vios, e at� o acaso.”

Infelizmente, desilus�es com relacionamentos pr�vios, de qualquer natureza, podem fazer com que a pessoa se feche �s novas possibilidades. Por�m, nem sempre � esse o caso. Existem pessoas sem qualquer hist�rico negativo que, ainda assim, n�o apreciam o toque interpessoal. Nesse caso, tem a ver com o tra�o de personalidade

Thales Coutinho, professor de psicologia da Est�cio BH


 
VIVER PLENAMENTE 


O professor ressalta que pessoas com o tra�o de personalidade neuroticismo muito elevado, por exemplo, podem evitar a aproxima��o f�sica, enquanto que aqueles com elevado n�vel de extrovers�o podem fazer o caminho contr�rio. Ali�s, essa incompatibilidade fundamental � uma das raz�es pelas quais a personalidade � importante preditor do futuro de um relacionamento, seja ele de amizade, seja rom�ntico.

Professor de psicologia da Estácio BH Thales Coutinho explica que o termo malaxofobia não faz parte do campo da ciência psicológica(foto: Arquivo Pessoal)
Professor de psicologia da Est�cio BH Thales Coutinho explica que o termo malaxofobia n�o faz parte do campo da ci�ncia psicol�gica (foto: Arquivo Pessoal)
Thales Cotinho enfatiza que, tendo em vista que os relacionamentos humanos se formam e se mant�m, em grande parte, devido � presen�a do toque interpessoal, indiv�duos que t�m avers�o a isso certamente apresentam dificuldades significativas de relacionamento social, o que pode levar a quadros mais preocupantes, como a depress�o.

“Portanto, mesmo que a malaxofobia n�o seja um termo reconhecido pela ci�ncia psicol�gica, � importante que o indiv�duo que apresente essa avers�o busque fazer psicoterapia. Afinal, a psicoterapia serve para que o paciente viva plenamente a vida, livre de medos e avers�es que possam prejudicar o bem-estar, independentemente do nome que se d� ao sofrimento.”

O QUE DIZ A CI�NCIA: OS ESTUDOS 


Estudo de 2012, publicado na revista Comprehensive Psychology (https://journals.sagepub.com/doi/full/10.2466/02.17.21.CP.1.13) indica que pessoas criadas por pais que gostam de abra�ar est�o mais propensos a replicar o comportamento na fase adulta. Evitar contato f�sico tamb�m pode ser um componente cultural.

Em pa�ses como Coreia do Sul, EUA e Inglaterra as pessoas tocam e abra�am menos umas as outras do que no Brasil, Fran�a e Porto Rico, como constatou outro estudo americano, da Calif�rnia, no qual Dacher Keltner mostrou que formas cotidianas de toque podem trazer equil�brio emocional e melhor sa�de (https://greatergood.berkeley.edu/article/item/hands_on_research).

Por outro lado, uma pesquisa de 2014, publicado no American Journal of Infection Control, relatou que bater punhos � a forma mais higi�nica de sauda��o, espalha menos germes, o que privilegia o contato m�nimo. Muitos descartam o abra�o (https://www.ajicjournal.org/pb/assets/raw/Health Advance/journals/ymic/AJIC_Aug14_PR_Mela_Fist_bump_FINAL.pdf).

FACETAS DO NEUROTICISMO


Neuroticismo � um dos cinco maiores tra�os de personalidade de ordem superior no estudo da psicologia. Pessoas com alto �ndice de neuroticismo s�o mais propensas do que a m�dia a experimentar determinados sentimentos que levam a emo��es negativas, frustra��o, solid�o, s�o muitas vezes autoconscientes e t�midos e correm o risco de desencadear transtornos mentais comuns como os de humor, ansiedade e neuroses. Conhe�a os principais:

  1. Ansiedade: preocupa��o intensa e excessiva e medo de situa��es cotidianas.
  2. Hostilidade: agir com agressividade e oposi��o, perante alguma situa��o no momento.
  3. Depress�o: perda de interesse em atividades, pessimismo e culpa.
  4. Autoconsci�ncia: consci�ncia que reflete sobre si pr�prio, sobre sua condi��o e seus processos.
  5. Impulsividade: problema com o autocontrole emocional ou comportamental.
  6. Vulnerabilidade: fr�gil, delicado e fraco. Pode-se referir tanto ao comportamento das pessoas, como objetos, situa��es e ideias.


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