
Segundo ele, os resultados revelam a libera��o de um neuropept�dio, a ocitocina, fortemente relacionado � empatia e cria��o de v�nculos afetivos.
“Esse resultado fisiol�gico pode estar associado ao relato de mais emo��es positivas em rela��o a enfermeiros, m�dicos e hospitais, indicando que as crian�as se sentiriam mais seguras no ambiente hospitalar. Al�m disso, encontramos diminui��o no cortisol, indicando redu��o no estresse das crian�as e menor sensa��o de dor.”
“Esse resultado fisiol�gico pode estar associado ao relato de mais emo��es positivas em rela��o a enfermeiros, m�dicos e hospitais, indicando que as crian�as se sentiriam mais seguras no ambiente hospitalar. Al�m disso, encontramos diminui��o no cortisol, indicando redu��o no estresse das crian�as e menor sensa��o de dor.”
BENEF�CIOS EM 30 MINUTOS
Guilherme Brockington, um dos respons�veis pelo estudo, destaca que, em cerca de 30 minutos de conta��o de hist�rias, os benef�cios j� podem ser notados, com o importante aumento do bem-estar infantil durante a interna��o. “Isso nos permite demonstrar que, em compara��o com outra atividade l�dica, contar hist�ria vai al�m do simples entretenimento”, diz.
Jorge Moll Neto, tamb�m autor do estudo, concorda: “At� ent�o, a evid�ncia positiva do ato de contar hist�rias era baseada em ‘bom senso’, em que a intera��o com a crian�a poderia distrair, entreter e aliviar um pouco o sofrimento. Mas faltava um embasamento cient�fico s�lido, principalmente no que tange a mecanismos fisiol�gicos subjacentes”.
A Associa��o Viva e Deixe Viver, parceira do estudo, atua com conta��o de hist�rias em hospitais h� 24 anos, levando para o ambiente hospitalar lendas, religi�es e valores sociais que atravessaram mil�nios por meio da oralidade e da escrita, relata o fundador da Viva, Valdir Cimino.
“A Viva se dedica a demonstrar o impacto em tantos patamares quanto poss�veis: na imagina��o pura, estimulando o tempo do brincar e do era uma vez; no emocional, levando afeto, empatia, di�logo e compreens�o; e no corpo f�sico, quando pesquisas demonstram efeitos org�nicos e hormonais contribuindo para o bem-estar, recupera��o mais r�pida, diminui��o de medicamentos, entre outros.”
EVID�NCIAS
“Ainda que nossa pesquisa tenha sido bastante focada em um ambiente hospitalar, o conjunto de evid�ncias cient�ficas acerca dos efeitos das narrativas no c�rebro e no psiquismo nos permite especular que os benef�cios que encontramos t�m potencial para impactar as pessoas em outras situa��es de estresse”, aponta Guilherme Brockington.
No que tange o momento atual – pandemia de COVID-19, ele chama a aten��o para aplica��es potenciais da conta��o de hist�rias e seus resultados positivos em crian�as que experimentam diferentes tipos de estresse em meio ao isolamento social. Segundo ele, o ambiente da UTI pode guardar similaridades com a realidade que muitas crian�as podem estar vivenciando agora: o isolamento social que as mant�m distantes dos amigos e pessoas queridas; os graus de estresse e tens�o causados por uma doen�a; o t�dio de estar no mesmo ambiente por muito tempo e as emo��es negativas como medo, tristeza e raiva.
No que tange o momento atual – pandemia de COVID-19, ele chama a aten��o para aplica��es potenciais da conta��o de hist�rias e seus resultados positivos em crian�as que experimentam diferentes tipos de estresse em meio ao isolamento social. Segundo ele, o ambiente da UTI pode guardar similaridades com a realidade que muitas crian�as podem estar vivenciando agora: o isolamento social que as mant�m distantes dos amigos e pessoas queridas; os graus de estresse e tens�o causados por uma doen�a; o t�dio de estar no mesmo ambiente por muito tempo e as emo��es negativas como medo, tristeza e raiva.
O ESTUDO
“Para o estudo, foram selecionadas 81 crian�as, com idades entre 2 e 7 anos e que apresentavam condi��es cl�nicas similares e problemas respirat�rios como asma, bronquite e pneumonia. Todas elas se encontravam internadas na UTI no Hospital S�o Luiz Jabaquara, da Rede D’Or, em S�o Paulo. As crian�as foram divididas em dois grupos de forma aleat�ria.
Dessa forma, 41 delas participaram de um grupo no qual contadores de hist�ria volunt�rios da Associa��o Viva e Deixe Viver liam hist�rias infantis durante 25 a 30 minutos, enquanto, em um grupo de controle, 40 crian�as eram engajadas em perguntas de enigmas e adivinha��es durante o mesmo intervalo de tempo. Para comparar os efeitos das duas interven��es, foram coletadas amostras de saliva de cada participante com o objetivo de analisar as oscila��es de cortisol e ocitocina antes e depois de cada sess�o.
A �nica e significativa diferen�a � que os resultados do grupo que participou da conta��o de hist�rias foram duas vezes melhores do que os do grupo das adivinha��es, o que levou os pesquisadores � conclus�o de que este contraste s� poderia se dar em fun��o da atividade narrativa.
*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram