Esse � o resultado dos �ltimos dados coletados pelo Sistema de Vigil�ncia Gen�mica desenvolvido pelo Grupo Pardini, por meio de sua equipe de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em colabora��o com o laborat�rio de Biologia Integrativa do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O monitoramento da din�mica das variantes da COVID-19 nas principais capitais do Brasil � feito desde abril deste ano pela rede nacional de laborat�rios do instituto.
Para a coordenadora de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Pardini, Danielle Zauli, esse rastreamento efetivo e em tempo real das variantes contribui para avaliar o cen�rio da doen�a no pa�s, al�m de orientar a��es de sa�de p�blica para conter a transmiss�o do coronav�rus.
Em agosto, foram analisadas 551 amostras distribu�das pelas seguintes capitais:
- Bel�m (33)
- Belo Horizonte (19)
- Boa Vista (12)
- Bras�lia (74)
- Campo Grande (3)
- Curitiba (30)
- Fortaleza (63)
- Goi�nia (56)
- Macap� (13)
- Manaus (15)
- Palmas (36)
- Porto Alegre (69)
- Porto Velho (40)
- Rio de Janeiro (26)
- S�o Paulo (62)
As variantes de SARS-CoV-2 foram identificadas atrav�s da genotipagem por PCR em tempo real para 7 muta��es no gene da esp�cula viral, com o objetivo de identificar a variante Delta.
As capitais da regi�o Norte e Centro-Oeste apresentam os menores n�veis da variante Delta, com predomin�ncia da Gama (P.1), surgida no estado do Amazonas.
Vale lembrar que o n�mero de amostras investigadas nessas capitais � menor quando comparado com as demais e que esses resultados demonstram a import�ncia do monitoramento dessas regi�es para uma maior cobertura regional.
Em Minas
No s�bado (11/9), o governo de Minas Gerais confirmou a sexta morte pela variante Delta no estado.
At� agora, a variante fez duas v�timas em Caratinga. J� os munic�pios de Pira�ba, Rio Novo, Claro dos Po��es e Uberaba confirmaram uma ocorr�ncia cada.
Juiz de Fora � a cidade com maior n�mero de resultados positivos para a Delta, s�o 38. Belo Horizonte aparece em segundo lugar, com 25 registros. Itabirito e Una� t�m 12 cada uma, Muria� aparece com 10 casos e Carangola com 7.
Ao todo, segundo a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais, s�o 261 casos confirmados da variante no estado.
Monitoramento constante e avan�o da Delta
A estrat�gia deste sistema de vigil�ncia � o monitoramento constante e em tempo real da din�mica de todas as variantes j� descritas no Brasil, especialmente as variantes Delta e Mu. Detectada na �ndia pela primeira vez, em outubro de 2020, a Delta tem uma capacidade de transmiss�o muito maior que as outras variantes.
Segundo a infectologista da rede de laborat�rios do Grupo Pardini, Melissa Valentini, a Delta est� avan�ando num momento em que mais pessoas est�o vacinadas no Brasil. Mas, para ela, � importante observar tamb�m que em outros pa�ses a Delta avan�ou com uma popula��o expressiva j� vacinada.
Dose de refor�o
“Com o envelhecimento do sistema imunol�gico qualquer vacina � menos eficaz em pessoas mais velhas porque o organismo envelhece e o sistema imunol�gico envelhece. Com isso, a vacina tem uma resposta menor”, explica Melissa.
No Brasil, grande parte dos idosos tomou a CoronaVac. “Ela � uma vacina boa, eficaz e evitou muitas mortes no pa�s, s� que comparada �s outras vacinas, ela tem uma efic�cia menor.”
Segundo a infectologista, as vacinas de v�rus vivos inativados, teoricamente, t�m uma prote��o menor para a doen�a. “E essas pessoas j� est�o h� mais de 6 meses vacinadas com CoronaVac, que seria o tempo em que a vacina diminuiria sua atividade. Ent�o, � recomend�vel que se fa�a uma dose de refor�o, com uma outra vacina (heter�loga).”
Melissa ressalta que as vacinas de RNA mensageiro, como as da Pfizer, s�o as que mostraram ter maior prote��o contra a COVID, com mais de 90%.
“Nessa popula��o (idosos acima de 70 anos), � interessante pela quest�o da idade, a efic�cia das vacinas, independente de qual for, vai ser menor em compara��o com a popula��o jovem. Al�m disso, j� se passaram 6 meses dessa vacina��o.”
Outro grupo que precisar� de uma terceira dose s�o os pacientes que est�o em quimioterapia ou t�m alguma doen�a imunossupressora. Os estudos mostraram que � necess�ria uma dose de refor�o para melhorar a imunidade dessas pessoas. Por isso, eles tamb�m ser�o vacinados.
J� para quem n�o faz parte desse p�blico e tomou CoronaVac, a infectologista explica que, por enquanto, ainda n�o tem nada definido sobre a necessidade de uma terceira dose.
Um p�blico que precisar� ser revisto, segundo ela, s�o os profissionais de sa�de que est�o na linha de frente do combate � pandemia.
“Foram os primeiros a se vacinar, tomaram CoronaVac e est�o imunizados h� mais de 7 meses. Muito provavelmente a prote��o dessas pessoas est� caindo e eles est�o na linha de frente. Eu acho que eles deveriam ser inclu�dos nessa revacina��o, j� que a linha de frente n�o pode adoecer.”
Para os outros p�blicos, a ado��o da dose de refor�o vai depender da evolu��o da pandemia, com as novas variantes. “Principalmente a Delta que chega com for�a. Al�m disso, eles foram vacinados mais recentemente e t�m um tempo de imunidade mais alto.”
Que vamos precisar de uma dose de refor�o, n�o tenho d�vidas que vamos, mas ainda n�o sabemos qual vai ser o intervalo dessa dose e para qual p�blico ela ser� necess�ria”, completa.
Vacina��o heter�loga
No caso dos idosos isso j� est� bastante claro, explica Melissa. Segundo ela, estudos mostraram que h� uma melhora da imunidade, ainda mais com uma vacina diferente da aplicada no primeiro ciclo vacinal. Neste caso, acontece uma vacina��o heter�loga.
Existem tr�s tipos de vacina contra a COVID-19: as de v�rus vivo inativado (Coronavac), as de v�rus de vetor viral (Janssen e Astrazeneca) e as de RNA mensageiro (Pfizer).
“O que existe de experi�ncia no mundo seria uma dose de vetor viral e a de refor�o com RNA mensageiro. Tem tamb�m um estudo recente com v�rus inativado e RNA mensageiro. Os estudos est�o surgindo e � uma alternativa interessante que se fa�a vacinas diferentes para aumentar a imunidade induzida por elas.”
A infectologista alerta que, mesmo ap�s a dose de refor�o, as pessoas podem se contaminar pelo coronav�rus. A terceira dose vai proteger contra casos mais graves da doen�a.
“Isso serve para toda vacina. Quando se compara o grupo vacinado com o n�o vacinado, o �ltimo vai ter mais mortes, vai ter casos mais graves e se contaminar mais. Mas, n�o quer dizer que n�o vai ter caso grave e infec��o no primeiro grupo. Pode acontecer, mas a chance de uma pessoa vacinada ter um quadro grave � muito menor do que das pessoas n�o vacinadas.”
Melissa explica que na Europa, com o avan�o da variante Delta, percebeu-se que a vacina protegia contra formas graves, mas n�o contra a infec��o.
“Muitos deles se infectaram, mas foram assintom�ticos. Da� a import�ncia de refor�ar a vacina��o e, por enquanto, ainda continuar com as medidas de prote��o porque ainda temos um percentual de pessoas ainda n�o vacinadas ou n�o totalmente imunizadas com a segunda dose.”
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.