
Tudo que � feito com muita frequ�ncia se transforma em h�bito e todo h�bito passa a fazer parte da vida, lembra a psic�loga Osmarina Vyel. O celular tem sido rotina presente na vida das pessoas e se tornou mais valioso que as atividades b�sicas do dia a dia, como cuidar da higiene pessoal, se alimentar ou dormir. "O celular agora � a extens�o das nossas m�os e dos nossos olhos. Quando n�o se faz presente, gera sensa��o de vazio e de perda. Dependendo da situa��o, a pessoa pode sentir palpita��o e sudorese, como se algo ruim fosse acontecer, como se n�o estivesse no controle", diz.
A dificuldade de se comunicar, estabelecer uma conversa, o olhar sempre para baixo, os ombros para frente, dores de cabe�a, ins�nia s�o indicativos de que est� na hora de pedir ajuda. "O recomendado � o acompanhamento psiqui�trico e psicol�gico, muitas vezes com indica��o de medicamentos para amenizar os sintomas e a psicoterapia. O objetivo � que o indiv�duo passe a se conhecer e mudar percep��es e comportamentos distorcidos. Entender que, sem ajuda profissional, poder� desencadear doen�as mais s�rias, como atrofiamentos em partes neurol�gicas e diminui��o da capacidade cognitiva", diz Osmarina.

Compreens�o
A psiquiatra Jaqueline Bifano considera que o perigo mora nas “in�meras vezes” nas quais as pessoas n�o sabem lidar com a tecnologia da forma como deveriam e nem sequer entender o que realmente ela oferece. Essa incapacidade pode at� gerar transtornos, como o de compuls�o. “H� uma diferen�a entre uso e abuso e, mesmo que um indiv�duo passe o dia todo conectado, n�o significa que ele � dependente, at� porque, atualmente, o celular � essencial na grande maioria dos servi�os e profiss�es. O abuso, e consequente v�cio, surge quando ficar longe do celular ou de aparelhos eletr�nicos se torna motivo de medo, ansiedade e inquieta��o”, afirma.
A especialista explica que n�o se trata de negar que os celulares s�o necess�rios e desempenham fun��o importante como mecanismo de conex�o para pesquisa de informa��es, troca de mensagens e liga��es com facilidade, al�m de visita a lugares e meio para conversa com pessoas no exterior. “Por�m, seu uso excessivo, assim como v�rios outros h�bitos, pode se tornar prejudicial. Tudo est� mais r�pido e mais acess�vel atrav�s da tecnologia.”
SINAIS QUE ALERTAM
Comportamentos que podem indicar o desenvolvimento da nomofobia
» A nomofobia apresenta forte rela��o com o transtorno de p�nico, agorafobia e transtorno de fobia social
» Preocupa quando o sujeito come�a a desbloquear o telefone com frequ�ncia para checar se tem mensagem, se tem algum novo e-mail
» A pessoa tem a sensa��o de que o telefone tocou ou vibrou e toda hora o confere
» Come�a a perder a no��o do tempo porque fica concentrada demais na tela do smartphone
» Tem altera��o no sono e at� mesmo no tr�nsito
» J� n�o consegue mais se concentrar
» Efeito Google: quando o c�rebro do ser humano come�a a n�o mais processar informa��es e at� no caso de quest�es simples sobre as quais poderia pensar, sabe que ter� uma resposta com muita mais facilidade com poucos cliques
» Invisibilidade social: a pessoa negligencia o que est� � sua volta para ficar concentrada na tela do dispositivo, um comportamento muito frequente entre os adolescentes