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Estado de Minas ONCOLOGIA

Outubro Rosa: a depress�o no diagn�stico e tratamento do c�ncer de mama

Segundo especialistas, mulheres com c�ncer de mama t�m de 10% a 25% de chance de desenvolver depress�o


19/10/2021 13:38 - atualizado 19/10/2021 14:12

Outubro Rosa
Outubro Rosa � uma campanha de conscientiza��o que tem como objetivo principal alertar sobre a import�ncia da preven��o e do diagn�stico precoce do c�ncer de mama (foto: Michelle Leman/ Pexels)

 
O diagn�stico e tratamento do c�ncer de mama podem influenciar na sa�de mental da paciente. Segundo especialistas, mulheres com c�ncer de mama t�m de 10% a 25% de chance de desenvolver a depress�o, e isso impacta diretamente no tratamento da doen�a. 

De acordo com a mastologista da Santa Casa BH, Patr�cia Bittencourt, o c�ncer de mama se inicia a partir de uma altera��o gen�tica das c�lulas que comp�em o tecido mam�rio. “Essa altera��o resulta na multiplica��o descontrolada das c�lulas at� a forma��o de um tumor. Segundo modelos matem�ticos de crescimento exponencial, esse c�ncer pode ser detectado no exame das mamas ap�s aproximadamente 8 anos do in�cio dessa multiplica��o celular, quando o tumor est� maior que 1 cm � palpa��o.”
 
 
Assim, a percep��o de um n�dulo mam�rio pode desencadear um processo de profunda ansiedade, depress�o e medo nas pacientes. “N�o � sempre que esses achados poder�o significar um c�ncer, mas poder�o provocar um grande desgaste emocional, mesmo antes do diagn�stico final”, explica.

Impactos da depress�o no tratamento e diagn�stico

A situa��o de uma paciente depressiva pode prejudicar o tratamento do c�ncer, e a m�dica oncologista da Santa Casa BH Ariane Ciriaco explica que existem casos de abandono do tratamento diante de uma depress�o: “Muitas pacientes acham que n�o devem se tratar, pois se consideram no final da vida. Esses casos s�o raros. Esse ano tive dois casos, mas que resgatamos com ajuda de medica��o e da psicologia”, conta.

Dessa forma, o diagn�stico de c�ncer de mama tem um impacto diferente em cada paciente. A abordagem � feita com muito respeito, e � importante mostrar � paciente que ela n�o est� sozinha: “Explico o diagn�stico e o tratamento proposto, e oriento que estaremos juntas nessa ‘batalha’”, conta Ariane Ciriaco.

Com isso, um estudo do Observat�rio de Oncologia mostra que mulheres com c�ncer de mama t�m de 10% a 25% de chance de desenvolver a depress�o. Ariane Ciriaco ainda pontua que o medo e efeitos colaterais do tratamento podem prejudicar a sa�de mental da paciente: “Por isso, fico atenta durante minhas consultas e tenho acompanhamento junto � psicologia”.
 

O papel da psicologia na luta contra o c�ncer

Claudia Maria de Jesus teve c�ncer de mama em 2018 e passou a ter assist�ncia na Santa Casa de BH. A paciente fez mastectomia, implante de pr�tese, radio e quimioterapia. Ela conta que foi assistida tamb�m pela psicologia assim que teve o diagn�stico: “Al�m do corpo, a mente fica adoecida, e tamb�m precisa de acompanhamento. Quando descobri o c�ncer, desenvolvi depress�o, e minha qualidade de vida ficou muito ruim. Comecei a fazer terapia duas vezes por semana, porque minha vida se resumiu a simplesmente pensar em doen�a e morte."

Patr�cia Bittencourt fala que um estudo observacional realizado no Guy’s Hospital em Londres avaliou 222 mulheres com diagn�stico recente de c�ncer de mama. O estudo demonstrou que aproximadamente 50% dessas mulheres sofreram de depress�o, ansiedade ou ambos ao primeiro ano ap�s o diagn�stico: "Os fatores associados ao maior risco desses dist�rbios emocionais foram: hist�ria pr�via de depress�o, aus�ncia de um relacionamento pessoal �ntimo de confian�a, pacientes em idade jovem e mulheres com experi�ncias pr�vias estressantes n�o relacionadas ao c�ncer”, explica.
 
 
Portanto, a descoberta do diagn�stico representa uma sobrecarga emocional e pode levar a rea��es de gatilho de dist�rbio afetivo, de acordo com a psic�loga oncol�gica da Santa Casa BH Ana Paula: “O tratamento para essa paciente deve ser de forma peculiar, levando em conta idade, momento, anseios e planos da paciente, e � preciso ter uma equipe coesa e multidisciplinar.” A psic�loga ainda comenta sobre a import�ncia da inser��o da fam�lia: “Isso favorece a aceita��o da doen�a e a reabilita��o.”

Segundo ela, o maior objetivo do acompanhamento psicoter�pico � fazer com que a paciente consiga administrar o tratamento do c�ncer com sua vida: “A qualidade de vida ser� afetada de alguma forma, mas � preciso tentar equilibrar o tratamento com a vida da paciente”. 

"Com o acompanhamento, fui vendo outras nuances do c�ncer. Continuo sendo assistida pela psicologia. Melhorei muito meu quadro, e continuo o tratamento tanto f�sico, quanto mental."

Cl�udia Maria de Jesus

 
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.  
 


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