Um dia depois de divulgar resultados positivos sobre o alcance da terceira dose de sua vacina contra a covid-19, a empresa americana Pfizer anunciou que o imunizante, desenvolvido com a alem� BioNTech, � altamente eficiente em crian�as. Testes feitos pelo laborat�rio farmac�utico revelaram uma efic�cia de 90,7% na preven��o das formas sintom�ticas da doen�a em imunizados com idade entre 5 anos e 11 anos.
Os dados foram enviados � Ag�ncia de Regula��o de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, em ingl�s), que convocou para a pr�xima ter�a-feira uma reuni�o com especialistas independentes, na qual decidir� se concede uma autoriza��o para aplica��o do f�rmaco nessa faixa et�ria. Atualmente, est� autorizada a vacina��o a partir de 12 anos.
Em seu comunicado, a Pfizer informou que os dados animadores foram vistos em uma an�lise com cerca de 2.250 crian�as, divididas em dois grupos. Uma parte delas passou pelo regime completo de imuniza��o, que consiste na aplica��o de duas doses da vacina com tr�s semanas de intervalo entre elas, e a outra parcela recebeu um placebo. Nos vacinados foram aplicadas doses menores do medicamento, com apenas um ter�o (10 microgramas) da quantidade administrada em adultos e adolescentes (30 microgramas).
De acordo com a empresa, 16 crian�as que receberam o placebo foram infectadas com o novo coronav�rus, enquanto apenas tr�s casos positivos do Sars-CoV-2 foram registrados no grupo imunizado. "Com esses dados, confirmamos que a efic�cia da vacina contra a covid-19 sintom�tica, ao menos sete dias ap�s a aplica��o da segunda dose, foi de 90,7% entre a faixa et�ria avaliada", indicou a nota. Os respons�veis pela an�lise tamb�m informaram que a maioria dos casos positivos ocorreu quando a variante delta do novo coronav�rus era dominante nos Estados Unidos e no resto do mundo.
A empresa destacou que n�o houve casos graves da enfermidade ou da s�ndrome inflamat�ria multissist�mica em crian�as, uma condi��o p�s-viral rara, mas preocupante. Tamb�m n�o foram registrados epis�dios de miocardite ou pericardite (inflama��o do cora��o ou ao redor do cora��o), por�m os investigadores explicaram que n�o h� volunt�rios suficientes no estudo para poder detectar efeitos colaterais muito raros. Acredita-se que os meninos adolescentes s�o um grupo de maior risco.
� a primeira vez que a Pfizer divulga uma estimativa da efic�cia de sua vacina anticovid em crian�as menores. O relat�rio anterior da empresa indicava apenas que o imunizante, feito com a nova tecnologia de RNA mensageiro, produzia uma resposta imune s�lida entre o grupo mais jovem.
O governo dos Estados Unidos j� anunciou que est� pronto para lan�ar a campanha de vacina��o para as 28 milh�es de crian�as de 5 a 11 anos no pa�s. Assim que a FDA der o aval, o imunizante "ser� distribu�do rapidamente e disponibilizado de forma igualit�ria a fam�lias de todo o pa�s", informou a Casa Branca.
Queda significativa da mortalidade
Um outro estudo, tamb�m divulgado ontem, refor�ou a o poder das vacinas contra a covid-19 na preven��o de �bitos. Na pesquisa, cientistas americanos avaliaram dados de mais de 10 milh�es de pessoas e observaram uma diferen�a consider�vel entre o n�mero de mortes no grupo de vacinados e n�o imunizados. O trabalho foi publicado no Relat�rio Semanal de Morbidez e Mortalidade, que pertence ao Centro de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC), dos Estados Unidos.
Os pesquisadores avaliaram registros m�dicos eletr�nicos de 6,4 milh�es de vacinados e de 4,6 milh�es de pessoas n�o imunizadas, entre o per�odo de 14 de dezembro de 2020 e 31 de julho. Por meio das an�lises, que consideraram apenas as mortes provocadas pela covid-19, os especialistas constataram que o primeiro grupo apresentou uma taxa de mortalidade de 4,2 mortes a cada mil pessoas vacinadas ap�s a primeira dose, e 3,5 mortes ap�s a segunda aplica��o. J� o grupo de compara��o (n�o vacinado) apresentou uma taxa de mortalidade de 11,1 mortes a cada mil pessoas.
Os pesquisadores t�m a expectativa de que os resultados ajudem as pessoas que ainda n�o se vacinaram a mudarem de ideia. "Apesar de v�rios estudos j� terem mostrado a seguran�a das vacinas, alguns permanecem hesitantes", declarou, em um comunicado � imprensa, Stanley Xu, pesquisador do Departamento de Pesquisa e Avalia��o do Instituto Kaiser Permanente, nos Estados Unidos, e principal autor do estudo.
Essa an�lise nos d� mais garantia de que as vacinas s�o muito seguras e, de fato, as pessoas que receberam os imunizantes nos Estados Unidos tiveram uma taxa de mortalidade menor do que aquelas que n�o receberam os f�rmacos protetivos", acrescentou.