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Estado de Minas PESQUISA

Gesta��o de adolescentes cai em duas d�cadas

Redu��o de 37,2% em gravidez de jovens brasileiras. Maioria foi n�o intencional e o boom esperado por especialistas durante a pandemia n�o aconteceu


06/02/2022 04:00 - atualizado 06/02/2022 09:22

Mãe e filho
B�rbara Rezende foi m�e pela primeira vez aos 17 anos (foto: Juarez Rodrigues/em/d.a press)


O nascimento de beb�s gestados por meninas em idades entre 10 e 19 anos caiu 37,2% em duas d�cadas. Levantamentos preliminares junto ao Sistema de Informa��o sobre Nascidos Vivos – Sinasc, do Minist�rio da Sa�de, indicam que o boom da gravidez na adolesc�ncia na pandemia, projetado por especialistas, n�o aconteceu.

Os registros do Sinasc, de 2020 at� agosto de 2021, indicam que a gravidez dessas meninas continua em redu��o. Os resultados foram levantados em pesquisa da secret�ria da Comiss�o Nacional Especializada em Ginecologia Infanto Puberal da Federa��o Brasileira das Associa��es de Ginecologia e Obstetr�cia (Febrasgo), ginecologista Denise Leite Monteiro. As informa��es foram obtidas atrav�s do Sinasc e v�o at� 2019. 
 
Os n�meros oficiais de 2020 devem ser consolidados em fevereiro. Mesmo preliminarmente, a proje��o � de que em 2020 a taxa de natalidade brasileira continue muito baixa, mas � entre jovens de 10 a 19 anos que mant�m a recomposi��o da popula��o. Os dados de nascidos vivos, de m�es entre 10 e 19 anos, de 2000 a 2019, indicam queda de 26% na gravidez de meninas de 10 a 14 anos.

Entre as adolescentes entre 15 e 19, a redu��o foi de 40,7%, mas os n�meros ainda preocupam, uma vez que a gesta��o n�o planejada na adolesc�ncia pode resultar da falta de conhecimento sobre sua sa�de e as consequ�ncias, bem como o acesso limitado aos m�todos contraceptivos eficazes.
 
O levantamento ainda mostrou que 66% das gesta��es n�o s�o intencionais, significando que, a cada 10 adolescentes que engravidam, sete referem ter sido “sem querer”.

A empres�ria B�rbara Rezende engravidou pela primeira vez aos 17 anos. "Conheci o pai do meu primeiro filho, Caio, hoje com 9 anos, aos 16, e n�o tinha planejado. Usava o anticoncepcional, mas um tratamento com antibi�ticos cortou o efeito, pelo menos foi a informa��o recebida � �poca."

O pai tinha 15 anos. Foi um relacionamento conturbado, de acordo com a empres�ria, que passou por depress�o p�s-parto e n�o teve ajuda. "Foi traumatizante na �poca." Mas ela reconhece que a experi�ncia a ajudou a amadurecer. "Errei muito na primeira maternidade, arrependo de muitas decis�es tomadas � �poca."
 
Apesar dos atritos, reconhece alguns dos apoios dados pela fam�lia da m�e, cuja casa chegou a deixar. "Cheguei a tentar tirar a pr�pria vida durante a depress�o." B�rbara se casou com outra pessoa e foi m�e novamente aos 25, em uma gravidez planejada, "totalmente diferente. A maioria das meninas que engravidam na adolesc�ncia � por falta de estrutura familiar. Minha m�e me criou sozinha, ela n�o conversava muito, mas me levava ao m�dico para prevenir".

DESCUIDO Larissa Sabrina Liberato, de 23, engravidou aos 17 e diz que foi por "descuido e certa irresponsabilidade", atribu�da � idade. A adolescente havia terminado de se formar no ensino m�dio e j� planejava entrar na faculdade no ano seguinte.

"Tive que interromper os planos. At� quest�es de lazer. Via amigas passeando, se divertindo, e eu n�o podia." Ela assumiu a responsabilidade de n�o passar os cuidados para terceiros. "Primeiro, contei para minha m�e. Ficou nervosa, brigou, e depois de um tempo aceitou. J� meu pai, achei que iria me matar. Mas aceitou de cara, foi o que sempre me apoiou desde o in�cio e nunca deixou faltar nada." Hoje, Larissa mora com as duas filhas na casa de seu pai.
 
O pai da Manoela, de 5 anos, tinha 20 � �poca em que Larissa engravidou e reagiu bem, mas quando a filha completou um ano deixou de fazer contato, bem como a fam�lia dele. "H� uns tr�s anos, ofereceu pens�o, mas recusei."

Aos 22, ela teve um aborto espont�neo e aos 23 nova gravidez com o atual companheiro, mas moram em casas separadas. "A fam�lia dele abra�ou as duas e tem me ajudado muito. Vou pra l� nos fins de semana e �s vezes viajamos juntos. Meu pai tamb�m � muito carinhoso com as minhas filhas e nos apoia."

TAXAS ELEVADAS

Em 2000, a gravidez na adolesc�ncia representava 23,4% de todos os nascimentos. Em 2019, retraiu para 14,7%. Houve redu��o de 0,7 ponto percentual nessa faixa, em 2020. Mesmo com tantos m�todos contraceptivos, as taxas ainda s�o consideradas altas entre adolescentes.

Um estudo do Minist�rio da Sa�de, em parceria com o Fundo de Popula��o das Na��es Unidas (UNFPA), apontou mais de 19 mil nascidos vivos de m�es entre 10 a 14 anos, anualmente.

O relat�rio “Situa��o da Popula��o Mundial”, do Fundo de Popula��o da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), em rela��o � taxa de fecundidade em adolescentes, revela que o Brasil ultrapassa a m�dia mundial com 53 adolescentes gr�vidas para cada mil, enquanto em outras partes do mundo s�o 41 meninas.

Quando comparado o �ndice de fecundidade de mulheres de todas as faixas et�rias, o Brasil est� abaixo da m�dia global de 2,5 filhos, apresentando 1,7 por mulher. 
 
Para recompor a popula��o, cada mulher precisaria dar � luz a dois filhos. N�meros preliminares para 2020 apontam que � entre jovens de 10 a 19 anos que se mant�m a recomposi��o da popula��o.


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