(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas DESMONTANDO MITOS

As melhores pr�ticas para o sono dos beb�s segundo cientistas - e por que alguns conselhos comuns podem estar errados

As chamadas "regress�es" do sono n�o existem. Acordar � noite � normal e protege contra a s�ndrome da morte s�bita infantil. E 12 horas de sono n�o s�o um padr�o imut�vel. � isso que os cientistas querem que fiquemos sabendo sobre o sono dos beb�s.


25/03/2022 10:04 - atualizado 22/04/2022 17:11


Bebê dormindo
Cientistas est�o desvendando os segredos para o sono seguro e saud�vel dos beb�s (foto: Getty Images)

Basta mencionar que voc� tem um beb� e quase todo mundo ir� perguntar: como ele (ou ela) est� dormindo?

Afinal, muitos pais e m�es esgotados aguardam ansiosamente o momento em que seus beb�s finalmente dormem durante a noite. Particularmente no mundo ocidental, desenvolveu-se uma ind�stria de instrutores, livros e artigos sobre o sono, prometendo ajudar as fam�lias a conseguir aquilo que muitos consideram o Santo Graal: um beb� que durma no ber�o, sozinho, toda a noite e tire longas sonecas ao longo do dia.

Existem at� alguns pediatras que orientam os pais dizendo que, sem alcan�ar esses objetivos, as crian�as t�m menos probabilidade de conseguir o sono de que precisam para crescer e se desenvolver.

Mas essa ideia de sono independente e sem interrup��es est� longe de ser universal — e � tamb�m muito diferente da forma como os beb�s humanos v�m dormindo ao longo da maior parte da hist�ria da nossa esp�cie. Se levada longe demais, ela pode causar alto grau de ansiedade e tens�o para os pais — e at� trazer inseguran�a para os pr�prios beb�s.

"A forma como dormimos no s�culo 21 � um tanto estranha no sentido evolutivo, j� que n�s n�o evolu�mos para dormir como se estiv�ssemos mortos por um per�odo de oito horas sem acordar, em sil�ncio e escurid�o total", afirma Helen Ball, professora de antropologia da Universidade de Durham e diretora do Centro do Sono e da Inf�ncia de Durham, no Reino Unido.

"Mas as pessoas se acostumaram com isso na sociedade ocidental", segundo ela. "E isso afeta a forma como imaginamos o que os beb�s deveriam ser capazes de fazer e como eles devem ser tratados."


Bebê dormindo no colo da mãe
A quantidade de sono dos beb�s pode apresentar enormes varia��es (foto: Getty Images)

Sono suficiente?

A preocupa��o sobre a quantidade suficiente de sono dos beb�s n�o � algo novo.

As primeiras orienta��es "cient�ficas" datam de 1897. Naquele ano, em um livro sobre o sono para a s�rie Contemporary Science ("Ci�ncia Contempor�nea", em tradu��o livre), publicada em Londres, um m�dico russo recomendou que os rec�m-nascidos dormissem 22 horas por dia.

Ao longo de todo o s�culo 20, a quantidade de horas sugerida diminuiu, mas o sono recomendado era frequentemente cerca de 37 minutos mais longo que o sono real dos beb�s, o que causou preocupa��o entre os pais por d�cadas.

Os especialistas concordam que o sono � fundamental para os beb�s e para as crian�as mais novas (e, a prop�sito, tamb�m para os adultos). A falta de sono foi relacionada a fatores de risco cardiometab�licos, aumento do risco de TDAH (Transtorno de D�ficit de Aten��o e Hiperatividade) e baixo desempenho cognitivo, al�m de preju�zos ao controle emocional, �s realiza��es acad�micas e � qualidade de vida.

Mas muitas dessas conclus�es de prazo mais longo envolvem crian�as em idade escolar e n�o beb�s. E s�o tamb�m correla��es, n�o causas.

A �nica forma de saber se uma certa quantidade (ou falta) de sono "causa" uma condi��o espec�fica, como TDAH — como aparentemente indicam as pesquisas que exibem correla��es entre o transtorno e crian�as que costumam dormir menos � noite — seria realizar um estudo randomizado controlado.

Mas esse estudo precisaria privar de sono um grupo de crian�as por v�rios anos — o que obviamente � anti�tico. Por isso, � dif�cil esclarecer at� onde a associa��o pode ser reversa: crian�as com TDAH podem simplesmente dormir menos.

� claro que � prov�vel que haja uma rela��o de m�o dupla entre o sono e o desenvolvimento. Estudos randomizados controlados de curto prazo conclu�ram que os beb�s atingiram melhores resultados em testes de mem�ria depois de uma soneca e, em uma descoberta que n�o ser� nenhuma surpresa para os pais, crian�as cansadas t�m mais dificuldade para lidar com situa��es estressantes.

Isso pode significar que n�o devemos fazer nada para inibir o sono (como for�ar deliberadamente uma crian�a a ficar acordada), mas tamb�m n�o quer dizer que todo beb� precise de 12 horas de sono por noite sem interrup��es e v�rias sonecas de duas horas por dia.

"Da mesma forma que o tempo de sono dos adultos apresenta diferen�as, o mesmo acontece com os beb�s", segundo Alice Gregory, professora de psicologia especializada em sono da Universidade Goldsmiths, em Londres, e autora do livro Nodding Off: The Science of Sleep ("Cochilando: a ci�ncia do sono", em tradu��o livre).

Ela ressalta que a Funda��o Nacional do Sono dos EUA recomenda que beb�s com at� tr�s meses de idade devem ter 14-17 horas de sono a cada per�odo de 24 horas, mas at� 11 ou 19 horas poder�o ser adequadas. Paralelamente, as recomenda��es de dura��o do sono da Academia Norte-Americana de Medicina do Sono n�o incluem nenhuma orienta��o para beb�s com menos de quatro meses de idade. E nenhuma das duas organiza��es faz recomenda��es espec�ficas sobre a dura��o do sono noturno e das sonecas.

"Essas orienta��es levemente diferentes indicam que at� os principais especialistas mant�m discord�ncias sobre o sono dos beb�s", afirma Gregory.

A extens�o da varia��o tamb�m fica clara quando se observa como os beb�s realmente dormem. Um estudo australiano demonstrou que, ao longo de um per�odo de 24 horas, a quantidade m�dia de sono de 554 beb�s com quatro a seis meses de idade foi de 14 horas. Mas, observando-se os dados mais de perto, fica claro que houve uma diferen�a de mais de oito horas entre o maior e o menor per�odo de sono.

"Existem enormes diferen�as na dura��o do sono no 98° percentil em compara��o com o 2° percentil", afirma Harriet Hiscock, pediatra do Hospital Infantil Real de Melbourne, na Austr�lia, e uma das autoras do estudo.

Manter o cronograma

E qual esquema devemos seguir: uma rotina pr�-determinada de sonecas (e refei��es) ao longo de todo o dia? Ou o cronograma noturno em que o beb� dorme das sete horas da noite �s sete da manh�, considerado o principal padr�o por incont�veis livros e instrutores de sono dos beb�s?

Nos primeiros dias, pode ser muito dif�cil seguir esse tipo de cronograma regular. Isso ocorre porque as fun��es fisiol�gicas que dizem aos adultos que as horas noturnas s�o para dormir, como a excre��o de melatonina e o ritmo da temperatura corporal, somente come�am a surgir com pelo menos 8 a 11 semanas de idade em beb�s saud�veis e n�o prematuros.

Expor os rec�m-nascidos � luz durante o dia e ao escuro � noite pode ajudar a fazer com que esses sistemas funcionem. E, apesar do que indicam alguns instrutores, os beb�s n�o produzem melatonina durante o dia — o que confundiria seus ritmos circadianos, se fosse verdade — e n�o � necess�rio ter sonecas completamente no escuro para fins de produ��o de melatonina.

"A principal teoria de regulagem do sono prop�e que existem dois processos de controle do sono e da vig�lia", segundo Alice Gregory. "O primeiro � o processo homeost�tico (a ideia de que, quanto mais tempo passarmos acordados, mais sonolentos ficaremos) e o segundo � o processo circadiano (um processo similar ao rel�gio, que faz com que fiquemos mais sonolentos ou alertas em certos hor�rios do dia e da noite).

"Esses dois processos s�o subdesenvolvidos nos beb�s, o que faz com que o sono dos beb�s seja diferente, em compara��o com os adultos", afirma ela.


Pai dormindo no sofá com o filho nos braços
Colocar o beb� para dormir de barriga para cima pode reduzir o risco de s�ndrome da morte s�bita infantil (foto: Getty Images)

Em um contexto global, a hora de dormir �s 19 horas pode parecer um tanto arbitr�ria. Em muitas culturas, beb�s e crian�as v�o dormir mais tarde — perto de 22h45 no Oriente M�dio, 21h45 na �sia e 22 horas na It�lia — e tamb�m acordam mais tarde.

Diversos estudos associaram dormir mais cedo a consequ�ncias como melhor desempenho acad�mico e menor risco de obesidade. Mas essas pesquisas envolveram crian�as em idade pr�-escolar e mais velhas, n�o beb�s.

Tamb�m n�o est� claro se a hora de dormir faz essencialmente alguma diferen�a. Como a escola e outras rotinas das crian�as tendem a come�ar no in�cio da manh�, as crian�as que v�o cedo para a cama tendem a dormir por mais tempo, mas as fam�lias que colocam suas crian�as para dormir mais cedo podem tamb�m priorizar outros h�bitos saud�veis. E n�o � f�cil esclarecer esses outros fatores.

Existem tamb�m evid�ncias limitadas de que crian�as mais jovens liberam melatonina — o "horm�nio da escurid�o" que nos deixa sonolentos — antes dos adultos � noite. Mas n�o t�o cedo quanto muitas pessoas pensam.

Como exemplo, um pequeno estudo em Providence, Rhode Island, nos Estados Unidos, concluiu que, mesmo nos EUA (onde as crian�as normalmente s�o colocadas para dormir mais cedo), o beb� m�dio n�o demonstrou in�cio da libera��o de melatonina sob luz fraca antes de 19h40.

As sonecas tamb�m podem retardar a libera��o de melatonina. E vale a pena observar que, como a libera��o desse horm�nio � um processo e n�o uma chave liga-desliga, n�o se pode dizer que 19h40 � um hor�rio ideal para dormir - poder� ser at� mais tarde.

Para algumas fam�lias, o esquema de dormir das sete �s sete funciona de forma brilhante. Mas, para outras, tentar for��-lo causa seus pr�prios problemas de sono.

"Nossos dados indicam que, se crian�as jovens forem colocadas para dormir em um hor�rio biologicamente abaixo do ideal, elas n�o estar�o prontas para ir para a cama e ir�o resistir (por exemplo, saindo do quarto para tomar outro copo de �gua, chamar os pais, recusar-se a ir para a cama ou fazer birra)", segundo os pesquisadores do estudo de Rhode Island.

E, se o seu beb� por acaso n�o precisar de 12 horas de sono por noite, fazer com que ele durma �s 19 horas pode ter consequ�ncias indesejadas, como "pular noites", quando um beb� acorda por um longo per�odo de tempo no meio da noite ou acorda extremamente cedo.

Uma estrat�gia mais flex�vel sobre o sono pode tamb�m facilitar a alimenta��o responsiva, que consiste em responder �s indica��es de fome do beb�, em vez de aliment�-lo segundo um cronograma determinado. A alimenta��o responsiva � recomendada por associa��es como o Servi�o Nacional de Sa�de do Reino Unido (NHS, na sigla em ingl�s), a Unicef, a entidade brit�nica National Childbirth Trust (NCT) e a Academia Norte-Americana de Pediatria, tanto para crian�as alimentadas com leite materno ou com mamadeira.

Estudos indicam que a estrat�gia responsiva apresenta uma s�rie de vantagens sobre a rotina ou cronograma restrito imposto pelos pais. Pesquisas conclu�ram, por exemplo, que, quanto mais os pais controlam a alimenta��o dos beb�s, mais aumenta a probabilidade de que a crian�a ganhe muito ou pouco peso - embora fique a d�vida, como observam os autores, se "a alimenta��o n�o-responsiva causa obesidade infantil ou se os pais de crian�as obesas reagem a preocupa��es com a obesidade dos seus filhos adotando estrat�gias de alimenta��o n�o-responsiva.

A estrat�gia pode tamb�m afetar a amamenta��o. A alimenta��o responsiva � fundamental para formar o fluxo de leite, enquanto programar as refei��es tamb�m est� relacionado � suspens�o da amamenta��o mais cedo. J� as m�es que leem livros que promovem rotinas rigorosas de sono e alimenta��o s�o menos dispostas a amamentar.

"Pode ser que as m�es que desejam ter rotina deixem de amamentar ou que a rotina reduza a produ��o de leite - provavelmente, ambos", segundo Amy Brown, professora de sa�de p�blica da Universidade de Swansea, no Reino Unido, diretora do centro de Lacta��o, Alimenta��o de Beb�s e Investiga��o Translacional e autora de dois dos estudos acima.

Observar e acompanhar as necessidades do beb� pode tamb�m ser ben�fico para a sa�de mental dos pais. Rotinas estabelecidas pelos pais est�o relacionadas a n�veis mais altos de relatos de ansiedade entre as m�es.

Outro estudo, do qual Brown foi uma das autoras, concluiu que as m�es que adotavam livros sobre beb�s promovendo rotinas rigorosas eram mais propensas a afirmar que se sentiam deprimidas, estressadas e menos confiantes em suas atividades maternais — embora seja necess�rio observar que pais estressados poder�o ser mais dispostos a buscar esses livros sobre beb�s ou estabelecer rotinas.

Por fim, os pesquisadores do sono afirmam que isso n�o precisa ser t�o complicado. Para saber o que � ideal para cada beb� individualmente - uma rotina rigorosa organizada em torno do sono das sete �s sete ou outra coisa - basta olhar para o beb�.

"Eu sempre digo para os pais: se o seu beb� geralmente est� feliz durante o dia, � porque ele est� bem. Se ele estiver mal-humorado ou irritado, pode ser o seu sono", afirma Harriet Hiscock.

Dormir a noite toda

Quando um certo n�mero de horas de sono em hor�rios definidos n�o for suficiente, muitos pais s�o orientados a buscar outro objetivo: que o sono do seu beb� seja "unificado".

Os instrutores e livros sobre o sono afirmam com frequ�ncia que esse sono ininterrupto mais profundo � melhor para o desenvolvimento do beb� (al�m de menos problem�tico para os pais). Mas, mesmo se ter 12 horas de sono sem acordar fosse um objetivo ideal, � um desafio, biologicamente falando, al�m de poder colocar os beb�s em risco se for bem sucedido.


Bebê dormindo no peito do pai
A cria��o de filhos responsiva apresenta uma s�rie de vantagens (foto: Getty Images)

Todos os seres humanos acordam entre os ciclos do sono. Quando adultos, se nossas necessidades b�sicas forem atendidas (ou seja, se n�o precisarmos de outro cobertor nem ir ao banheiro) e estivermos relaxados (quem nunca acordou preocupado com uma discuss�o ou uma apresenta��o no trabalho?), depois de despertarmos levemente, voltamos a dormir. � por isso que a maioria de n�s, pela manh�, n�o se lembra de ter acordado durante a noite.

Mas os ciclos de sono dos adultos tendem a ser mais longos, com cerca de 90 minutos. Os ciclos do beb� podem durar a metade desse tempo. E, ao contr�rio dos adultos, os beb�s n�o conseguem atender �s suas necessidades sozinhos, acabando por acordar completamente com mais frequ�ncia.

O exemplo mais �bvio � acordar para comer. Em compara��o com outros primatas, os seres humanos t�m c�rebros relativamente grandes, mas canais de nascimento estreitos, possivelmente para ajudar a nos equilibrar ao andar com os dois p�s. Por isso, os beb�s nascem neurologicamente muito mais imaturos que os outros mam�feros. O volume do c�rebro de um rec�m-nascido � de cerca de um ter�o do adulto.

Isso significa que os rec�m-nascidos humanos precisam de muita energia para desenvolver-se com rapidez ap�s o nascimento. Eles tamb�m s�o relativamente indefesos e precisam ficar sempre pr�ximos aos seus cuidadores.

Por isso, em vez de ter alto teor de gordura — que saciaria o beb� e permitiria que ele ficasse sozinho por per�odos mais longos — o leite materno humano � rico em a��car, que � digerido rapidamente e exige alimenta��o mais frequente.

Acrescente-se que os rec�m-nascidos possuem est�magos min�sculos, que ret�m apenas 20 ml (cerca de quatro colheres de ch�) de alimento a cada vez. Isso esclarece por que eles precisam alimentar-se com tanta frequ�ncia durante o dia e a noite.

"Os beb�s jovens acordam. � isso que eles fazem: eles comem e acordam", explica Wendy Hall, professora em�rita da Faculdade de Enfermagem da Universidade da Col�mbia Brit�nica, no Canad�, e pesquisadora do sono pedi�trico de longa data.

"Ao longo do tempo, eles come�am a desenvolver um per�odo de sono biol�gico mais longo � noite. Aos tr�s meses, esse per�odo poder� ser de cinco ou seis horas, se estiverem indo bem. E � uma d�diva", afirma ela.

"Mas isso n�o significa que voc� n�o ir� acordar duas ou tr�s vezes por noite para aliment�-los. Significa apenas que pode haver um per�odo um pouco mais longo durante o qual eles estar�o dormindo um pouco mais", segundo Hall.

� medida que os beb�s crescem, aliment�-los 24 horas por dia torna-se menos comum. Aos seis meses de idade, muitos pesquisadores do sono afirmam que beb�s saud�veis com peso normal n�o "precisam" alimentar-se � noite, pelo menos em termos de nutri��o. J� os especialistas em lacta��o costumam discordar, indicando que, quando deixados com suas pr�prias mamadeiras, os beb�s ainda acordam para alimentar-se depois dos seis meses de idade.

Mas acordar e precisar de um cuidador por outras raz�es ainda � comum, especialmente ao longo de todo o seu primeiro ano de vida, quando os beb�s s�o mais vulner�veis e seus sistemas nervosos s�o mais imaturos.

Um estudo recente com 5.700 crian�as finlandesas concluiu que beb�s de tr�s meses acordam e precisam acomodar-se em m�dia 2,2 vezes por noite — mas a faixa de varia��o foi de 0 a 15 vezes. Isso persistiu ao longo de todo o primeiro ano de vida do beb�.

Oito a cada 10 pais de beb�s com tr�s e oito meses de idade afirmaram que seus beb�s acordavam mais de cinco noites por semana. Ap�s 12 meses, isso mudou dramaticamente — quase dois ter�os dos beb�s com 18 meses de idade e cerca de tr�s quartos dos beb�s de dois anos j� n�o precisavam mais acomodar-se durante a noite. O estudo tamb�m concluiu que a qualidade do sono era "muito vari�vel", especialmente at� dois anos de idade.

Outros estudos apresentaram conclus�es similares. Um estudo utilizou v�deos com lapso de tempo de 80 beb�s ao longo de quatro noites e concluiu que o n�mero de vezes em que os beb�s acordavam n�o se alterou ao longo do seu primeiro ano de vida.

Mas � interessante que seus cuidadores os atenderam com menos frequ�ncia ao longo do tempo. "Os beb�s continuaram a acordar da mesma forma ao longo de todo o primeiro ano de vida, mas n�o foram retirados dos seus ber�os pelo mesmo tempo � medida que cresciam", segundo os pesquisadores.

� importante observar que, embora possa ser comum acordar durante � noite entre os beb�s maiores e mesmo entre as crian�as pequenas, � conveniente procurar avalia��o m�dica para excluir quaisquer motivos de sa�de em crian�as que costumam acordar frequentemente, como refluxo ou l�ngua presa.

Por que acordar n�o � t�o ruim

Por mais frustrante que possa ser para os pais cansados, existe outra raz�o pela qual os beb�s evolu�ram para acordar com frequ�ncia: sua pr�pria prote��o.

Quando se fala da s�ndrome da morte s�bita infantil (SMSI), um est�gio potencialmente perigoso do sono para os beb�s � o sono profundo, ou "sono de ondas lentas". Nesse est�gio, os beb�s podem subitamente parar de respirar. Os beb�s saud�veis ir�o acordar, mas beb�s com fatores de risco (possivelmente n�o detectados, como anormalidades no tronco encef�lico) podem n�o despertar.


Criança dormindo em rede
� medida que as crian�as crescem, seus h�bitos de sono mudam (foto: Getty Images)

Por isso, for�ar prematuramente um beb� a ter um sono mais longo e profundo pode aumentar o risco de SMSI, segundo James McKenna, fundador e diretor do Laborat�rio do Comportamento do Sono da M�e e do Beb� da Universidade de Notre Dame e catedr�tico em antropologia da Universidade Santa Clara, na Calif�rnia — ambas nos Estados Unidos.

O exemplo mais infame � colocar um beb� para dormir sobre o seu est�mago, ou "de barriga para baixo". Pode parecer que isso ajuda o beb� a ter um sono mais profundo, mas tamb�m aumenta a probabilidade de SMSI em at� tr�s vezes. Surgiram campanhas em todo o mundo para que os pais coloquem os beb�s para dormir de barriga para cima e a incid�ncia de SMSI despencou.

"N�s criamos a epidemia de SMSI", afirma McKenna. "Quisemos promover essa ideia de unifica��o precoce do sono, com sono profundo, sono sem interrup��es, acordando menos vezes. Ent�o promovemos essa no��o de colocar os beb�s de barriga para baixo para que eles n�o acordassem e n�o despertassem tanto, o que � um fator de risco independente para a SMSI."

Mas per�odos de sono mais longos e profundos, sem despertar, n�o s�o melhores para o desenvolvimento dos beb�s? Esta � uma percep��o comum, mas n�o � o que indicam as pesquisas.

A pesquisadora do sono Jodi Mindell examinou 117 beb�s e crian�as pequenas em intervalos regulares ao longo de um per�odo de 18 meses. "O que encontramos em nossos dados, coletados nos Estados Unidos, � que n�o h� rela��o real entre o sono e o desenvolvimento cognitivo posterior", afirma Mindell, que � diretora do Centro do Sono do Hospital Infantil da Filad�lfia, nos EUA. Sua equipe chegou a encontrar uma rela��o modesta entre acordar mais vezes durante a noite e melhores resultados cognitivos.

Outro estudo, do Canad�, examinou o sono de mais de 350 beb�s de 6 e 12 meses e suas habilidades mentais e motoras com 36 meses de idade. N�o houve "associa��es significativas entre dormir por toda a noite e o desenvolvimento mental ou psicomotor posterior, ou sobre o humor materno", segundo os autores. Mas "dormir por toda a noite foi associado a um �ndice muito menor de amamenta��o", acrescentam eles.

E o maior e mais longo estudo longitudinal realizado em beb�s que receberam interven��es comportamentais para reduzir problemas do sono como acordar � noite n�o encontrou diferen�as entre os h�bitos de sono, comportamento, controle emocional ou qualidade de vida das crian�as aos seis anos de idade.

O que �s vezes aparece � uma rela��o entre a falta de sono e dificuldades no desenvolvimento social e emocional - embora isso se refira � menor quantidade geral de sono, n�o ao despertar frequente do beb�.

Mesmo assim, aqui existe novamente a quest�o da correla��o e da causa. Um beb� mais exigente que precise ser tranquilizado pelos pais mais vezes durante o dia ou a noite, por exemplo, poder� simplesmente ser o tipo de crian�a que tem mais dificuldade de controle emocional.

"Voc� n�o sabe se o sono � o causador ou se desperta isso mais cedo", afirma Mindell.

Regress�es do sono

E as regress�es do sono? Esta express�o � frequentemente usada para designar per�odos quando o sono fica mais ca�tico.

Afirma-se que elas s�o frequentes e supostamente previs�veis: o website de uma consultoria do sono descreve uma regress�o aos 4 meses, regress�o aos 8-10 meses, regress�o aos 11-12 meses e regress�o aos 18 meses (mas o site indica que, apesar dos beb�s muitas vezes exibirem sinais similares, "n�o existe regress�o do sono aos 6 meses").

O mais assustador � que a regress�o aos quatro meses muitas vezes � incorretamente considerada permanente. "Ela N�O desaparece at� que o seu beb� aprenda a se acomodar sozinho", segundo outro instrutor do sono.

A quest�o, segundo os pesquisadores do sono, � que n�o existem regress�es do sono - n�o na forma em que elas s�o frequentemente descritas.

"Completo mito", afirma Mindell. "Tenho enormes bancos de dados do sono. Examinei todos os meses de sono nos primeiros dois anos e n�o existe um �nico m�s em que voc� observe, subitamente, um pico nos problemas de sono. Ele [o sono] � consistente ao longo do tempo. Trata-se apenas de beb�s diferentes em diferentes momentos."

Essas "regress�es" normalmente n�o t�m nenhuma rela��o com o sono, mas sim com outras formas de desenvolvimento. Aprender uma habilidade nova, como engatinhar ou andar, excita suficientemente os beb�s para que acordem mais durante a noite. Ou pode ser psicol�gico.

"Um beb� pode ter come�ado a desenvolver a no��o de perman�ncia dos objetos e compreender que seus familiares continuam a existir quando eles saem do quarto. Por isso, ele os chama em vez de adormecer", explica Alice Gregory. Ela acrescenta que mudan�as do sono tamb�m podem, �s vezes, refletir problemas m�dicos, como refluxo. Por isso, novamente � importante consultar um profissional de assist�ncia m�dica em caso de preocupa��o.

Embora a regress�o aos quatro meses muitas vezes se deva a uma mudan�a espec�fica da arquitetura do sono dos beb�s, essa mudan�a tipicamente ocorre a qualquer momento durante os primeiros seis meses - e pode tamb�m ser uma mudan�a gradual. De qualquer forma, n�o � sinal de que algo esteja "andando para tr�s".

"Temos alguns marcos do desenvolvimento do sono. Um � o percentual de sono REM [o sono profundo] em compara��o com o sono n�o REM. O outro � o per�odo de sono mais longo, o LSP [na sigla em ingl�s] - a dura��o em que o beb� pode manter um per�odo de sono sem acordar", afirma Thomas Anders, ex-professor de psiquiatria da Universidade da Calif�rnia em Davis, nos Estados Unidos, e pesquisador do sono por mais de 40 anos.

"Todos eles progridem rapidamente nos primeiros seis meses. O per�odo de sono mais longo se amplia; o n�mero de vezes em que o beb� acorda � reduzido", afirma ele. "O que voc� est� dizendo quando fala em regress�o - esses marcadores n�o regridem."


Criança dormindo nas costas da mãe
Os beb�s dependem dos cuidadores para ajud�-los no seu controle emocional, o que incluir fazer com que eles relaxem o suficiente para adormecer (foto: Getty Images)

Embora os beb�s desenvolvam suas pr�prias prefer�ncias e h�bitos de sono � medida que crescem, tamb�m n�o h� evid�ncias de que qualquer mudan�a de sono espec�fica seja "permanente".

Em um estudo comparativo do sono dos beb�s entre pa�ses asi�ticos e ocidentais, por exemplo, Jodi Mindell concluiu que, na maioria dos casos, os beb�s acordam menos � medida que crescem, incluindo em pa�ses asi�ticos, onde o costume dos beb�s dormirem com os pais � maior e h� menos possibilidade de que os beb�s durmam sozinhos.

Sono independente

Os planejamentos do sono tipicamente se baseiam em uma premissa: os beb�s devem dormir sozinhos assim que poss�vel.

Mas pode ser dif�cil fazer com que um beb� adorme�a e permane�a dormindo sozinho. O sistema neurol�gico imaturo dos beb�s (lembra-se daqueles min�sculos c�rebros dos rec�m-nascidos?) significa que eles dependem dos cuidadores para ajud�-los no seu controle emocional, o que inclui relaxar suficientemente para adormecer.

Isso � confirmado pela forma como os pais realmente colocam seus beb�s para dormir. No estudo finland�s com 5.700 crian�as mencionado anteriormente, menos da metade dos pais afirmou que seus beb�s dormem sozinhos.

Da mesma forma, em um question�rio conduzido por Mindell e seus colegas, pouco mais da metade dos pais afirmou que seus beb�s com 9 a 11 meses de idade adormecem no ber�o sozinhos. Dentre os demais, quase a metade dos pais alimentava seus beb�s at� que eles dormissem, um ter�o os segurava para dormir e mais de um quarto dos beb�s eram embalados.

Mindell � autora de livros como Sleeping Through the Night e Take Charge of your Child's Sleep ("Dormindo por toda a noite" e "Cuide do sono do seu filho", em tradu��o livre) e defende o uso de estrat�gias para ajudar os beb�s a dormir sozinhos. Mesmo assim, ela afirma que n�o h� raz�o para pensar que atender a um beb� prejudicar� o seu desenvolvimento.

"N�s achamos que beb�s que acordam com frequ�ncia durante a noite n�o desenvolvem habilidades de independ�ncia?" Ela ri. "N�o. Acho que as pessoas d�o muita import�ncia ao sono. Existem muitas outras coisas acontecendo. Ter uma fam�lia todo dia ajuda? Sim, com certeza."

No outro lado do sono independente, mesmo dormir com os pais apresenta rela��o variada com o desenvolvimento. Alguns estudos conclu�ram que n�o h� rela��o entre o fato de os beb�s dormirem com os pais e o progresso cognitivo e comportamental da crian�a a longo prazo, ou mesmo que dormir com os pais tem pequeno efeito ben�fico sobre o progresso cognitivo posterior. Existem tamb�m estudos que demonstram que dormir com os pais pode reduzir o risco de apegos inseguros.

Mas outras pesquisas, incluindo um estudo com cerca de 4 mil beb�s de tr�s meses no Brasil, que foram acompanhados at� os seis anos de idade, conclu�ram que crian�as que dormem com suas m�es s�o mais propensas a apresentar dist�rbios psiqui�tricos. E existe tamb�m rela��o entre dormir com os pais e maior propens�o das crian�as a sofrer problemas do sono.

Mas esses estudos t�m uma falha importante: como os pesquisadores n�o perguntaram aos pais por que os beb�s dormiam na cama com eles, � imposs�vel saber se uma certa configura��o para dormir "causa" algum resultado espec�fico. Se um pai traz um filho para a cama porque ele n�o se acomoda sozinho, isso pode indicar um problema subjacente da crian�a, independentemente de onde ela durma.

Por outro lado, pais que trazem seus filhos para a cama porque s�o atenciosos podem tamb�m ser os pais que oferecem aten��o todo o tempo, o que aumenta a probabilidade de apegos seguros. Nos dois casos, dormir com os pais pode ser um indicador e n�o a causa.

De fato, pesquisadores de uma base militar norte-americana conclu�ram que crian�as que dormiam com um de seus pais quando o outro sa�a em miss�o eram menos propensas a apresentar problemas psiqui�tricos e seu comportamento era considerado melhor que o das outras crian�as.

Esta poder� ser a raz�o pela qual, nos locais do mundo onde a norma � que os beb�s durmam com os pais, essas diferen�as n�o existem. Os pais n�o est�o trazendo os filhos para dormir em rea��o a um problema.

E, de fato, um dos �nicos estudos projetados para explicar essa diferen�a concluiu que as crian�as em idade pr�-escolar que come�aram a dormir na cama com os pais quando beb�s eram mais autoconfiantes e socialmente mais independentes que as crian�as que sempre haviam dormido sozinhas, mas tamb�m que as crian�as que come�aram a dormir com os pais com um ano de idade (o que � considerado um ato "reativo").

Problemas do sono

Apesar de ser comum que os beb�s acordem durante a noite ou n�o queiram dormir sozinhos, os pais muitas vezes receiam que o sono dos seus filhos n�o seja normal. Cerca de 40% dos pais de beb�s com oito meses de idade do grande estudo finland�s, por exemplo, afirmaram que eles achavam que seus filhos tinham problemas de sono

Mas como os pesquisadores do sono definem os "problemas de sono"?

"N�o existe defini��o precisa aceit�vel ou quantific�vel", segundo Harriet Hiscock. "Mas o primeiro passo � que, se os pais acham que h� um problema, este � um problema e precisamos fazer algo a respeito."

Para Hiscock, em alguns casos, pode ser simplesmente necess�rio instru��o. "Se um dos pais afirma que eles t�m um beb� de tr�s meses, est�o acordando duas vezes por noite para aliment�-lo e est�o exaustos - voc� diz: bem, na verdade, esse comportamento � normal."

Essa compreens�o � fundamental, sobretudo porque pensar que seu beb� tem um problema quando ele est� se comportando como tantos outros beb�s pode exacerbar a quest�o - por exemplo, aumentando a tens�o e a ansiedade dos pais (que, muitas vezes, j� est�o cansados).

Pais que acreditam que seus filhos est�o enfrentando um problema de sono s�o mais propensos a sentir raiva do seu beb� e falta de confian�a nas suas habilidades como pais. E isso � uma via de m�o dupla, em que a convic��o do pai ou da m�e influencia o sono do seu filho. Um estudo chegou a concluir que a convic��o de uma mulher gr�vida de que o seu beb� precisaria de ajuda � noite prenunciou que seu beb� de seis meses acordasse mais.

Muito do que pensamos � tamb�m um problema estabelecido pelas nossas expectativas culturais. Em um estudo grande, Jodi Mindell concluiu que as percep��es de problemas pelos pais apresentavam enormes diferen�as de um pa�s para o outro. Apenas 10,1% dos pais do Vietn� achavam que havia um problema, por exemplo, contra 75,9% na China.

"Acho que toda a no��o de beb�s que t�m problemas de sono � patol�gica. Ela sugere aos pais que h� algo de errado com seu beb�. Para mim, isso � um enorme problema, pois voc� est� fazendo com que os pais achem que h� algo errado com seu beb� quando ele est� [apenas] se comportando como um beb�", afirma Helen Ball.

A origem do mito

Mesmo com toda a obsess�o de muitos pais e m�es com o sono dos beb�s, parece que entendemos errado grande parte da quest�o. Como � poss�vel?

O que ocorre � que boa parte da forma como observamos o sono dos beb�s deve-se a valores culturais, suposi��es e ideologias, n�o � ci�ncia.

O antrop�logo McKenna prop�e que beb�s e pais durmam juntos com seguran�a (o que ele chamou em ingl�s de "breastsleeping" - algo como "dormir no peito", em portugu�s).

Ele explica que, por s�culos, n�o foi apenas comum, mas tamb�m necess�rio, que os beb�s dormissem com suas fam�lias. Sem eletricidade nem aquecimento (ou, muitas vezes, sem quartos vagos), ficar perto das m�es era conveniente, protegia os beb�s e facilitava a amamenta��o. E, na maior parte das culturas, este permanece sendo o caso.

"Antes do s�culo 19, o sono dos beb�s geralmente n�o era preocupante para os novos pais e os manuais populares para os pais da �poca n�o mencionavam nada sobre ele", escrevem as antrop�logas Jennifer G. Rosier e Tracy Cassels.

"Quando um beb� acordava", segundo elas, "havia um membro da fam�lia acordado e pronto para cuidar dele ou um familiar dormindo ao lado do beb� que podia atend�-lo rapidamente. Havia tamb�m a compreens�o de que os beb�s (e adultos) dormiam quando precisavam dormir e ficavam acordados quando precisavam ficar acordados."

Com os anos 1800, veio a Revolu��o Industrial e, com ela, uma classe m�dia em crescimento e nova �nfase sobre a independ�ncia. Dias de trabalho mais longos significavam maior necessidade de dormir sem interrup��es � noite.

A urbaniza��o aumentou a quantidade de novos pais morando longe do apoio das suas fam�lias e os m�dicos homens - que acreditavam que ter diversas pessoas no mesmo quarto para dormir poderia "envenenar" o ar - come�aram a substituir a orienta��o das m�es e parteiras. Novos livros enfatizavam a necessidade de cronogramas de sono r�gidos e de fazer os beb�s dormirem sozinhos para que se tornassem fortes e independentes.

Mas isso n�o aconteceu em todo o mundo. "Os japoneses acham que a cultura norte-americana � um tanto cruel por for�ar crian�as pequenas a ter tamanha independ�ncia � noite", segundo observou um pesquisador. Na Guatemala, as m�es maias reagiram �s informa��es sobre as pr�ticas de sono dos Estados Unidos com "choque, desaprova��o e pena".

Atualmente, muitos pais cansados informam-se com livros sobre o sono dos beb�s ou instrutores do sono, que tamb�m v�m ganhando popularidade fora dos Estados Unidos. Mas muitos livros n�o s�o baseados em evid�ncias e a ind�stria da instru��o sobre o sono n�o sofre regulamenta��o. Por isso, qualquer pessoa pode intitular-se especialista no sono.

Enquanto isso, mesmo os profissionais de sa�de muitas vezes n�o t�m conhecimento ou treinamento sobre o sono dos beb�s. Um estudo concluiu que, entre 126 faculdades de medicina dos Estados Unidos, os estudantes receberam apenas 27 minutos de treinamento sobre o sono das crian�as.

Uma pesquisa entre profissionais de sa�de canadenses concluiu que apenas 1% deles recebeu treinamento sobre sono pedi�trico na faculdade de medicina e um estudo entre 263 profissionais de sa�de australianos concluiu que os profissionais responderam corretamente a menos da metade das perguntas sobre sono pedi�trico. E estamos falando de pa�ses que priorizam a educa��o do sono ainda mais que outros.

A conclus�o? Que o maior e mais prejudicial equ�voco sobre o sono dos beb�s pode ser simplesmente acreditar que existe apenas uma abordagem correta sobre como os beb�s deveriam dormir.

"Fam�lias diferentes podem ter diferentes necessidades e prefer�ncias e adotar estrat�gias diferentes sobre o sono dos beb�s", afirma Alice Gregory. "E est� tudo bem, desde que a seguran�a seja sempre colocada no centro das decis�es - e os cuidadores de beb�s devem conhecer as formas que podem ajudar a evitar a SMSI".

Leia a �ntegra desta reportagem (em ingl�s) no site BBC Future.

Sabia que a BBC est� tamb�m no Telegram? Inscreva-se no canal.

J� assistiu aos nossos novos v�deos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)