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Estado de Minas BEM VIVER

Por que a intensidade dos orgasmos femininos depende do assoalho p�lvico

Professora de fisioterapia fala sobre os benef�cios de manter esta musculatura em forma - com for�a, resist�ncia e elasticidade


16/04/2022 21:43 - atualizado 16/04/2022 21:43

Mulher deitada na cama
Contra��es recorrentes dos m�sculos perineais foram identificadas em todas as mulheres durante o orgasmo (foto: Getty Images)
O orgasmo feminino sempre esteve cercado por cren�as que hoje em dia est�o definitivamente desmistificadas.

 

A esta altura, n�o h� d�vida de que o orgasmo, tanto para homens quanto para mulheres, cumpre ao mesmo tempo uma fun��o psicol�gica e fisiol�gica.

Tamb�m n�o h� discuss�o de que as mulheres t�m o direito de sentir prazer sexual.

Por isso, especialistas em medicina sexual e sex�logos devem disseminar certezas sobre a base biol�gica do orgasmo feminino para todas as mulheres, n�o hip�teses ou opini�es pessoais.

O 'orgasmo vaginal' n�o existe

Um exemplo claro � encontrado no termo "orgasmo vaginal" ou "orgasmo ativado via vagina". Ambos s�o frequentemente usados %u200B%u200Bpara se referir ao cl�max obtido durante a penetra��o vaginal, sem estimula��o direta do clit�ris externo.

Mas a verdade � que o orgasmo vaginal n�o tem nenhuma base cient�fica, j� que � um �rg�o pouco sens�vel.

 

Na verdade, n�o possui nenhuma estrutura anat�mica que possa provocar um orgasmo.

 

Uma evid�ncia deste fen�meno � que em mulheres com agenesia vaginal (aus�ncia cong�nita da vagina) as respostas sexuais da vagina artificial s�o id�nticas �s da vagina normal.

 

O que acontece tanto em mulheres com vagina normal quanto com vagina artificial � que a musculatura perineal (do assoalho p�lvico) se contrai durante o orgasmo.

 

Em todas as mulheres foram identificadas contra��es recorrentes de diferentes m�sculos da regi�o perineal. Especialmente dos m�sculos bulbocavernosos e isquiocavernosos.

 

Ambos os m�sculos se estendem de ambos os lados da vulva (no espa�o delimitado pelos l�bios genitais).

 

Durante a excita��o sexual (e a ere��o do clit�ris), eles se contraem de forma involunt�ria e cont�nua, favorecendo a excita��o e provocando a ejacula��o feminina.

 

Ao mesmo tempo, dist�rbios sexuais est�o associados a sintomas do trato urin�rio.

 

Mais de 40% das mulheres com infec��es urin�rias recorrentes, incontin�ncia ou prolapso uretral apresentam uma deteriora��o em sua vida sexual.

 

Isso acontece porque as altera��es urogenitais costumam causar baixa libido, secura vaginal e diminui��o da taxa e intensidade dos orgasmos.

 

Todos estes fatores fazem parte do c�rculo vicioso de altera��o estrutural e emocional que impede o desenvolvimento de uma vida sexual plena.

O que o assoalho p�lvico tem a ver com orgasmos?

A hipotonia ou fraqueza do assoalho p�lvico e a incontin�ncia urin�ria podem interferir de forma direta nas rela��es sexuais.

 

�s vezes, pode ocorrer o vazamento de urina durante a penetra��o, durante o orgasmo ou ambos.

 

O movimento da vagina (e dos m�sculos que a cercam) durante a penetra��o facilita a perda de urina.

 

Nestes casos, � l�gico esperar que, ap�s o exerc�cio (devidamente programado) do assoalho p�lvico, os sintomas dessas mulheres melhorem.

De fato, os m�sculos do assoalho p�lvico s�o diretamente respons�veis %u200B%u200Bpela quantidade e intensidade das sensa��es que uma mulher sente durante a rela��o sexual.

 

Assim como a intensidade do aperto ou press�o que seu parceiro sente durante a penetra��o.

 

As contra��es r�tmicas do assoalho p�lvico contribuem para a excita��o e a capacidade de muitas mulheres atingirem o orgasmo.

 

Os programas de exerc�cios do assoalho p�lvico melhoram o t�nus %u200B%u200Bmuscular e a circula��o nos �rg�os p�lvicos.

 

Isso � especialmente importante para os m�sculos menores do assoalho p�lvico, que s�o respons�veis %u200B%u200Bpor inchar e erguer o clit�ris quando as mulheres est�o excitadas.

 

Consequentemente, a manuten��o da musculatura perineal em condi��es saud�veis %u200B%u200Bde for�a, resist�ncia e elasticidade favorece o desenvolvimento de rela��es sexuais satisfat�rias.

 

Por exemplo, com os conhecidos exerc�cios de Kegel � poss�vel treinar e fortalecer os m�sculos perineais (incluindo os m�sculos isquiocavernosos e bulbocavernosos).

 

Na verdade, estes exerc�cios demonstraram ser um tratamento preventivo altamente eficaz para o vaginismo.


Bolas chinesas
A fisioterapia, a massagem perineal e o uso de bolas chinesas podem ajudar a prevenir disfun��es sexuais, diz a especialista (foto: Getty Images)

Fisioterapia e sa�de sexual

Este � apenas um exemplo simples de como a fisioterapia � �til no tratamento e preven��o de disfun��es sexuais.

 

Embora tamb�m tenham sido demonstrados efeitos ben�ficos da realiza��o de massagem perineal, da aplica��o de est�mulos el�tricos suaves, do uso de instrumentos como as bolas chinesas...

 

Como profissionais de sa�de coletiva, os fisioterapeutas participam da educa��o de h�bitos saud�veis %u200B%u200Be da promo��o do bem-estar.

 

Uma vez que a sa�de sexual � parte integrante do bem-estar geral, os fisioterapeutas em diferentes n�veis assistenciais desempenham um papel importante na preven��o e tratamento das disfun��es sexuais.

 

Mas � preciso fazer um esfor�o para difundir e normalizar esta quest�o.

 

A come�ar pela popula��o em geral, dado que devido ao constrangimento e desconforto em decorr�ncia da natureza �ntima do problema, as pacientes podem n�o fornecer espontaneamente informa��es sobre sua fun��o sexual aos profissionais de sa�de.

 

Quanto aos profissionais de sa�de, cabe ter consci�ncia da import�ncia e gravidade das altera��es sexuais e fazer perguntas pertinentes �s pacientes com quadros cl�nicos compat�veis com poss�vel comprometimento sexual.

 

Al�m disso, os profissionais de sa�de tamb�m devem proporcionar um ambiente seguro e aberto no qual as pacientes possam se sentir � vontade para falar sobre suas rela��es sexuais.

 

*Raquel Leir�s Rodr�guez � professora assistente e doutora em Fisioterapia pela Universidade de Le�n, na Espanha.

 

Este artigo foi publicado originalmente no site de not�cias acad�micas The Conversation e republicado aqui sob uma licen�a Creative Commons. Leia aqui a vers�o original (em espanhol).

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