
Segundo a m�dica infectologista Ana Helena Gremoglio, a realiza��o de campanhas anuais contra a gripe tem basicamente dois motivos. Um deles � o fato de o v�rus Influenza ter muitas cepas diferentes, assim como ocorre com o novo coronav�rus.
Neste ano, por exemplo, a campanha de vacina��o contra a gripe oferece imunizantes que protegem contra tr�s tipos do v�rus: H1N1, H3N2 e Influenza B. A iniciativa foi lan�ada no dia 4 de abril. O dia D de mobiliza��o est� marcado para 30 de abril.
“A vacina contra influenza � anual porque os v�rus que circulam s�o diferentes, e ela precisa ser redesenhada para que pessoa crie imunidade. � diferente de outras vacinas em que os v�rus n�o mudam tanto, como tr�plice viral e hepatite”, explica a m�dica.
Pela presen�a das variantes, a cada ano as vacinas s�o adaptadas para proteger as pessoas contra as cepas mais comuns. Hospitais sentinela coletam amostras de pessoas utilizando o instrumento swab (que coleta amostras de materiais). Esses materiais s�o analisados por laborat�rios centrais e, com isso, identificadas as principais cepas em circula��o. Esse mapeamento subsidia a produ��o das vacinas para o ano seguinte.
Outro motivo para as campanhas anuais � o fato de as vacinas contra a gripe n�o manterem sua efic�cia por mais de seis meses. Como o momento de maior circula��o do v�rus � durante o inverno, em geral as campanhas s�o lan�adas no in�cio do segundo trimestre do ano, em abril.
“A imunidade para influenza demora seis meses. � na �poca de maior transmiss�o viral que temos que estar com mais anticorpos. Ela � desenhada numa plataforma de modo que a imunidade m�xima seja alcan�ada na mesma �poca de maior circula��o viral e das temperaturas mais frias, quando pessoas tendem a ficar mais aglomeradas”, comenta a infectologista.
Queda
Ana Helena Gremoglio pondera que as campanhas de vacina��o contra a gripe devem ser ampliadas diante da queda das taxas de imuniza��o desde 2014. No ano passado, por exemplo, a campanha de vacina��o contra a gripe atingiu 72,1% do p�blico-alvo, quando a meta era aplicar as doses em 90% dos segmentos.
“As campanhas de vacina��o existem, mas de forma muito aqu�m do que deveriam acontecer. Elas deveriam ser diuturnas, refor�ando a import�ncia, seguran�a e efic�cia das vacinas. Desde 2014 que as campanhas de preven��o v�m sendo deixadas de lado. �s vezes, as pessoas acham que � melhor investir no atendimento do que na preven��o, mas em preven��o � mais barato e eficiente”, diz a m�dica.