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Estado de Minas DESCOBERTA

Tesouro pr�-hist�rico � preservado em �mbar de quase 100 milh�es de anos

Pesquisadores alem�es estudam, com tecnologia 3D, centenas de esp�cimes de uma das mais antigas formas de vida da Terra. Os f�sseis, muito bem preservados pela resina de �rvores, revelam que, no passado, artr�podes, hoje do tamanho de um dedo, mediam at� 2 metros


postado em 24/12/2018 13:26 / atualizado em 24/12/2018 13:33

Milípede preservado em âmbar encontrado na Birmânia, na Ásia continental, de quase 100 milhões de anos: 450 tipos preservados na resina(foto: Thomas Wesener/Divulgação)
Mil�pede preservado em �mbar encontrado na Birm�nia, na �sia continental, de quase 100 milh�es de anos: 450 tipos preservados na resina (foto: Thomas Wesener/Divulga��o)

Desde o sucesso da s�rie cinematogr�fica Jurassic Park, todo mundo sabe que insetos da era dos dinossauros podem ser encontrados muito bem conservados em �mbar, material que parece pedra preciosa, mas, na verdade, � resina de �rvores fossilizada. Especialmente diversa � a fauna animal do cret�ceo da Birm�nia, na �sia continental. Nos �ltimos anos, o �mbar de quase 100 milh�es de anos trouxe � luz algumas pe�as espetaculares, incluindo penas de dinossauro, uma cauda completa desse animal, grupos desconhecidos de aranhas e v�rios tipos de insetos extintos.

No entanto, at� hoje, cientistas haviam descoberto apenas tr�s esp�cies de mil�pedes - um dos mais antigos seres a habitar o Planeta - preservados no �mbar birman�s. Agora, por�m, uma equipe do Instituto Leibniz de Biodiversidade Animal (ZFMK, sigla em Alem�o) anunciou, no jornal de acesso livre Check List, a identifica��o de mais de 450 tipos do artr�pode conservado em resina. Gra�as ao grande n�mero de esp�cimes, os pesquisadores encontraram esp�cies que representam 13 das 16 ordens taxon�micas que ainda hoje existem na Terra. Os f�sseis mais antigos que se t�m not�cia de metade dessas ordens foram encontrados dentro do �mbar estudado.

An�lise digital

Os pesquisadores fizeram a an�lise com a ajuda da tomografia microcomputadorizada (micro-CT). Essa tecnologia de varredura usa raios x omnidirecionais para criar uma imagem 3D da amostra, que pode, ent�o, ser virtualmente removida do �mbar e examinada digitalmente. De acordo com os cientistas, a maioria dos mil�pedes cret�cicos encontrados na resina n�o difere significativamente das esp�cies encontradas no sudeste da �sia atualmente, o que � uma indica��o da idade das linhagens existentes.

Por outro lado, a diversidade das diferentes ordens parece ter mudado drasticamente. Por exemplo, durante a era dos dinossauros, o grupo Colobognatha - mil�pedes caracterizados por cabe�as alongadas pouco usuais que evolu�ram para sugar alimentos l�quidos - costumava ser muito comum. Hoje, em contraste, com mais de 12 mil esp�cies de mil�pedes vivendo nos quatro continentes, existem apenas 500 colobognatas. Outra descoberta curiosa foi a identifica��o de esp�cimes de oito patas rec�m-nascidas, indicando que esses animais viviam e se reproduziam nas �rvores produtoras de resina.

Gigantes

“Mesmo antes dos aracn�deos e dos insetos, e muito � frente dos primeiros vertebrados, os mil�pedes herb�voros foram os primeiros animais a deixarem sua marca na Terra, h� mais de 400 milh�es de anos”, explicaram os cientistas, no artigo. “Esses mil�pedes primitivos diferiam muito dos que vivem hoje: eles costumavam ser muito maiores e v�rios tinham olhos muito grandes”, destacaram.

As esp�cies maiores do g�nero Arthropleura, por exemplo, cresceriam at� 2m de comprimento e de 50cm a 80cm de largura - os maiores artr�podes que j� se arrastaram pela Terra.

Por que esses gigantes se tornaram extintos e o motivo pelo qual essas e outras ordens sobreviveram s�o quest�es que permanecem desconhecidas, em parte porque apenas um punhado de f�sseis geralmente mal preservados de toda a era Mesozoica (252-66 milh�es de anos atr�s) foi recuperado. Da mesma forma, embora h� muito se suspeitasse que as 16 ordens modernas de mil�pedes deviam ser muito antigas, faltava um registro f�ssil para apoiar essa suposi��o.

O �mbar estudado pela equipe alem� foi quase todo emprestado de cole��es particulares, incluindo a maior da Europa, mantida por Patrick M�ller, de K�shofen. Acredita-se que existam muitos esp�cimes adicionais, cientificamente importantes, talvez at� milhares deles, atualmente inacess�veis em cole��es particulares na China. Ao longo dos pr�ximos anos, os esp�cimes rec�m-descobertos ser�o descritos e comparados com as esp�cies existentes, a fim de identificar quais mudan�as morfol�gicas ocorreram nos �ltimos 100 milh�es de anos.


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