(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

UAI
Publicidade

Estado de Minas

Vespa tem subst�ncia que ataca superbact�ria

Pesquisadores americanos isolam subst�ncia t�xica produzida por esp�cie brasileira e obt�m composto eficaz no combate a micro-organismos resistentes a medicamentos


postado em 27/12/2018 05:05

No experimento, pesquisadores isolaram esse peptídeo da Polybia paulista, que foi considerado promissor para testes no combate aos agentes infecciosos(foto: Mario Palma/Unesp/Divulgação)
No experimento, pesquisadores isolaram esse pept�deo da Polybia paulista, que foi considerado promissor para testes no combate aos agentes infecciosos (foto: Mario Palma/Unesp/Divulga��o)



Uma das maiores buscas da medicina � a gera��o de novos antibi�ticos. O uso err�neo dessas drogas pela popula��o tem provocado a resist�ncia das bact�rias, o que impede o combate eficaz aos agentes infecciosos. Na procura por mais subst�ncias com o mesmo potencial terap�utico, pesquisadores norte-americanos modificaram, em laborat�rio, o veneno de uma vespa de origem brasileira. As altera��es fizeram com que o composto perdesse a toxicidade e tamb�m obtivesse resultado positivo no combate a infec��es. As descobertas foram publicadas na revista especializada Nature Communications Biology.


Os cientistas explicam que a toxina pept�dica derivada do veneno da vespa, conhecida como Polybia paulista, esp�cie encontrada no Brasil, j� havia sido identificada. “No entanto, tinha a quest�o de que ela era t�xica para as c�lulas humanas, por isso, nunca poderia ser transformada em antibi�ticos vi�veis”, detalhou C�sar de la Fuente, professor do Departamento de Bioengenharia da Universidade da Pensilv�nia, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo. No experimento, os pesquisadores isolaram esse pept�deo, que foi considerado o mais promissor pelo tamanho reduzido — apenas 12 amino�cidos. Essa caracter�stica, segundo os especialistas, torna vi�vel a cria��o de diversas variantes que podem ser testadas no combate aos agentes infecciosos, de forma menos nociva aos humanos.”


“� um pept�deo pequeno o suficiente para que voc� possa tentar silenciar os res�duos de amino�cidos que quiser, o que tamb�m torna poss�vel a busca de como cada bloco de constru��o contribuiu para a atividade antimicrobiana e a toxicidade”, explicou De la Fuente. “Usando t�cnicas de biologia sint�tica, modificamos a sequ�ncia da toxina para reutiliz�-la em uma mol�cula sint�tica n�o t�xica”, complementou.

INFEC��ES Os pesquisadores, em seguida, testaram a subst�ncia em ratos. Eles observaram que o veneno combateu a Pseudomonas aeruginosa, uma linhagem de bact�rias que causa infec��es diversas, como as respirat�rias, e que � resistente � maioria dos antibi�ticos. “Ele foi eficaz em matar bact�rias in vitro e em um modelo de camundongo e, portanto, representa um novo antibi�tico promissor. Depois de quatro dias, esse composto conseguiu eliminar completamente a infec��o, e isso foi bastante surpreendente e emocionante, porque, normalmente, n�o vemos isso com outros antimicrobianos experimentais ou outros antibi�ticos que testamos no passado com esse modelo de rato em particular”, assinalou De la Fuente.


Alberto Chebabo, infectologista do Laborat�rio Exame, de Bras�lia, considerou que a pesquisa americana � positiva, pois trata de um ponto de grande relev�ncia atual na �rea m�dica. “Essa � uma necessidade que vemos cada dia mais frequentemente, que � a cria��o de novos antibi�ticos, e estudos que tratam esse tema atenderiam a essa demanda. Mas ainda � uma pesquisa muito inicial, devemos aguardar mais detalhes, saber se esse composto pode combater cepas que s�o extremamente resistentes”, frisou o especialista.


O infectologista ressaltou que o uso de venenos de animais � algo que ainda n�o havia sido explorado na cria��o de antibi�ticos, o que pode, no futuro, gerar uma nova classe de medicamentos. “Temos muitas vertentes desse tipo de rem�dio; por�m, o uso de venenos ainda n�o havia sido explorado, muito provavelmente pela toxicidade envolvida, algo que os cientistas conseguiram alterar nesse estudo. Caso a pesquisa evolua, teremos um campo novo de pesquisa extremamente interessante”, enfatizou.

POTENCIAL A equipe americana adiantou que dar� continuidade � pesquisa. “O pr�ximo passo � traduzir nossas descobertas em medicamentos. Portanto, tentaremos avaliar sistematicamente a toxicidade potencial do pept�deo sint�tico e compararemos a efic�cia com os antibi�ticos-padr�es de tratamento”, afirmou De la Fuente. Os cientistas avaliaram que muitos outros compostos presentes no meio ambiente, como o retirado da vespa brasileira, t�m potencial de se tornar novos medicamentos. “A natureza tem bilh�es de anos para desenvolver mol�culas maravilhosas que realizam tarefas incr�veis. Inspirando-nos em tais mol�culas, podemos encontrar solu��es para os desafios m�dicos mais dif�ceis. Acredito que alguns dos princ�pios que aprendemos aqui podem ser aplic�veis a outros pept�deos semelhantes que s�o derivados do meio ambiente”, disse.


O pesquisador americano tamb�m ressaltou o papel do Brasil nesse desafio. “O Brasil tem uma incr�vel diversidade natural que pode ser a fonte de novas mol�culas �teis, e o pa�s treinou qu�micos, bi�logos, engenheiros, m�dicos com esse objetivo, o que contribuir� nessas an�lises”, opinou.

AMEA�A A busca de estrat�gias para enfrentar as superbact�rias mobiliza estudiosos, a ponto de o problema ser considerado uma das maiores amea�as � sa�de global da atualidade. No ano passado, a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) promoveu uma confer�ncia internacional exclusivamente para tratar do assunto, com o objetivo de conscientizar a popula��o, os profissionais da �rea e os gestores p�blicos. Segundo as estimativas, mais de 700 mil pessoas morrem anualmente em todo o mundo devido a infec��es provocadas por bact�rias resistentes. Estudo patrocinado pelo  governo brit�nico prev� que esse n�mero poder� chegar a 10 milh�es a partir de 2050.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)