(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CORONAV�RUS

Segundo estudo, novo coronav�rus circula no Brasil desde novembro

Part�culas do Sars-CoV-2 s�o identificadas em amostra de esgoto coletada em Florian�polis no ano passado


postado em 03/07/2020 09:40 / atualizado em 03/07/2020 12:27

Partículas foram encontradas em esgoto bruto, em Florianópolis, oriundo de residências. Resultado faz com que o país tenha o mais antigo registro das Américas(foto: AFP / EDUARDO VALENTE)
Part�culas foram encontradas em esgoto bruto, em Florian�polis, oriundo de resid�ncias. Resultado faz com que o pa�s tenha o mais antigo registro das Am�ricas (foto: AFP / EDUARDO VALENTE)
Um m�s antes que o Sars-CoV-2 fosse conhecido, o novo coronav�rus j� circulava no Brasil. Em 29 de novembro, 100 mil part�culas do micro-organismo por litro se encontravam no esgoto de uma regi�o de Florian�polis, de acordo com estudo liderado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Com a descoberta, publicada na plataforma on-line de artigos cient�ficos Medrvix.org, o pa�s passa a ser o primeiro das Am�ricas a ter um registro do v�rus.

A identifica��o do Sars-CoV-2 na rede de esgoto de Florian�polis soma-se a descobertas recentes em pa�ses como Austr�lia, Holanda, Fran�a, It�lia e Espanha de que o v�rus estava ativo muito antes do que se imaginava. Juntas, essas pesquisas colocam em d�vida se o novo coronav�rus surgiu, de fato, na chinesa Wuhan, de onde se afirma que ele se originou.

Em uma entrevista coletiva on-line, a pesquisadora Maria Elisa Magri, do Departamento de Engenharia Sanit�ria e Ambiental da UFSC, contou que o armazenamento de amostras do esgoto � uma rotina da unidade acad�mica. “Temos como praxe deixar amostras preservadas, h� banco de amostras em v�rios laborat�rios, de v�rios locais da cidade”, disse.

A regi�o exata em que as part�culas virais foram detectadas n�o s�o descritas no artigo, por motivos �ticos, explicou a cientista. Segundo Magri, exames em materiais referentes a 31 de outubro e 6 de novembro n�o apontaram a exist�ncia do Sars-CoV-2. Na de 29 de novembro, por�m, havia. Ela esclarece que as amostras avaliadas s�o de esgoto bruto, o que sai direto das resid�ncias.

At� agora, o registro mais antigo do causador da covid-19 nas Am�ricas � de 21 de janeiro, quando se confirmou o primeiro caso em um paciente norte-americano. Como ainda n�o h� outras pesquisas retrospectivas com amostras de esgoto no continente, n�o se sabe quando o v�rus come�ou a circular na regi�o.

Globalmente, em 12 de dezembro, foi feita a primeira men��o p�blica a um “surto viral”, pela televis�o p�blica chinesa. Hoje, sabe-se que um paciente foi infectado no pa�s em 17 de novembro, mas, at� ent�o, ningu�m suspeitava da exist�ncia do micro-organismo. No Brasil, casos inaugurais da infec��o datam do fim de fevereiro.

Teste refer�ncia

As amostras de esgoto analisadas pela equipe da UFSC passaram pelo mesmo teste que identifica, em seres humanos, a presen�a do v�rus: o PCR. Trata-se de uma tecnologia que transforma o RNA viral em DNA complementar. Depois disso, o material gen�tico � amplificado em 100 milh�es de vezes, permitindo identificar sequ�ncias espec�ficas de um micro-organismo, n�o encontradas em nenhum outro.

Atualmente, o PCR � o �nico m�todo que d� a certeza da identifica��o do Sars-CoV-2. “Tivemos muito cuidado na manipula��o das amostras e tamb�m de buscar v�rios genomas espec�ficos do Sars-CoV-2. Al�m disso, os testes foram refeitos em diversos laborat�rios independentes”, ressalta a cientista que liderou os estudos, Gislaine Fongaro, do Laborat�rio de Virologia Aplicada da UFSC.

Na amostra de novembro, os pesquisadores contabilizaram 100 mil part�culas do v�rus por litro de esgoto. Como um reflexo do aumento no n�mero de casos, em mar�o, esse n�mero passou para 1 milh�o por litro. Apesar da acur�cia dos resultados, essa primeira pesquisa — o grupo trabalha em novas an�lises do material — n�o permite saber como o v�rus chegou a Florian�polis. “Por meio de filogenias (hist�ria da evolu��o de um ser) e de estudos gen�ticos, ser� poss�vel fazer a triagem do v�rus e jogar luz sobre uma poss�vel rota do Sars-CoV-2 e de como ele chegou por aqui”, acredita.

Sequenciamento

Patr�cia Hermes Stoco, pesquisadora do Laborat�rio de Protozoologia da UFSC, diz que a equipe trabalha, agora, no sequenciamento do genoma completo dos v�rus identificados nas amostras, para tentar fazer essa avalia��o. “Com o resultado, talvez possamos tra�ar um caminho retrospectivo do v�rus, comparando com os perfis do Sars-CoV-2 em bancos gen�ticos”, diz.

Por�m, a cientista esclarece que n�o h� certeza se ser� poss�vel apontar a origem do micro-organismo detectado no esgoto catarinense em novembro. “Nessas amostras, n�o identificamos nenhuma mudan�a significativa (do v�rus) em rela��o ao Sars-CoV-2 que est� circulando no mundo como um todo.”

As cientistas afirmam que, al�m de mostrar que o causador da covid-19 estava no Brasil muito antes que se imaginava, o estudo evidencia que a an�lise de esgotos � um importante m�todo de vigil�ncia em sa�de. “O esgoto � uma ferramenta epidemiol�gica muito importante para a implementa��o de programas sentinelas. � um material precioso”, destaca Gislaine Fongaro.

Alerta no Equador

Diferentemente do esgoto de Florian�polis, que � tratado antes de ser lan�ado na rede pluvial (70% dos res�duos t�m esse destino), em Quito, no Equador, o material segue direto para os rios, n�o passando por esta��es de descontamina��o. Um estudo publicado na Medrvix.org por pesquisadores equatorianos destacou que, devido � pr�tica de descarte, foram encontradas cargas virais elevadas de Sars-CoV-2 em rios urbanos da capital e em outras tr�s forma��es lacustres em meados de junho.

Os autores destacam o risco da descoberta tanto para a sa�de p�blica, com potencial alto de contamina��o, quanto para o meio ambiente.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)