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Estado de Minas CURA

COVID-19: brasileiros falam como � trabalhar no desenvolvimento da vacina

Pesquisadores contam sobre como t�m trabalhado no desenvolvimento de vacinas para vencer uma das maiores crises sanit�rias da hist�ria da humanidade


26/07/2020 14:34 - atualizado 13/08/2020 17:26

(foto: Instituto Butantan/Divulgação)
(foto: Instituto Butantan/Divulga��o)
A pandemia da COVID-19 s� poder� ser controlada com o surgimento de uma vacina. � o que repetem constantemente especialistas da �rea m�dica, como membros da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). Devido a esse cen�rio preocupante, o mundo acompanha ansiosamente a corrida cient�fica em busca de uma imuniza��o segura e capaz de frear o novo coronav�rus.

Nos projetos mais adiantados, h� o trabalho de brasileiros, que t�m atuado tanto no desenvolvimento de f�rmulas quanto na realiza��o de testes em volunt�rios. Alguns desses pesquisadores contam ao Correio detalhes importantes desses projetos e explicam por que o Brasil virou um laborat�rio para esses estudos.

Uma das vacinas para a COVID-19 que est�o mais adiantadas � feita por cientistas chineses, do grupo farmac�utico Sinovac Biotech. A f�rmula � desenvolvida por meio de uma tecnologia cl�ssica para imunizantes: o uso do v�rus inativado. Chamada de CoronaVac, a vacina cont�m c�pias do pat�geno Sars-CoV-2 que foram silenciadas em laborat�rio.

Ao entrar em contato com o organismo da pessoa imunizada, provoca o desenvolvimento de c�lulas de defesa (reposta imune), o que deixa o indiv�duo preparado para, quando exposto ao v�rus, se defender.

Os testes cl�nicos iniciais (fases 1 e 2) da vacina chinesa foram conclu�dos, quando mais de 700 volunt�rios receberam a f�rmula. Os resultados positivos foram suficientes para a equipe passar para a fase 3, que teve in�cio, na semana passada, no Brasil.

A �ltima etapa, que � a mais importante de todo o processo, � feita em parceria com o Instituto Butantan, em S�o Paulo. “Daremos continuidade a essa corrida pela vacina. Eles nos passaram o bast�o. Agora, usaremos nossa estrutura para avaliar a seguran�a e a efic�cia da CoronaVac, ou seja, se ela produz os anticorpos de defesa, em um grupo mais amplo”, detalha Ricardo Palacios, diretor m�dico de Pesquisa Cl�nica no Instituto Butantan.

O especialista explica que as atividades do instituto s�o feitas obedecendo a normas e m�todos j� dominados pelos cientistas. “Seguimos um protocolo com normas internacionais, mas, principalmente, brasileiras, que � muito bem definido e que conhecemos muito bem. Outro ponto importante � que a tecnologia usada para o desenvolvimento dessa f�rmula � algo que temos dom�nio dentro do nosso instituto. Essa � uma grande vantagem para os testes e tamb�m para uma poss�vel produ��o da f�rmula”, avalia.

Palacios destaca que o Brasil tem posi��o privilegiada quando o tema � pesquisa, o que contribuiu para que a parceria se concretizasse. “Temos grandes institui��es, como a Anvisa, que � comparada a outros grandes centros de fiscaliza��o e regula��o de medicamentos, como FDA, dos Estados Unidos. Isso, com certeza, contribui para o desenvolvimento de projetos e tamb�m para resultados mais r�pidos e com garantia de seguran�a”, afirma.

O pesquisador acredita que outras parcerias poder�o surgir. “Nenhum pa�s aposta em uma f�rmula s�, at� porque sabemos que precisaremos de vacinas para grupos espec�ficos. Fora que precisamos ter mais de uma op��o para garantir que todos possam ser imunizados caso ocorra problemas no percurso.

Acredito que poderemos esperar que outros pa�ses sigam o mesmo caminho do Brasil, abrindo as portas para essas pesquisas de imunizantes”, justifica. A terceira etapa de testagem da CoronaVac no pa�s contar� com a participa��o de 9 mil volunt�rios, que receber�o duas doses, aplicadas em um intervalo de 15 dias.

5 mil volunt�rios

Outra vacina que tamb�m est� em testes em territ�rio nacional � desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, com colabora��o da multinacional farmac�utica AstraZeneca. A f�rmula, chamada ChAdOx1 nCoV-19, tem como base o v�rus ChAdOx1, uma vers�o mais fraca da gripe comum que atinge apenas macacos.

Os pesquisadores fizeram altera��es para que o pat�geno criasse prote�nas presentes no Sars-CoV-2. Ao entrar em contato com o organismo da pessoa imunizada, o v�rus que comp�e a f�rmula faz com que o corpo produza anticorpos de prote��o.

A vacina mostrou-se eficaz em testes de fase 1 e 2, realizados no Reino Unido com 1.077 participantes. As an�lises, que tiveram in�cio em fevereiro, contaram com a participa��o do brasileiro Pedro Folegatti, que j� trabalhou com pesquisas na �rea de doen�as tropicais em Uganda, Reino Unido e Tanz�nia, al�m do Brasil. “Minha fun��o principal � garantir o seguimento do ponto de vista de seguran�a dos volunt�rios.

Seguimos os participantes por, no m�nimo, seis meses a um ano para observar quaisquer efeitos adversos”, conta o pesquisador brasileiro, que � mestre em sa�de p�blica e, h� quatro anos, trabalha no Instituto Edward Jenner, que faz parte da universidade brit�nica. Ap�s o sucesso das fases iniciais, o grupo seguiu para a terceira fase de testes, com mais volunt�rios, que ocorre no Brasil.

Folegatti explica que o pa�s foi escolhido devido ao alto volume de casos da covid-19, mas tamb�m por causa da parceria entre pesquisadores brasileiros com cientistas internacionais. “Originalmente, esper�vamos ver os sinais de efic�cia da vacina no Reino Unido devido � grande quantidade de casos no in�cio do ano, mas houve queda nos casos. Com isso, procuramos lugares em que a doen�a estivesse em ascens�o e, como brasileiro, ajudei nas conversas que levaram a essa parceria”, detalha. “Existem outros locais com o mesmo cen�rio que o Brasil atualmente, mas n�o tinham requisitos importantes, como a infraestrutura necess�ria para dar continuidade � pesquisa”, completa.

O pesquisador acredita que os testes feitos aqui, que contar�o com 5 mil volunt�rios, ajudar�o a avaliar a efic�cia da vacina e destaca que, enquanto n�o h� uma f�rmula de imuniza��o para a covid-19, � importante seguir as medidas de preven��o indicadas por especialistas. “Os resultados positivos que tivemos at� agora s�o encorajadores, mas o pr�ximo passo � saber se a resposta imune induzida ser� suficiente para garantir a prote��o. Enquanto isso, o papel das pessoas � ficar em casa, usar m�scara, lavar as m�os. S�o medidas essenciais. Precisamos basear nossas a��es no que a evid�ncia cient�fica diz que funciona”, defende.

Palavra de especialista

Condi��es prop�cias

“Esses testes t�m ocorrido no pa�s porque precisamos que os participantes estejam expostos ao v�rus, o que tem ocorrido aqui, e comparar esses dados com quem n�o recebeu o imunizante. Isso � essencial para saber qual a efetividade da f�rmula. Tamb�m nos destacamos na �rea de pesquisa, principalmente em rela��o a vacinas.

Muita gente acha que a pesquisa no pa�s come�ou agora com o coronav�rus, mas n�s temos especialistas de renome e centros que trabalham nessa �rea h� muito tempo. Pessoas que criticam isso acabam prejudicando a popula��o, provocando questionamentos e desconfian�as, colocando em d�vida o trabalho dos cientistas. Esses testes s�o muito positivos porque tamb�m abrem uma oportunidade para especialistas brasileiros serem reconhecidos pela celeridade, compet�ncia e experi�ncia.”

Mayra Moura, diretora da Sociedade Brasileira de Imuniza��es (SBIm)


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