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DNA: o mapa gen�tico de cada um

Testes gen�ticos e gen�micos podem ser cruciais para a detec��o e tratamento de patologias. E, agora, t�m sido utilizados na identifica��o do coronav�rus


19/07/2020 04:00 - atualizado 18/07/2020 20:13

A ciência, ao estudar o DNA, o RNA e as proteínas que são formadas por meio da transcrição, muitas vezes, pode identificar que elas se encontram normais ou com alguma alteração%u201D - André Murad, oncologista
A ci�ncia, ao estudar o DNA, o RNA e as prote�nas que s�o formadas por meio da transcri��o, muitas vezes, pode identificar que elas se encontram normais ou com alguma altera��o%u201D - Andr� Murad, oncologista (foto: Arquivo pessoal)

Cerca de 2,2 milh�es de doen�as podem ser previstas por meio de testes de DNA, como casos de Alzheimer e c�ncer, de acordo com a Sociedade Americana para a Gen�tica Humana (ASHG). Al�m disso, esse tipo de exame � capaz de analisar o sequenciamento gen�tico de um organismo e, desse modo, constatar altera��es em genomas humanos, respons�veis pelo aparecimento de doen�as.

Em meio � pandemia de COVID-19, esse m�todo tem sido aplicado na identifica��o da infec��o pelo novo coronav�rus, por meio da coleta de materiais gen�ticos do nariz e da garganta, na realiza��o do exame de Swab. Ainda, no caso dos testes r�pidos, o DNA tamb�m � observado, mas com o objetivo de reconhecer os anticorpos atuantes.

Nesse contexto, Andr� Murad, diretor cient�fico do Grupo Brasileiro de Oncologia e Precis�o (GBOP), explica que o DNA � composto por uma esp�cie de fita dupla, na qual h� o pareamento das bases que constituem esse �cido desoxirribonucleico.

Quando se faz necess�rio que a c�lula produza prote�nas e/ou exer�a alguma fun��o, o fen�meno denominado de transcri��o faz com que nucleot�deos existentes no DNA humano se compatibilizem com os presentes no RNA.

“Ocorre, ent�o, o processo de tradu��o. Cada parte codificada no RNA gera um amino�cido. Dessa forma, v�rios amino�cidos juntos formam as prote�nas. E essas prote�nas v�o exercer uma s�rie de fun��es, como multiplica��o, estabilidade e indu��o de morte celular, al�m de reparos do pr�prio DNA da c�lula e a execu��o de sua responsabilidade espec�fica”, destaca.

A partir disso, segundo Murad, qualquer altera��o e/ou muta��o identificada na estrutura desses nucleot�deos pode proporcionar e induzir modifica��es no sequenciamento correto, causando defici�ncias na produ��o de prote�nas. “Todo esse processo gera uma s�rie de situa��es, desde fen�menos naturais, normais e fisiol�gicos, at� doen�as.”

Diversas patologias podem ser identificadas por meio desse m�todo, sendo o c�ncer uma delas, por meio de um procedimento de rea��o em cadeia de polimerase, que analisa e identifica os v�rios tipos de tumores causadores da doen�a. Foi assim que a aposentada, de 66 anos, Maria Raimunda Serpa Marques teve constatado o c�ncer que atingia seu pulm�o, um adenocarcinoma.

“N�o t�nhamos conhecimento ainda sobre esse tipo de exame e o fizemos por indica��o m�dica. Por meio do teste, o oncologista p�de constatar a presen�a do tumor e fazer tamb�m uma an�lise gen�tica”, conta a professora Nat�lia do Carmo Silva Marques, nora de Maria Raimunda.

Murad destaca que, ap�s a detec��o das muta��es e/ou altera��es gen�ticas e gen�micas dos cistos identificados no organismo humano, � poss�vel a indu��o de tratamentos espec�ficos, como o chamado alvo molecular.

GRAVIDADE Outro aspecto relacionado a diversos doen�as, como o c�ncer, Alzheimer e mesmo a infec��o por Sars-Cov-2, que tamb�m pode estar associado aos fatores gen�ticos, diz respeito � gravidade de determinadas patologias e as suas diferentes formas de manifesta��o em cada organismo.

Murad explica que isso pode ocorrer, pois causas externas � estrutura molecular do DNA e/ou RNA podem influenciar no resultado final, mesmo que este apresente sinais de altera��es gen�ticas ou gen�micas.

“A ci�ncia, ao estudar o DNA, o RNA e as prote�nas que s�o formadas por meio da transcri��o, muitas vezes, pode identificar que elas se encontram normais ou com alguma altera��o. E h� casos em que ocorre muta��o, mas a doen�a n�o se desenvolve, sendo reconhecida como epigen�ticas.”

� esse fator que se caracteriza como respons�vel pelo n�o aparecimento da doen�a em organismos alterados. Isso pode ser ilustrado por h�bitos como alimenta��o, consumo de cigarros e bebidas alco�licas, sedentarismo e polui��o ambiental.

Segundo o p�s-doutor em gen�tica, isso justifica as distintas formas de manifesta��o do novo coronav�rus no organismo humano. “Muitas vezes, o sistema imunol�gico de uma pessoa est� em melhores condi��es, o que explica a infec��o em alguns organismos e em outros n�o. Ent�o, ocorreu o fen�meno epigen�tico.”

COVID-19 

O Sars-Cov-2 � um v�rus de RNA, ou seja, com estrutura formada por uma fita de RNA. Portanto, o novo coronav�rus n�o tem em sua sequ�ncia nenhum tipo de DNA, fazendo uso do organismo contaminado para se desenvolver e multiplicar. Por isso, o teste molecular, neste caso, atua na identifica��o de um sequenciamento exclusivo de RNA, diagnosticando, assim, a COVID-19.

“A principal t�cnica � a rea��o em cadeia de polimerase, chamada de PCR. Essa metodologia � muito aplicada por ser relativamente simples e n�o precisar de grande tecnologia. O PCR � uma t�cnica utilizada na biologia molecular para amplificar uma �nica c�pia ou algumas c�pias de um seguimento de DNA ou RNA, em v�rias ordens de grandeza. Ent�o, por meio da identifica��o dessas sequ�ncias se consegue estabelecer a exist�ncia de uma muta��o ou n�o”, diz.

� o que se faz, por exemplo, no exame de Swab. Nesse tipo de teste, a coleta de material gen�tico � feita no nariz e na garganta, e analisado a fim de identificar sequ�ncias espec�ficas do Sars-Cov-2. No entanto, o especialista adverte que a sensibilidade desse tipo de exame pode n�o ser eficaz.

“� preciso ter uma grande carga viral no organismo para que o v�rus seja identificado. E, se este for feito no in�cio da infec��o, pode ser que n�o seja poss�vel identific�-la ainda. Al�m disso, muitas vezes, esse v�rus pode j� estar localizado no pulm�o, e o exame feito tardiamente. Dessa forma, naquele local onde foi coletada as amostras j� n�o se tem mais a presen�a do v�rus. O ideal � que seja feito a partir do quinto ou sexto dia ap�s o aparecimento de sintomas.”

E, foi exatamente esse tipo de teste ao qual a m�dica oncologista Lorraine Eloy Silva, de 28, submeteu-se a fim de detectar de forma mais r�pida a presen�a do v�rus em seu corpo. “Esse exame � feito procurando fragmentos de RNA do v�rus. Com isso, em 12 horas, tive o resultado em m�os. Positivo. O que me proporcionou rapidez para agir em prol da minha seguran�a e dos que me rodeiam, fazendo o isolamento adequado e tomando os devidos cuidados para que a infec��o por COVID-19 n�o evolu�sse de forma s�bita para um quadro de maior gravidade”, conta.

H� tamb�m os testes sorol�gicos, ou os chamados testes r�pidos, que, de acordo com Murad, j� n�o age na identifica��o do sequenciamento gen�tico, mas sim no reconhecimento de anticorpos produzidos por meio da rea��o imunol�gica do organismo, o que tamb�m tem rela��o direta com o DNA e RNA das c�lulas em quest�o.

Outro m�todo � o de sequenciamento g�nico ou gen�mico, t�cnica usada para realizar a leitura completa de peda�os longos de DNA e RNA. No caso do novo coronav�rus, por este ser pequeno, em compara��o aos genomas humanos, em apenas uma an�lise, toda a sequ�ncia pode ser reconhecida. Nesse tipo de exame, segundo Murad, � poss�vel identificar muta��es caracter�sticas do v�rus.

* Estagi�ria sob a supervis�o
da editora Teresa Caram


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