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Estado de Minas NOVA AMEA�A?

Entenda o que representa a descoberta da nova cepa do coronav�rus

Novo tipo do v�rus, de origem africana, � identificado por especialistas brit�nicos. A variante seria ainda mais transmiss�vel do que a descoberta na Inglaterra


24/12/2020 08:42 - atualizado 24/12/2020 09:11

(foto: Tolga Akmen/AFP)
(foto: Tolga Akmen/AFP)
Em mais um desdobramento da pandemia de COVID-19, uma segunda cepa do v�rus Sars-CoV-2, com maior poder de transmiss�o, come�a a transpor fronteiras, o que acende uma luz de alerta para especialistas em sa�de e l�deres globais. O Reino Unido anunciou, nessa quarta-feira (23/12), a identifica��o dessa mais recente variante do pat�geno, que tem como origem a �frica do Sul. A nova variante foi identificada em dois viajantes que estiveram no pa�s recentemente.

Na semana passada, autoridades sul-africanas informaram sobre a nova muta��o gen�tica, que teria sido a respons�vel por um aumento de infec��es no pa�s. A chegada da nova cepa ao Reino Unido ocorreu no momento em que os brit�nicos est�o �s voltas com a conten��o de um outro tipo do novo coronav�rus, 70% mais transmiss�vel, e que levou a Europa a adotar medidas de prote��o.

“Achamos, e todos os elementos v�o nesse sentido, que essa variante � mais transmiss�vel”, declarou, ontem, � ag�ncia de not�cias France-Presse (AFP) T�lio de Oliveira, diretor do instituto de pesquisas Krisp, vinculado � Universidade de Kwazulu-Natal, na �frica do Sul. A equipe de Oliveira sequenciou centenas de amostras do novo coronav�rus de todo o pa�s desde fevereiro, e, por meio das an�lises, constatou que uma determinada variante dominava todos os resultados obtidos nos �ltimos dois meses. “Entre 80% e 90% das amostras colhidas, a partir da segunda quinzena de novembro, apresentaram essa nova linhagem”, detalhou o especialista.

Rapidez assusta


Segundo os cientistas sul-africanos, a variante — nomeada de 501.V2 — surgiu, provavelmente, na regi�o da Ba�a de Nelson Mandela, em torno de Port Elizabeth. Pouco tempo depois, ela teria se espalhado para a Cidade do Cabo, a regi�o mais tur�stica do pa�s. Em seguida, viajou para a regi�o Norte, em dire��o a Durban. “Nunca vimos uma �nica linhagem espalhar-se t�o rapidamente”, frisou Oliveira.

A cepa 501.V2 conseguiu ultrapassar fronteiras e foi oficialmente registrada, ontem, na Inglaterra. “Gra�as � impressionante capacidade gen�mica dos sul-africanos, detectamos dois casos de outra nova variante do coronav�rus aqui, no Reino Unido”, declarou Matt Hancock, secret�rio brit�nico de Sa�de. Ele informou que as pessoas identificadas com a nova variante foram isoladas, e que todos que estiveram na �frica do Sul nos �ltimos 15 dias precisar�o ficar de quarentena. O governo do primeiro-ministro Boris Johnson adotou restri��es a voos para a �frica do Sul.

Os temores das autoridades brit�nicas s�o ainda maiores porque o reino ainda lida com os efeitos da muta��o descoberta recentemente, que levou � retomada de restri��es dr�sticas � popula��o. Na segunda-feira da semana passada, especialistas informaram ter identificado uma nova cepa 70% mais transmiss�vel, respons�vel por 60% dos casos de COVID-19 da cidade de Londres. Por conta desse primeiro an�ncio, o bra�o europeu da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) reuniu-se, ontem, para discutir estrat�gias.

Mudan�as esperadas

De acordo com o infectologista Leandro Machado, novas muta��es do v�rus Sars-CoV-2 , com comportamentos diferentes, eram esperadas por estudiosos. Isso porque, explicou, � medida que o v�rus se espalha, pode sofrer muitas modifica��es gen�ticas. “A muta��o viral � algo que acontece o tempo inteiro. No Brasil mesmo, j� temos mais de 30 linhagens do novo coronav�rus. N�s ainda conseguimos dizer de onde elas vieram, � poss�vel defini-las como a sul-africana ou a inglesa, mas pode ser que isso seja mais dif�cil no futuro, com as pessoas circulando mais”, detalhou.

O m�dico tamb�m ressaltou que a maior transmissibilidade observada nas novas cepas ainda n�o foi bem compreendida e pode estar relacionada a diversos fatores. “Constataram uma maior capacidade de se espalhar, mas n�o sabemos o motivo. Pode ser que essas novas vari�veis entrem mais r�pido na mucosa, ou tenham um poder de transmiss�o alto mesmo quando voc� tem contato com uma menor quantidade do pat�geno. Isso � algo que ainda n�o compreendemos bem”, observou.

O infectologista enfatizou que, para combater essas novas cepas, � necess�rio manter as medidas de preven��o, como o isolamento e o uso de equipamentos de prote��o. “� bem prov�vel que as vacinas funcionem para essa nova cepa brit�nica e tamb�m a africana, mas, se n�o acontecer, teremos que mud�-las, o que tamb�m n�o parece ser dif�cil. Agora, mais do que nunca, a nossa maior certeza � que devemos manter os cuidados b�sicos, e evitar o m�ximo poss�vel aglomera��es”, orientou Machado.

Palavra de especialista

Estrat�gia de sobreviv�ncia

“Essas altera��es gen�ticas do Sars-Cov-2, registradas recentemente, t�m em comum o mesmo ponto: elas aumentam a transmissibilidade. Isso ocorre porque � a forma que o v�rus arranja de sobreviver. Faz parte da natureza dele criar maneiras de continuar sobrevivendo, e o v�rus s� consegue se manter vivo por meio do cont�gio r�pido. A preocupa��o com essas muta��es n�o precisa ser t�o grande, j� que elas n�o provocam uma maior gravidade da doen�a, e, ao que nos parece, at� agora, n�o temos influ�ncia negativa delas quanto �s vacinas. Para criar os imunizantes s�o utilizados determinados peda�os virais. Essas altera��es que o pat�geno sofreu at� agora n�o foram registradas nesses alvos. A mensagem mais importante � manter as medidas de preven��o e evitar, ao m�ximo, esse cont�gio que est� se tornando mais potente, at� porque existe a possibilidade dessas novas linhagens chegarem ao Brasil.”

Werciley J�nior, infectologista do Hospital Santa L�cia, em Bras�lia.



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