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Estado de Minas FTALATOS

Como produtos qu�micos t�xicos amea�am espermatoz�ides e reprodu��o

Especialista em fertilidade alerta para liga��o entre subst�ncias qu�micas em nosso meio ambiente e a deteriora��o dos sistemas reprodutivos de homens e mulheres.


07/04/2021 09:09 - atualizado 07/04/2021 10:20


Uma concentração menor de espermatozoides se traduz em uma maior dificuldade de concepção(foto: SPL)
Uma concentra��o menor de espermatozoides se traduz em uma maior dificuldade de concep��o (foto: SPL)

A taxa de fertilidade mundial est� em decl�nio h� d�cadas e o chamado 'rel�gio biol�gico' das mulheres � frequentemente apontado como um dos principais obst�culos para reverter essa queda.

Mais educa��o, maior participa��o no mercado de trabalho, a decis�o de casar e de ter filhos mais tarde, maior acesso a m�todos contraceptivos, entre outros fatores, est�o entre as explica��es comuns para o fato de as mulheres engravidarem menos vezes hoje em dia.

Mas a epidemiologista americana Shanna Swan sugere que os homens s�o tamb�m fonte de preocupa��o.

Ela diz em seu novo livro, Countdown (Contagem Regressiva, em tradu��o literal), que a situa��o atual da sa�de reprodutiva n�o poder� se manter por muito tempo sem amea�ar a sobreviv�ncia humana.

"� uma crise existencial global", ressalta Swan, uma cientista especializada em fertilidade que trabalha na Escola de Medicina Icahn no Hospital Mount Sinai, em Nova York.

No livro, Swan aponta que, em m�dia, uma mulher hoje com 20 anos � menos f�rtil do que sua av� era aos 35.

E ela acrescenta que, tamb�m em m�dia, um homem atual tem metade da quantidade de esperma que seu av� tinha na mesma idade.

A pesquisadora atribui grande parte dessa deteriora��o a produtos qu�micos t�xicos, especificamente os ftalatos, subst�ncias sint�ticas usadas para tornar os pl�sticos mais flex�veis e dif�ceis de quebrar.

Esses componentes est�o em objetos comuns: recipientes, xampus, cosm�ticos, m�veis, agrot�xicos ou alimentos enlatados, entre outros produtos.

V�rios estudos nos �ltimos 20 anos mostraram que eles alteram os horm�nios masculinos, como a testosterona, e causam problemas cong�nitos genitais em beb�s do sexo masculino.


Cientista Shanna Swan publicou em fevereiro o livro
Cientista Shanna Swan publicou em fevereiro o livro "Contagem regressiva: como nosso mundo moderno amea�a a contagem de esperma, alterando o desenvolvimento reprodutivo masculino e feminino e colocando em risco o futuro da ra�a humana". (foto: Getty Images)

Os Centros de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC), �rg�o ligado ao Departamento de Sa�de dos Estados Unidos (equivalente ao Minist�rio da Sa�de no Brasil), declaram em seu site que os efeitos da exposi��o moderada a ftalatos s�o desconhecidos, mas reconhecem que alguns tipos dessas subst�ncias afetaram o sistema reprodutivo de animais em laborat�rio.

Swan concedeu a entrevista a seguir � BBC News Mundo, o servi�o de not�cias em espanhol da BBC.

BBC News Mundo: Em seu livro, a senhora diz que a fertilidade caiu mais de 50% nos �ltimos 50 anos e que a contagem de espermatoz�ides pode cair para zero at� 2045, ou seja, em pouco menos de 25 anos. De onde v�m esses dados?

Swan: Em primeiro lugar, � preciso esclarecer que os dados de fertilidade n�o v�m da minha pr�pria pesquisa, mas do Banco Mundial.

Na institui��o, pode-se pesquisar a taxa de fertilidade - isto �, o n�mero m�dio de filhos que uma mulher tem - para cada ano e pa�s desde 1960.

Dito isso, de 1960 at� agora, essa taxa caiu para mais da metade, de cinco filhos por mulher ou casal para 2,4 filhos por mulher ou casal, uma queda de mais de 50%.


Capa do livro de Shanna Swan(foto: Simon & Schuster)
Capa do livro de Shanna Swan (foto: Simon & Schuster)

J� o decl�nio na contagem e concentra��o de espermatoz�ides � muito mais dif�cil de estabelecer. Para isso, fizemos uma grande meta-an�lise de estudos j� publicados, e revisamos todos aqueles publicados nos �ltimos 40 anos para ver os dados sobre espermatozoides relatados por pesquisadores em seus respectivos pa�ses ou estudos.

O que descobrimos foi que a concentra��o caiu de 99 milh�es de espermatozoides por mililitro - quase 100, o que � muito - em 1973 para 47 milh�es em 2011.

� uma queda preocupante por v�rios motivos, sendo o principal deles o fato de ser muito �ngreme.

Isso em pa�ses ocidentais, na Europa, Am�rica do Norte, Austr�lia e Nova Zel�ndia, porque pa�ses n�o ocidentais t�m poucos estudos publicados e pesquisamos em ingl�s, portanto, trabalhos em outros idiomas n�o est�o inclu�dos no livro.

Se voc� olhar os dados dos �ltimos 30, 20, 10 anos, perceber� que o decl�nio n�o se tornou mais lento, portanto n�o h� indica��o de que esteja diminuindo.

J� 47 milh�es � um n�mero baixo e continuar� diminuindo. Abaixo dos 40 milh�es, entramos no ponto em que � cada vez mais dif�cil ter um filho, digamos, da forma tradicional, o que traz a necessidade de reprodu��o assistida.

BBC News Mundo: A senhora fala de uma crise existencial global. Como a situa��o ficou t�o ruim e por que isso n�o � t�o discutido?

Swan: Sim, o que est�vamos fazendo quando isso estava acontecendo? Est�vamos mais preocupados com outras crises. N�o podemos esquecer a mudan�a clim�tica, que est� ofuscando outras crises, e, mais recentemente, a pandemia da covid-19.

Mas isso � muito anterior � pandemia e, na verdade, remonta ao fim da 2ª Guerra Mundial, quando a produ��o de derivados de petr�leo aumentou.

O pl�stico e muitos dos produtos qu�micos que nos preocupam, e que penso estarem relacionados a este decl�nio, come�aram a ser produzidos em grandes quantidades em todo o mundo. Eles s�o produtos qu�micos feitos com petr�leo e derivados de petr�leo.


Reprodução assistida tem demanda cada vez maior em todo o mundo(foto: SPL)
Reprodu��o assistida tem demanda cada vez maior em todo o mundo (foto: SPL)

A crise clim�tica global e a crise da sa�de reprodutiva cresceram juntas porque est�o ligadas a produtos semelhantes.

Outra raz�o pela qual n�o estamos t�o cientes da crise de fertilidade � que as pessoas n�o falam sobre sa�de reprodutiva.

Em primeiro lugar, as mulheres s�o frequentemente responsabilizadas por falhas na sa�de reprodutiva. Presume-se que, se um casal n�o consegue conceber, a mulher � a respons�vel.

As pessoas n�o querem falar sobre coisas pelas quais se sentem mal ou culpadas, e os homens definitivamente n�o querem considerar a possibilidade de serem inf�rteis ou ter pouco esperma, porque sentem que isso ataca sua masculinidade.

Portanto, � uma esp�cie de zona secreta que se tenta evitar.

Mesmo muitos dos casais que t�m problemas para conceber e v�o aos programas de reprodu��o assistida n�o contam aos amigos, � algo escondido.

Problemas relacionados � menstrua��o ou sexo, como falta de libido ou disfun��o er�til, tamb�m n�o s�o discutidos. Todos s�o assuntos constrangedores.


Uma concentração menor de espermatozoides se traduz em uma maior dificuldade de concepção(foto: SPL)
Uma concentra��o menor de espermatozoides se traduz em uma maior dificuldade de concep��o (foto: SPL)

Acredito que h� um fator a� que n�o vemos, por exemplo, quando falamos sobre problemas card�acos ou diabetes.

As pessoas n�o t�m vergonha de falar sobre sua diabetes da mesma forma que falam sobre infertilidade.

Acho que essa � outra raz�o pela qual n�o temos prestado tanta aten��o: estamos ocupados com outras coisas e n�o queremos falar sobre isso.

BBC News Mundo: Lembro de um caso pr�ximo a mim, uma mulher que deu � luz um filho natimorto. Tudo estava indo bem, mas de repente os m�dicos constataram que o beb� n�o tinha batimentos card�acos. Muitas pessoas ficaram surpresas que algo assim pudesse acontecer nos Estados Unidos, como se fosse algo que s� acontece em pa�ses em desenvolvimento…

Swan: Exatamente, n�o se trata, portanto, de um problema de primeiro mundo. � mais um motivo pelo qual as pessoas n�o querem abordar esse assunto; "� algo que acontece com os outros", s�o "eles" que t�m um problema. Ou mesmo dentro dos Estados Unidos, "algo que acontece com n�o brancos".

De fato, aqui (EUA) h� uma quest�o de justi�a, que os n�o-brancos t�m mais problemas reprodutivos.


Em 23 países, incluindo Espanha, Itália, Japão e Tailândia, população será reduzida pela metade até 2100, de acordo com projeções atuais(foto: Getty Images)
Em 23 pa�ses, incluindo Espanha, It�lia, Jap�o e Tail�ndia, popula��o ser� reduzida pela metade at� 2100, de acordo com proje��es atuais (foto: Getty Images)

Isso est� relacionado, acredito, a uma maior exposi��o a produtos qu�micos que podem causar esses danos e tamb�m h� outros fatores de sa�de, como estresse, dieta pobre e outras coisas que se cruzam e agravam seus problemas de fertilidade.

N�o estamos expostos a esses problemas da mesma maneira.

BBC News Mundo: Quando pensamos em produtos qu�micos, tendemos a achar que a amea�a est� na comida e na �gua, mas, de acordo com suas pesquisas, ela � mais ampla.

Swan: � maior, sim, embora eu diria que � muito bom pensarmos em comida, �gua e ar, porque os produtos qu�micos que mais investiguei s�o os que est�o no pl�stico e s�o chamados de ftalatos.


Considerados tóxicos e perigosos, os ftalatos entram nos alimentos pelo contato com plástico(foto: Getty Images)
Considerados t�xicos e perigosos, os ftalatos entram nos alimentos pelo contato com pl�stico (foto: Getty Images)

Nossa principal exposi��o a esses produtos qu�micos acontece por meio dos alimentos.

Quando os alimentos entram em contato com o pl�stico, os ftalatos presentes no pl�stico macio penetram nos alimentos e de l� chegam at� n�s. Isso pode acontecer quando o alimento � processado ou mesmo antes, na embalagem, ao armazenar alimentos em recipientes ou ao com�-los.

Quando as pessoas me perguntam o que fazer, eu digo: "Tente tirar o pl�stico da sua cozinha". Tento usar recipientes de vidro, cer�mica e metal.

H� tamb�m o bisfenol A (geralmente abreviado como BPA), que endurece o pl�stico e entra em nossa comida por contato com latas ou garrafas de pl�stico.

Qualquer pl�stico r�gido que voc� possa imaginar tem BPA, ou bisfenol S ou bisfenol F, que s�o usados como alternativa porque as pessoas querem comprar produtos sem BPA.


Empresas dizem produzir produtos sem BPA, mas adicionar outros bisfenóis que também são prejudiciais ao nosso organismo, diz Shanna Swan(foto: Getty Images)
Empresas dizem produzir produtos sem BPA, mas adicionar outros bisfen�is que tamb�m s�o prejudiciais ao nosso organismo, diz Shanna Swan (foto: Getty Images)

Ao falar sobre comida, devo mencionar que os recipientes tamb�m s�o uma preocupa��o para que os alimentos n�o grudem em panelas ou embalagens que dizem ser resistentes � �gua e cont�m produtos qu�micos perigosos.

Se formos al�m da comida, devemos falar sobre poli�ster nas roupas, retardadores de chama em m�veis, PVC (cloreto de polivinila), que � usado especialmente na Europa para pisos e revestimentos de parede etc.

S�o produtos qu�micos que podem afetar nossos horm�nios e s�o os mais preocupantes por causa de seus efeitos sobre a testosterona, o estrog�nio. S�o produtos qu�micos conhecidos como desreguladores end�crinos ou hormonais.

O que acontece � que, quando entram no corpo, podem afetar nossos pr�prios horm�nios e o momento mais perigoso para que isso aconte�a � nos primeiros meses de gravidez.

O embri�o est� se desenvolvendo muito rapidamente, muitas c�lulas est�o se dividindo e girando, e seu desenvolvimento foi programado para usar horm�nios como indicadores dos processos que devem ocorrer.

Se esses horm�nios s�o alterados de uma maneira que, por assim dizer, eles n�o entendem a mensagem, ent�o esse desenvolvimento � alterado e isso � algo que medimos em nossos estudos.


Empresas americanas não são obrigadas a provar que produtos químicos em seus produtos são seguros antes de serem lançados no mercado(foto: Getty Images)
Empresas americanas n�o s�o obrigadas a provar que produtos qu�micos em seus produtos s�o seguros antes de serem lan�ados no mercado (foto: Getty Images)

Observamos casos de crian�as do sexo masculino que s�o, como dizemos, "sub-masculinizadas" pela falta de testosterona durante o desenvolvimento no �tero e pelo efeito em seu sistema reprodutivo.

L� podemos ver que esses produtos qu�micos podem afetar o n�mero de espermatozoides por meio de altera��es hormonais, seja durante a gravidez ou na vida adulta.

O fumante tem baixo n�mero de espermatozoides, sabemos disso, e a diferen�a � que um adulto que fuma pode tomar a decis�o de parar e sua contagem de espermatozoides se recupera, mas n�o podemos fazer nada com a altera��o que ocorreu quando ele estava no �tero materno.

Isso � permanente, � uma altera��o para toda a vida.

BBC News Mundo: A senhora tamb�m fala de "produtos qu�micos eternos". Quais s�o eles, especificamente?

Swan: S�o produtos qu�micos como o DDT (dicloro difenil tricloroetano), dioxinas ou PCDs e s�o chamados de eternos porque n�o se dissolvem na �gua e n�o saem do corpo rapidamente.

Os ftalatos s�o o oposto, s�o sol�veis em �gua, como o BPA, chegam � urina e o corpo os expele, ent�o em cerca de quatro horas metade deles sai, muito rapidamente.

Mas os produtos qu�micos eternos permanecem por anos e �s vezes d�cadas, e eles n�o est�o apenas em n�s, armazenados na gordura, mas tamb�m no meio ambiente, na gordura dos animais como os peixes que comemos, e no solo que chega at� a nossa �gua e este � como os recebemos.

O perigo dos produtos qu�micos eternos � literalmente eterno.


Produtos químicos eternos foram detectados na água nas escolas de Massachusetts(foto: Getty Images)
Produtos qu�micos eternos foram detectados na �gua nas escolas de Massachusetts (foto: Getty Images)

O bom dos produtos qu�micos n�o persistentes, como ftalatos e BPA, � que, uma vez que os expulsamos do corpo, eles n�o permanecem por perto. O problema � que eles sempre chegam at� n�s.

Neste momento, temos em nosso corpo, com 90% de certeza, ftalatos e bisfen�is.

E a prop�sito, n�o temos consci�ncia disso, n�o sabemos quais s�o os n�veis, n�o sabemos de onde os estamos tirando, a maioria das pessoas n�o sabe o que procurar e � por isso que digo que somos cobaias.

As empresas nos Estados Unidos n�o precisam provar que os produtos qu�micos s�o seguros antes de coloc�-los no mercado. Na Europa, � diferente. Existe uma norma melhor na Uni�o Europeia que estabelece que um produto qu�mico deve ser testado para ser seguro antes de ser colocado no mercado.

� uma legisla��o chamada "Reach" e que realmente mudou a forma como esses produtos qu�micos s�o encarados pelo p�blico.

Mas nos Estados Unidos, e eu diria que na maioria dos pa�ses do mundo, n�o � esse o caso.

Precisamos mudar o sistema para que os produtos qu�micos sejam comprovadamente seguros antes de serem colocados no mercado. Isso pode ser feito por meio de testes e tentativas.

E precisamos explicar que mesmo uma pequena dose � importante.


Plásticos que nos cercam, denuncia Shanna Swan, podem estar alterando nossos hormônios(foto: Getty Images)
Pl�sticos que nos cercam, denuncia Shanna Swan, podem estar alterando nossos horm�nios (foto: Getty Images)

� muito surpreendente ver que a maioria das pessoas pensa "ah, � t�o pequeno que n�o pode me machucar". Isso n�o � verdade.

Quando se trata do sistema end�crino, os humanos foram projetados para serem sens�veis a mudan�as hormonais muito pequenas.

At� mesmo o sexo de um g�meo afeta o desenvolvimento dos horm�nios e do sistema reprodutivo do outro g�meo.

Estamos falando de exposi��es de menos de uma gota em uma piscina. Essa leve exposi��o � suficiente para alterar o desenvolvimento e isso porque nosso corpo � extremamente sens�vel a pequenas mudan�as hormonais.

BBC News Mundo: Houve casos not�rios de esc�ndalos com produtos qu�micos, como os da Monsanto, Dupont, Johnson & Johnson, mas n�o parecem ser tantos diante da gravidade do problema que a senhora apresenta. Por qu�?

Swan: S�o casos jur�dicos e no campo do direito � extremamente dif�cil comprovar os malef�cios que pequenas doses e efeitos brandos causam, pois n�o afetam ningu�m de forma dram�tica, exceto em casos de exposi��o no ambiente de trabalho.

Assim, os casos de alta exposi��o no trabalho podem estar relacionados a certos defeitos cong�nitos ou problemas de sa�de espec�ficos, mas n�o quando as pessoas experimentam pequenas mudan�as.

Tome-se como exemplo o chumbo. A exposi��o de crian�as ao chumbo reduz seu QI (Quociente de Intelig�ncia), mas em pequena quantidade. Por isso, se voc� tem uma crian�a com um QI levemente inferior, n�o pode comprovar que o chumbo da tinta usada na pintura da casa quando sua m�e estava gr�vida � respons�vel por isso.


Alguns casos contra gigantes corporativas, como Monsanto, tiveram grande notoriedade(foto: Reuters)
Alguns casos contra gigantes corporativas, como Monsanto, tiveram grande notoriedade (foto: Reuters)

� a mesma situa��o com esses produtos qu�micos. Pequenas doses afetam milh�es de pessoas em pequenos n�meros e t�m um grande impacto econ�mico e de sa�de em nossas popula��es, mas estabelecer a liga��o entre causa e efeito � muito dif�cil.

Acho que temos que fazer da maneira que eu fa�o: investigando minuciosamente um determinado produto qu�mico e uma consequ�ncia espec�fica.

Concentro-me em ftalatos e sa�de reprodutiva e tenho sido capaz de relacion�-los de forma bastante convincente, especialmente porque demonstro sua correspond�ncia com estudos em animais e sua correspond�ncia com estudos de laborat�rio que mostram a a��o desses produtos qu�micos sobre os horm�nios.

Quando voc� junta tudo isso, voc� tem o que � chamado de �nus da prova que leva a uma decis�o.

Foi o que aconteceu em 2008 com a Lei de Prote��o ao Consumidor, que fez o recall de alguns brinquedos infantis nos Estados Unidos.

A a��o exige um trabalho longo e caro de cientistas, reguladores e ativistas.

Se os fabricantes fizessem seus testes mais cedo, n�o precisar�amos disso.

Essa � a situa��o em que estamos.


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