
Uma esperan�a para os portadores de c�ncer de pr�stata de risco intermedi�rio. � assim que a terapia focal fotodin�mica � apontada, segundo dados de estudo recente publicados nos anais da Asco 2021.
A pesquisa mostrou evid�ncias promissoras da chamada terapia fotodin�mica com alvo vascular (VTP, na sigla em ingl�s) utilizando como agente fotossensibilizante a padeliporfina para eliminar o tumor com uma ou, no m�ximo, duas sess�es de terapia.
A pesquisa mostrou evid�ncias promissoras da chamada terapia fotodin�mica com alvo vascular (VTP, na sigla em ingl�s) utilizando como agente fotossensibilizante a padeliporfina para eliminar o tumor com uma ou, no m�ximo, duas sess�es de terapia.

Os �ndices divulgados demonstram que, ap�s 12 meses, 83% dos tratados n�o tinham c�ncer de grau 4 ou 5 de Gleason (padr�es mais agressivos da doen�a), incluindo 92% dos pacientes que realizaram duas sess�es do tratamento. A terapia j� � aprovada na Europa para c�ncer de pr�stata de baixo risco desde novembro de 2017.

Os resultados s�o bastante promissores, visto que hoje em dia as op��es existentes para tratamento do c�ncer de pr�stata ainda t�m riscos de incontin�ncia urin�ria e impot�ncia, o que n�o ocorreu com a VTP. J� h� inclusive planos de se testar essa tecnologia para casos mais avan�ados no futuro
Lucas Nogueira, urologista mineiro e pesquisador visitante do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York
“No caso da terapia vascular fotodin�mica (VTP), a subst�ncia utilizada � a padeliporfina, que � derivada da clorofila de h�lio-bact�rias e � injetada na circula��o, enquanto a �rea tratada � iluminada com luz com espectro abaixo do infravermelho, o que leva � libera��o das subst�ncias nocivas na circula��o restrita da �rea iluminada, causando oclus�o dos vasos sangu�neos e consequente morte tecidual. No caso dos tumores de pr�stata, fibras �pticas s�o colocadas na localiza��o do tumor e a rea��o com a padeliporfina ocorre ap�s a ativa��o da luz na �rea onde est� o c�ncer.”
� o que explica um dos respons�veis pelo estudo, o urologista mineiro e pesquisador visitante da Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, Lucas Nogueira. Segundo ele, al�m da efic�cia apresentada pelas taxas de recupera��o, um dos maiores benef�cios desse tipo de tratamento � o pequeno grau de agress�o da terapia, sendo realizado sem incis�es e de forma ambulatorial, podendo inclusive ser repetido se houver necessidade.
“As repercuss�es do tratamento nos resultados funcionais foram m�nimas, com �ndices de contin�ncia e disfun��o sexual quase semelhantes �queles antes do tratamento”, destaca.
“As repercuss�es do tratamento nos resultados funcionais foram m�nimas, com �ndices de contin�ncia e disfun��o sexual quase semelhantes �queles antes do tratamento”, destaca.
“Por isso, os resultados s�o bastante promissores, visto que hoje em dia as op��es existentes para tratamento do c�ncer de pr�stata ainda t�m riscos de incontin�ncia urin�ria e impot�ncia, o que n�o ocorreu com a VTP. J� h� inclusive planos de se testar essa tecnologia para casos mais avan�ados no futuro”, comenta Lucas Nogueira.
Ao todo, foram tratados 50 homens, sendo 46 deles avaliados at� os 12 meses. Dos quatro que n�o conclu�ram o estudo, um homem procedeu � prostatectomia (falha do tratamento), dois homens recusaram a bi�psia de 12 meses e um homem morreu em decorr�ncia de um quadro de COVID-19.
O estudo n�o registrou nenhum caso de incontin�ncia urin�ria e mudan�a m�nima da fun��o er�til ap�s 12 meses do tratamento. Todos os pacientes foram submetidos aos question�rios de padr�o internacional para avalia��o da contin�ncia e da pot�ncia sexual.
O estudo n�o registrou nenhum caso de incontin�ncia urin�ria e mudan�a m�nima da fun��o er�til ap�s 12 meses do tratamento. Todos os pacientes foram submetidos aos question�rios de padr�o internacional para avalia��o da contin�ncia e da pot�ncia sexual.
O PROCEDIMENTO
A terapia focal fotodin�mica � um tratamento minimamente invasivo e dura cerca de 90 minutos. “O paciente segue para casa no mesmo dia, se feito pela manh�, com a recomenda��o de n�o se expor ao sol por tr�s dias e se hidratar para elimina��o da droga pela urina. Injetamos na corrente sangu�nea a subst�ncia fotossensibilizante, derivada da clorofila, que com a exposi��o de laser infravermelho na �rea a ser tratada provoca um infarto local. A regi�o deixa de receber oxigena��o e nas pr�ximas horas j� come�a a ocorrer destrui��o do tecido iluminado.”
A terapia focal fotodin�mica � um tratamento minimamente invasivo e dura cerca de 90 minutos. “O paciente segue para casa no mesmo dia, se feito pela manh�, com a recomenda��o de n�o se expor ao sol por tr�s dias e se hidratar para elimina��o da droga pela urina. Injetamos na corrente sangu�nea a subst�ncia fotossensibilizante, derivada da clorofila, que com a exposi��o de laser infravermelho na �rea a ser tratada provoca um infarto local. A regi�o deixa de receber oxigena��o e nas pr�ximas horas j� come�a a ocorrer destrui��o do tecido iluminado.”
“O tratamento � feito apenas no quadrante onde est� o tumor, preservando o restante da pr�stata”, explica. A subst�ncia chamada de padeliporfina (WTS11, na sigla em ingl�s), al�m de barrar a oxigena��o da �rea tratada, estimula o sistema imunol�gico contra o c�ncer. Outro benef�cio da VTP � manter a baixa toxicidade localizada, ao contr�rio dos demais tratamentos focais, que t�m toxicidade local maior e n�o preservam o �rg�o.
A conclus�o do estudo diz: “Os resultados positivos deste estudo mostram que o WST11-VTP � eficaz como tratamento focal do c�ncer de pr�stata de risco intermedi�rio, com toxicidade m�nima ou impacto na fun��o urin�ria e sexual, consistente com os resultados do estudo de fase 3 em doen�a de baixo risco. Com base nesses dados, esta terapia deve ser considerada para aprova��o como uma op��o terap�utica conservadora para casos selecionados de doen�a de risco intermedi�rio”.
Efeitos adversos foram registrados em 12% dos pacientes, na sua grande maioria leves, sendo que todos foram resolvidos em tr�s semanas.
Nesse cen�rio, o procedimento � contraindicado para pessoas que apresentam qualquer condi��o ou hist�rico de doen�a intestinal inflamat�ria retal ativa ou outros fatores que possam aumentar o risco de forma��o de f�stula retal; em caso de uso de drogas anticoagulantes que n�o puderam ser suspensas pelo menos cinco dias antes do procedimento ou drogas antiplaquet�rias que n�o puderam ser suspensas pelo menos cinco dias antes do procedimento e por pelo menos tr�s dias ap�s a VTP, e hist�ria de hipersensibilidade ao sol ou dermatite fotossens�vel.
Segundo Lucas Nogueira, os resultados do estudo, bem como a possibilidade de aplicar o m�todo no tratamento da neoplasia, representam um avan�o no tratamento do c�ncer de pr�stata de risco intermedi�rio, pois apresenta �timo resultado no tratamento focal do tumor, aliado � preserva��o do �rg�o, evitando procedimentos mais agressivos.
“Dessa forma, diminui muito a incid�ncia de complica��es funcionais desses tratamentos, como incontin�ncia e a disfun��o er�til. Ademais, � um procedimento realizado de maneira ambulatorial, com o paciente recebendo alta no mesmo dia, com poucos efeitos colaterais imediatos e podendo tamb�m ser repetido em caso de falha. Um ponto importante tamb�m � que o tratamento com VTP n�o interfere em um tratamento radical posterior, como cirurgia ou radioterapia, caso necess�rio.”
O ESTUDO
O especialista mineiro conta que o estudo surgiu a partir da tend�ncia de preserva��o de �rg�os no tratamento de outros tumores, sem prejudicar os resultados oncol�gicos, o que nem sempre ocorre no caso da pr�stata.
“Tumores de rim, mama e pulm�o s�o alguns exemplos dessa evolu��o. E o tratamento total da pr�stata, atrav�s da retirada ou radioterapia, apresenta riscos de complica��es funcionais, com grande repercuss�o na vida dos pacientes. Mas, h� uma tend�ncia na preserva��o da pr�stata em pacientes com risco intermedi�rio”, explica.
O especialista mineiro conta que o estudo surgiu a partir da tend�ncia de preserva��o de �rg�os no tratamento de outros tumores, sem prejudicar os resultados oncol�gicos, o que nem sempre ocorre no caso da pr�stata.
“Tumores de rim, mama e pulm�o s�o alguns exemplos dessa evolu��o. E o tratamento total da pr�stata, atrav�s da retirada ou radioterapia, apresenta riscos de complica��es funcionais, com grande repercuss�o na vida dos pacientes. Mas, h� uma tend�ncia na preserva��o da pr�stata em pacientes com risco intermedi�rio”, explica.
“Este � um grupo onde a vigil�ncia ativa n�o estaria adequada devido ao risco de progress�o, mas tamb�m o tratamento radical seria uma op��o muito agressiva. As t�cnicas que tratam somente o c�ncer dentro da pr�stata, chamadas de terapia focal, est�o sendo estudadas nos pacientes com risco intermedi�rio, representando o equil�brio entre as agressividades da doen�a e do tratamento. A VTP � uma dessas t�cnicas e provavelmente com estudos mais avan�ados poder� em um futuro breve representar a melhor op��o para o tratamento do c�ncer de pr�stata nesse cen�rio”, comenta.
A equipe do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center est� finalizando a reda��o do estudo para ser publicado nos pr�ximos meses e os m�dicos j� est�o elaborando os protocolos para o in�cio da fase 3.
A NEOPLASIA
O c�ncer de pr�stata ainda � importante causa de morbidade e mortalidade. � atualmente o tipo de c�ncer mais comum e o segundo em mortalidade no sexo masculino. Para o ano de 2021, foram estimados 65.840 novos casos e 15.983 �bitos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do C�ncer (Inca).
E, segundo o urologista Lucas Miranda, essa � uma doen�a que aumenta a incid�ncia de acordo com a idade do homem, com pico de diagn�stico em torno dos 65 anos.
O c�ncer de pr�stata ainda � importante causa de morbidade e mortalidade. � atualmente o tipo de c�ncer mais comum e o segundo em mortalidade no sexo masculino. Para o ano de 2021, foram estimados 65.840 novos casos e 15.983 �bitos no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do C�ncer (Inca).
E, segundo o urologista Lucas Miranda, essa � uma doen�a que aumenta a incid�ncia de acordo com a idade do homem, com pico de diagn�stico em torno dos 65 anos.
“O c�ncer de pr�stata geralmente � causado por muta��es em genes relacionados ao reparo do DNA, n�o havendo fator ambiental bem determinado. Os grupos de risco s�o: ra�a negra e hist�rico familiar de c�ncer de pr�stata, mama ou ov�rio”, comenta.
Conforme o m�dico, o diagn�stico � suspeitado por altera��es no PSA ou toque retal, e confirmado por bi�psia. Na fase inicial, quando est� localizado somente na pr�stata, esse tumor n�o apresenta sintomas, que se iniciam nas fases mais avan�adas, como dor �ssea, hemat�ria (sangue na urina), fluxo urin�rio fraco ou interrompido, ou necessidade de esfor�o para esvaziar a bexiga.
Conforme o m�dico, o diagn�stico � suspeitado por altera��es no PSA ou toque retal, e confirmado por bi�psia. Na fase inicial, quando est� localizado somente na pr�stata, esse tumor n�o apresenta sintomas, que se iniciam nas fases mais avan�adas, como dor �ssea, hemat�ria (sangue na urina), fluxo urin�rio fraco ou interrompido, ou necessidade de esfor�o para esvaziar a bexiga.
Nesse cen�rio, ap�s o diagn�stico � de suma import�ncia que o tratamento seja iniciado imediatamente, o qual � feito de acordo com o est�gio da doen�a.
“Aqueles localizados na pr�stata s�o classificados e tratados de acordo com sua agressividade. Atualmente, os que apresentam laudo avan�ado, j� metast�tica ao diagn�stico, s�o tratados com hormonioterapia associada ou n�o � quimioterapia”, destaca Lucas Nogueira.
“Aqueles localizados na pr�stata s�o classificados e tratados de acordo com sua agressividade. Atualmente, os que apresentam laudo avan�ado, j� metast�tica ao diagn�stico, s�o tratados com hormonioterapia associada ou n�o � quimioterapia”, destaca Lucas Nogueira.
*Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram