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Estado de Minas SA�DE

Depois de 1� transplante de rim de porco em humano, USP inicia testes

Com ensaios cl�nicos, ser� poss�vel descobrir se o rim do porco ser� utilizado de forma permanente ou tempor�ria, at� que um �rg�o humano esteja dispon�vel


22/10/2021 09:09

Médicos fazem transplante na mesa de cirurgia
(foto: Pixabay/reprodu��o)
Nos Estados Unidos,  pela primeira vez, um ser humano recebeu um rim de porco sem que uma rejei��o imediata  fosse desencadeada em seu sistema imune. O feito estimula uma pesquisa associada � Universidade de S�o Paulo (USP),com linha semelhante e comandada por Silvano Raia, pioneiro do transplante de f�gado na Am�rica Latina. O cirurgi�o estima fazer os primeiros testes com seres humanos no Pa�s em dois anos, caso o estudo consiga investimento para construir um criadouro biosseguro (pig facility).

"Por mais que os dados de laborat�rio indicassem que est�vamos no caminho certo, existiam os c�ticos. O fato de terem conseguido demonstra que essa linha de pesquisa � promissora", avalia o cirurgi�o. Para a geneticista Mayana Zatz, tamb�m envolvida na pesquisa, o sucesso americano facilita a aprova��o de experimentos por comit�s de �tica brasileiros. "� importante no sentido de mostrar: 'Olha, j� est� sendo feito nos EUA'."

O estudo brasileiro, tocado no Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e C�lulas Tronco da USP, onde se criou um laborat�rio de xenotransplante (transplante entre esp�cies diferentes), foi concebido por Raia h� quatro anos. A iniciativa teve apoio da Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo (Fapesp) e da farmac�utica EMS. A parte de engenharia gen�tica, segundo os cientistas, consiste na inativa��o de genes do porco e na adi��o de genes humanos, feita com a t�cnica CRISPR/Cas9 (no m�todo, a Cas9, enzima do sistema de defesa das bact�rias, junto a um RNA, usado como guia, recorta o trecho de interesse de um DNA). Com isso, foi poss�vel criar os embri�es geneticamente modificados, que precisam ser introduzidos em uma matriz e criados no pig Facility.

Raia adianta que os primeiros filhotes ser�o gerados em um biot�rio comum, da Faculdade de Medicina da USP. A partir da�, testes pr�-cl�nicos ser�o tocados em perfus�o isolada, sistema que permite manter a preserva��o de �rg�os desde a coleta do doador at� o transplante. � empregado usualmente o chamado l�quido de preserva��o (perfusato). A experi�ncia usar�, por�m, sangue humano como perfusato. "Se a perfus�o do rim geneticamente modificado com sangue humano, durante 12 horas, n�o demonstrar rejei��o tanto nas bi�psias do �rg�o quanto do perfusato, ficar� demonstrado que nosso produto � adequado para ser transplantado em pacientes", declara o cirurgi�o.

Com os ensaios cl�nicos, ser� poss�vel tamb�m descobrir se o rim do porco ser� utilizado de forma permanente ou tempor�ria, at� que um �rg�o humano compat�vel esteja dispon�vel, segundo Mayana. A geneticista diz que a pretens�o �, no futuro, tamb�m transplantar com sucesso o cora��o, a pele e a c�rnea, por exemplo, do porco ao ser humano.

POR QUE PORCOS?

Com a tend�ncia de envelhecimento da popula��o, as preocupa��es relacionadas a transplantes e � filas de espera aumentam. At� junho deste ano, 26.230 brasileiros estavam na fila de espera por um rim, segundo a Associa��o Brasileira de Transplantes de �rg�os (ABTO).

Com isso, a comunidade cient�fica, na �ltima d�cada, tem focado no que chama de "�rg�os adicionais", que n�o adv�m de cad�veres ou volunt�rios. "Entre essas t�cnicas, a mais promissora � o xenotransplante (transplante entre duas esp�cies diferentes)", afirma Raia. O de su�nos, sobretudo, mostra-se mais adequado por tr�s motivos. "Eles t�m uma fisiologia digestiva e circulat�ria muito parecida com a nossa, t�m um tempo de gesta��o mais curto e s�o prol�feros."

O transplante de um porco comum, sem genes modificados, por�m, cria uma rejei��o hiperaguda do sistema imune humano, que ocorre minutos ap�s o enxerto, seguida de uma trombose disseminada nos vasos do transplante e necrose do enxerto, exigindo o explante imediato.


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