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Estado de Minas ENTENDA O RISCO

A resist�ncia aos antibi�ticos, um perigo mundial

Resist�ncia aos antibi�ticos � um fen�meno natural. Mas est� aumentando com o consumo excessivo ou inadequado


17/11/2021 09:01 - atualizado 17/11/2021 09:23

imagem de pílulas e comprimidos
Aumento do consumo de antibi�ticos est� levando a uma situa��o de risco para pacientes (foto: Pixabay)


O fen�meno das bact�rias cada vez mais resistentes aos medicamentos - acelerado pelo consumo excessivo de antibi�ticos - preocupa as autoridades de sa�de mundiais h� muitos anos, pois tem consequ�ncias letais, embora sejam dif�ceis de calcular com precis�o.

- O que �? -

"Matam os micr�bios, � verdade, mas nem todos morrem", escreveu em 1902 o escritor franc�s Alphonse Allais. "Os que resistem ficam mais fortes que antes". Era uma piada, mas, v�rias d�cadas antes do desenvolvimento dos antibi�ticos, a frase era vision�ria.

Allais resumiu bem o mecanismo pelo qual s�o registradas bact�rias cada vez mais resistentes a estes medicamentos.

Os antibi�ticos, descobertos nos anos 1930-1940 e utilizados em larga escala ap�s Segunda Guerra Mundial, s�o mol�culas que destroem as bact�rias que provocam doen�as ou, pelo menos, impedem seu desenvolvimento.

Mas com o tempo, bact�rias resistentes aparecem devido a muta��es gen�ticas. Ao eliminar as bact�rias vulner�veis, os antibi�ticos t�m um efeito perverso, pois permitem que as resistentes invadam o espa�o.

Al�m disso, h� outro fen�meno: as bact�rias 'teimosas' podem transmitir suas caracter�sticas �s vizinhas ainda sens�veis aos antibi�ticos.

"A maior parte das resist�ncias observadas, principalmente aquelas que se propagam de maneira r�pida e problem�tica, acontece por esta capacidade de serem transferidas, destaca � AFP o microbiologista franc�s Christian Lesterlin.

Como consequ�ncia dos diferentes mecanismos, os antibi�ticos, que hoje constituem grande parte dos medicamentos em circula��o, v�o perdendo gradativamente sua efic�cia.

- Como come�ou? -

A resist�ncia aos antibi�ticos � um fen�meno natural. Mas est� aumentando com o consumo excessivo ou inadequado dos tratamentos, como por exemplo contra a gripe, que tem origem viral e n�o bacteriana.

Os pa�ses desenvolvidos perceberam o problema h� 20 anos e iniciaram campanhas de conscientiza��o, como na Fran�a, que tem o slogan "Os antibi�ticos n�o s�o a solu��o para tudo".

O consumo de antibi�ticos finalmente se estabilizou na d�cada de 2010 em muitos pa�ses ricos. Mas as preocupa��es se voltaram para os pa�ses em desenvolvimento, onde o uso aumenta fortemente.

"Estas tend�ncias refletem tanto um melhor acesso aos antibi�ticos para aqueles que precisam como um aumento do uso inapropriado", resume a CDDEP, organiza��o americana de pesquisa em sa�de p�blica.

A utiliza��o abusiva de antibi�ticos nos animais tamb�m est� em jogo, pois alguns agricultores utilizam o medicamento por sua capacidade de acelerar o crescimento do gado.

A Uni�o Europeia proibiu, entre outras coisas, este uso desde 2006.

- Qual o n�vel de gravidade? -

"A resist�ncia aos antibi�ticos constitui atualmente uma das amea�as mais graves para a sa�de mundial", resumiu em 2020 a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).

Com medicamentos menos eficazes, aumenta o risco de n�o conseguir curar uma ampla gama de doen�as bacterianas que podem ser fatais, como a tuberculose ou a pneumonia.

Neste sentido, a resist�ncia aos antibi�ticos mata. As autoridades de sa�de europeias calculam que 25.000 pessoas morrem a cada ano na Uni�o Europeia v�tima das consequ�ncias.

Nos Estados Unidos, o n�mero alcan�a 35.000 mortes por ano.

Mas continua muito dif�cil obter uma estimativa mundial do fen�meno, e � justamente nos pa�ses em desenvolvimento que o problema pode aumentar nos pr�ximos anos.

O tema tamb�m � prop�cio para algumas estimativas alarmistas. Uma delas, frequentemente retomada, cita 10 milh�es de mortes por ano em 2050. Mas este n�mero, que procede de um relat�rio encomendado h� alguns anos pelo governo brit�nico, nada mais � do que uma aprecia��o feita por duas consultorias e n�o o resultado de um trabalho de pesquisadores.

As consequ�ncias econ�micas tamb�m s�o dif�ceis de medir, mas provavelmente elevadas: custos de sa�de p�blica e, com o uso de antibi�ticos nos animais, efeitos nocivos sobre a agricultura e a alimenta��o.

- O que fazer? -

Os antibi�ticos devem continuar sendo utilizados de maneira seletiva e n�o excessiva, embora os m�dicos �s vezes se sintam desprotegidos.

"O medo das complica��es e da press�o que os m�dicos sentem por parte de alguns pacientes os levam a prescrever antibi�ticos aos pacientes idosos", afirmou o organismo franc�s de sa�de p�blica a partir de uma pesquisa feita entre os m�dicos.

� necess�rio encontrar solu��es pr�vias, como por exemplo tentar identificar o mais r�pido poss�vel o surgimento de bact�rias mais resistentes para evitar sua propaga��o.

Por fim, a pesquisa se orienta para o desenvolvimento de tratamentos alternativos aos antibi�ticos, a base de v�rus "bacteri�fagos" que atacam as bact�rias e as neutralizam.


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