
Tanto o paxlovid, da Pfizer, quanto o molnupiravir, da Merck, evitaram significativamente a evolu��o da doen�a e a morte por COVID-19 em pacientes que foram medicados nos est�gios leve a moderado, quando ainda n�o h� necessidade de interna��o. Uma vantagem � que as drogas s�o orais, dispensando a aplica��o intravenosa. A terapia antiviral da Pfizer bloqueia uma enzima que o coronav�rus precisa para poder se replicar. Esse efeito � prolongado quando se administra baixas dosagens do comprimido anti-HIV ritonavir, do mesmo laborat�rio. A indica��o � de que a droga seja prescrita ao primeiro sinal de infec��o ou relato de exposi��o ao coronav�rus.
O acordo anunciado ontem permitir� que laborat�rios licenciados produzam vers�es gen�ricas do medicamento. Segundo a Pfizer, ser�o beneficiados 95 pa�ses que compreendem aproximadamente 53% da popula��o mundial, incluindo na��es com os mais baixos �ndices de desenvolvimento humano (IDH). A maioria faz parte da �frica Subsaariana. Na Am�rica do Sul, Bol�via e Venezuela foram inclu�das. A Pfizer informou que renunciar� aos royalties sobre as vendas em pa�ses de baixa renda enquanto a COVID-19 permanecer classificada, pela OMS, como Emerg�ncia de Sa�de P�blica de Preocupa��o Internacional.
"A licen�a � muito importante porque, se a droga oral for autorizada ou aprovada, ela � particularmente adequada para pa�ses de baixa e m�dia renda e pode desempenhar um papel cr�tico em salvar vidas, contribuindo para os esfor�os globais para combater a pandemia atual", afirmou Charles Gore, diretor executivo do MPP. "Trabalharemos com empresas de gen�ricos para garantir que haja suprimento suficiente tanto para COVID-19 quanto para HIV", garantiu.
Sintomas iniciais
Embora ainda experimental, o paxlovid passou por estudos de fases 2 e 3, demonstrando uma redu��o de 89% no risco de hospitaliza��o ou morte relacionada � COVID-19, em compara��o com placebo em adultos de alto risco n�o hospitalizados (Leia Para saber mais). Esses resultados foram obtidos quando o medicamento foi ingerido dentro de tr�s a cinco dias do in�cio dos sintomas. Assim que os resultados preliminares foram divulgados, em 4 de novembro, a companhia anunciou que enviou um pedido de aprova��o emergencial � Food and Drug Administration (FDA), o �rg�o regulat�rio de sa�de dos EUA.
"A Pfizer continua empenhada em trazer descobertas cient�ficas para ajudar a acabar com essa pandemia para todas as pessoas. Acreditamos que os tratamentos antivirais orais podem desempenhar um papel vital na redu��o da gravidade das infec��es por COVID-19, diminuindo a press�o sobre os nossos sistemas de sa�de e salvando vidas", disse, no comunicado a investidores, Albert Bourla, presidente da companhia. "Devemos trabalhar para garantir que todas as pessoas - independentemente de onde vivam ou de suas circunst�ncias - tenham acesso a essas inova��es, e temos o prazer de poder trabalhar com o MPP para promover nosso compromisso com a equidade."
"A Unitaid, uma ag�ncia global de sa�de, criou o MPP h� 10 anos com este prop�sito exato: garantir licen�as que permitem e aceleram o acesso a tratamentos de qualidade acess�veis para pessoas em ambientes com recursos limitados", disse Philippe Duneton, diretor executivo da Unitaid, ag�ncia da ONU. "Durante uma pandemia, economizar tempo significa salvar vidas. Esse acordo pode nos ajudar a alcan�ar mais pessoas rapidamente assim que o medicamento for aprovado, e, quando combinado com maior acesso a testes, trar� benef�cios para milh�es."
Dose a cada 12 horas
Em julho de 2021, a Pfizer iniciou a fase 2/3 de um estudo do paxlovid em pacientes adultos n�o hospitalizados com COVID-19 em alto risco de evolu��o para doen�a grave. A an�lise prim�ria dos dados provis�rios avaliou informa��es sobre 1.219 pessoas. Todas tinham um diagn�stico confirmado por laborat�rio de infec��o por Sars-CoV-2 dentro de um per�odo de cinco dias e pelo menos uma caracter�stica ou condi��o m�dica subjacente associada ao risco aumentado de desenvolver COVID-19 grave. O grupo foi dividido para receber o medicamento, o antiviral ritonavir, tamb�m da Pfizer e usado para HIV, ou placebo. Todos por via oral, a cada 12 horas.
A an�lise provis�ria programada mostrou redu��o de 89% no risco de hospitaliza��o ou morte relacionada � covid-19 por qualquer causa em compara��o com o placebo em pacientes tratados dentro de tr�s dias do in�cio dos sintomas. Somente 0,8% dos pacientes que recebeu o paxlovid hospitalizado at� o dia 28 do in�cio dos testes, em compara��o com 7,% dos pacientes que tomaram placebo.
Vacina de segunda gera��o
Uma companhia brit�nica come�ar�, em breve, o primeiro estudo em humanos de uma vacina de segunda gera��o para a COVID-19. A subst�ncia da Emergex � sint�tica e ser� testada, na fase 1, em 13 pacientes, que ser�o comparados a 13 outras pessoas do grupo placebo. Por enquanto, o objetivo � verificar a seguran�a e a tolerabilidade da candidata, mas os cientistas tamb�m pretendem extrair dados iniciais sobre as respostas imunes, mediadas por estruturas conhecidas como c�lulas T CD8 +.
O ensaio ser� conduzido por Blaise Genton, do Centro de Aten��o B�sica e Sa�de P�blica da Universidade de Lausanne, na Su��a. O primeiro paciente dever� receber a primeira dose da Emergex no in�cio de janeiro de 2022. "Nossas vacinas visando as c�lulas T podem oferecer benef�cios significativos em rela��o �s vacinas atuais, incluindo imunidade mais duradoura e prote��o mais ampla contra novas variantes", comentou, em nota, Robin Cohen, diretor comercial da companhia. Testes futuros poder�o incluir o Brasil, porque a Emergex tem parceria com a Bio Manguinhos/Fiocruz no desenvolvimento de candidatas a imunizantes.