A miss�o Solar Orbiter da ESA enfrentar� o Sol a partir da �rbita de Merc�rio na sua maior aproxima��o (foto: ESA/ATG medialab)
Uma foto do Sol em ultra resolu��o foi divulgada pela Ag�ncia Espacial Europeia (ESA, da sigla em ingl�s) em 24 de mar�o. A imagem, feita pelo sat�lite Solar Orbiter, tem uma �rea de 83 milh�es de pixels de 9148 x 9112. Para se ter uma ideia do qu�o alta � a resolu��o, isso � 10 vezes mais que a capacidade m�xima de exibi��o de um aparelho de TV 4k.
Essa foto apresenta detalhes raramente vistos em panoramas do astro-rei, como o disco solar completo e sua atmosfera externa, incluindo a coroa. � tamb�m a primeira fotografia do tipo tirada do sol nos �ltimos 50 anos. Para isso, foi usado um maquin�rio chamado Spectral Imaging of the Coronal Environment (SPICE), que usa o comprimento de onda, chamado Lyman-beta, da luz ultravioleta emitida pelo g�s hidrog�nio.
Tudo que envolve essa imagem resulta em n�meros gigantescos. O telesc�pio, por exemplo, precisou se posicionar a uma dist�ncia de 75 milh�es de quil�metros do Sol, a metade do caminho entre a estrela e a Terra. J� a fotografia final � resultado de um mosaico de outras 25 imagens capturadas em sequ�ncia. Cada uma delas � a representa��o de uma �rea do Sol e demorou cerca de 10 minutos para ser tirada.
Uma imagem da Terra tamb�m est� inclu�da para escala, na posi��o das 2 horas (foto: ESA &NASA/Solar Orbiter/EUI team; Data processing: E. Kraaikamp (ROB))
Telesc�pio captura caracter�sticas da superf�cie solar
Apesar da magnitude da imagem, o Solar Orbiter entregou aos cientistas muito mais que s� uma foto do Sol. � que os equipamentos que comp�em o sat�lite tamb�m foram constru�dos para coletar dados da estrela-m�e, desde a atmosfera da coroa, conhecida como cromosfera, at� uma regi�o muito pr�xima da superf�cie.
� poss�vel ver, por exemplo, algumas manchas escuras projetadas para fora da estrela. Elas caracterizam regi�es propensas a entrar em erup��o, causando o fen�meno conhecido como Tempestade de Clima Espacial. Em outros comprimentos de onda de luz ultravioleta, emitidos por diferentes �tomos, os f�sicos conseguem observar explos�es extremamente poderosas que ocorrem em camadas mais internas.
Os diferentes comprimentos de onda registrados correspondem a diferentes camadas na baixa atmosfera do Sol (foto: ESA &NASA/Solar Orbiter/SPICE team; Data processing: G. Pelouze (IAS))
Tamb�m consegue-se observar uma das caracter�sticas mais intrigantes da estrela: a temperatura que sobe � medida que as camadas atmosf�ricas se afastam do centro. O comum � que, quanto mais voc� se afasta de um objeto quente, mais a temperatura caia. Entretanto, a coroa solar est� a um milh�o de graus Celsius enquanto a superf�cie mede somente cerca de 5 mil °C.
As imagens foram tiradas em 7 de mar�o, precisamente quando o Solar Orbiter cruzou a linha Sol-Terra e os resultados est�o em uso para calibrar sistemas de observa��o que est�o baseados em solo terrestre. Em 26 de mar�o, o Solar Orbiter atingiu outro marco da miss�o: seu primeiro peri�lio pr�ximo.
O roxo corresponde ao g�s hidrog�nio a uma temperatura de 10.000�C, o azul ao carbono a 32.000�C, o verde ao oxig�nio a 320.000�C, o amarelo ao neon a 630.000�C
(foto: ESA &NASA/Solar Orbiter/SPICE team; Data processing: G. Pelouze (IAS))
Mas esse � apenas o come�o, j� que o sat�lite vai dar cada vez mais voltas ao redor da estrela central do sistema solar. A expectativa � que, com o passar dos anos, o sat�lite oriente o campo de vis�o para mostrar as regi�es polares do Sol, at� ent�o n�o observadas por instrumentos humanos.