As esp�cies descobertas s�o a Ummidia solana (trapdoor spider, ou aranha de al�ap�o), cujo nome vem da regi�o (ba�a de Solano), e as tar�ntulas Euthycaelus cunampia, Neischnocolus mecana e Melloina pacifica.
Aranhas de al�ap�o s�o assim chamadas pela forma que pegam suas presas, ficando � espreita em uma toca no ch�o e capturando o animal que passa pela frente. J� as tar�ntulas (aqui conhecidas como caranguejeiras) possuem o corpo recoberto por pelos e, apesar de serem venenosas, n�o conseguem picar humanos.
O achado foi publicado no in�cio de julho na revista especializada ZooKeys. A expedi��o cient�fica contou com apoio financeiro da Universidade EAFIT (Escola de Administra��o, Finan�as e Instituto Tecnol�gico) de Medell�n (Col�mbia).
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As aranhas possuem algumas caracter�sticas �nicas que as diferenciam de outras esp�cies, como o corpo mais longo do que largo, colora��o marrom-avermelhada (Melloina e Ummidia) ou marrom-acinzentada (Euthycaelus cunampia), a base das pernas pretas (macho) ou corpo e pernas pretas recobertos por listras amarelas (f�mea de Neischnocolus mecana).
A tar�ntula Melloina pacifica, representa o primeiro registro do g�nero na Col�mbia —ele j� foi descrito para Venezuela e Panam�. As esp�cies do g�nero Melloina vivem em diversos habitats, incluindo cavernas, mas � a primeira vez que foi registrada uma esp�cie que vive em florestas.
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A ca�adora de al�ap�o (Ummidia solana) possui o corpo sem cerdas, com uma carapa�a r�gida cobrindo o t�rax e pernas longas. O macho foi encontrado andando pela folhi�o que recobre o ch�o da floresta (serrapilheira); j� a f�mea estava entocada no ch�o, � espreita.
J� a esp�cie Euthycaelus cunampia recebeu o nome em homenagem a dois membros da comunidade ind�gena Ember�: Don Jos� e Don Antonio. Ex-ca�adores que viviam na reserva, eles agora atuam como guias tur�sticos no jardim bot�nico, com importante papel na educa��o ambiental e conserva��o do local.
A Neischnocolus mecana tamb�m representa o primeiro registro do g�nero na regi�o do Choc� e na costa pac�fica colombiana, e recebeu o nome em homenagem ao munic�pio Mecan�, onde fica o jardim bot�nico em que foi feita a descoberta.
"Essas novidades taxon�micas representam as primeiras ocorr�ncias registradas de seus respectivos g�neros na regi�o, expandindo sua distribui��o geogr�fica. Este estudo inovador serve como prova do potencial de novas esp�cies ainda n�o descobertas pela ci�ncia e da necessidade de estudos taxon�micos abrangentes", afirmam os pesquisadores.
O estudo foi feito no Jard�n Bot�nico del Pac�fico, na costa pac�fica da Col�mbia, parte da regi�o biogeogr�fica conhecida como Choc�, um hotspot natural (regi�o com alta concentra��o de esp�cies end�micas). Esta �rea se estende at� a fronteira com o Panam�.
Popular como destino tur�stico, a ba�a Solano, onde est� localizado o parque, possui diversos resorts de luxo e � uma das principais praias para avistar baleias jubarte e tartarugas-marinhas.
Apesar de ser uma �rea rica em biodiversidade, as aranhas foram encontradas em um local pouco explorado cientificamente, revelando assim uma diversidade in�dita do grupo.
A atividade humana, por�m, pode colocar em risco a rica diversidade de esp�cies do local, incluindo animais vertebrados e invertebrados, como as aranhas rec�m-descobertas.
Apesar de todos os esfor�os no passado para mapear as esp�cies que vivem ali, n�o houve quase nenhuma pesquisa focada na diversidade de aranhas na regi�o. A expedi��o vem, assim, como uma tentativa de preencher essa lacuna.
As aranhas conhecidas popularmente como tar�ntulas fazem parte da ordem Mygalomorphae, que representa apenas 6% da diversidade de aranhas conhecida. Em geral, as migalomorfas s�o terr�colas, n�o tecem teias complexas (algumas usam a seda apenas para fazer as suas armadilhas de al�ap�o) e possuem pelos (cerdas) cobrindo todo o corpo.
Assim como a grande maioria das aranhas, elas s�o predadoras e se alimentam de diferentes tipos de artr�podes e at� mesmo pequenos vertebrados.
A expedi��o ocorreu entre os dias 10 e 25 de fevereiro de 2022. Os esp�cimes foram coletados e depositados na cole��o de Aracnologia do ICN (Instituto de Ciencias Naturales) da Universidade Nacional de Col�mbia, em Bogot�.