(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

In�s Peixoto estreia solo sobre mulheres que remam contra a mar�

Atriz escreveu '�rf�s de dinheiro', que fica em cartaz at� domingo (1�) no no Teatro Jo�o Cheschiatti. Dire��o � de Eduardo Moreira


postado em 28/08/2019 04:00 / atualizado em 27/08/2019 23:52

Além de atuar e assinar o texto, Inês Peixoto é responsável também pelo figurino do espetáculo(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
Al�m de atuar e assinar o texto, In�s Peixoto � respons�vel tamb�m pelo figurino do espet�culo (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A.Press)

A bordo de uma canoa azul, uma mulher tenta fugir da explora��o sexual a que � submetida desde a inf�ncia. Em outro momento, o barquinho leva uma m�e refugiada de um pa�s em guerra, com a filha no colo e a esperan�a de sobreviver em outra p�tria. Por �ltimo, � na embarca��o que uma trabalhadora, gr�vida, espera o amor de sua vida.
 
Em �rf�s de dinheiro, que estreia nesta quarta-feira (28) em Belo Horizonte, a atriz In�s Peixoto conta tr�s hist�rias que refletem a realidade de milh�es de mulheres pelo mundo.

Integrante do Grupo Galp�o desde 1992 e com uma carreira que inclui trabalhos importantes na TV e no cinema, In�s teve nessa pe�a a experi�ncia in�dita de ser respons�vel por atua��o, texto e figurino. A dire��o ficou com o marido, Eduardo Moreira. O cen�rio se resume ao barco e a poucos elementos cenogr�ficos que saem de dentro dele. Para escrever o texto, a atriz mesclou inspira��es antigas com algo que leu recentemente.

"Eu pretendia fazer um mon�logo h� um tempo, com algum tema relacionado � mulher e que dialogasse com a minha idade, com mulheres que passassem por esse corpo que tenho hoje. Eu j� tinha na minha cabe�a a imagem de uma mulher remando sozinha"

In�s Peixoto, atriz

“Eu pretendia fazer um mon�logo h� um tempo, com algum tema relacionado � mulher e que dialogasse com a minha idade, com mulheres que passassem por esse corpo que tenho hoje. Eu j� tinha na minha cabe�a a imagem de uma mulher remando sozinha.
 
No ano passado, deparei-me com um livro de literatura comparada do Paulo Moreira, irm�o do Eduardo, em que ele analisa contos de William Faulkner, Juan Rulfo e Guimar�es Rosa sobre mulheres em estado de vulnerabilidade, em um cap�tulo chamado �rf�s do dinheiro. Foi muito instigante”, conta In�s, que acaba de completar 59 anos.

Os 60 minutos de espet�culo s�o divididos entre as tr�s tramas. Na primeira, uma mulher interiorana descreve as explora��es que come�a a sofrer ainda dentro de casa, at� ser vendida a uma casa de prostitui��o, sem nem saber o pr�prio nome. Com pequenas trocas no figurino, a interpreta��o muda para uma m�e interpelada por uma luz, que representa um agente de fronteira.
 
Desta vez, a personagem � uma refugiada enfrentando a insensatez das autoridades. Em tom que inclui certo humor e intera��o com a plateia, o encerramento se d� com a hist�ria de uma empregada dom�stica vinda do interior para a capital, que mora na casa da patroa, onde � tratada “como se fosse da fam�lia”, apesar da �bvia segrega��o. Depois de conhecer aquele que seria o amor de sua vida, ela revela a possibilidade de estar gr�vida, enquanto espera por ele no barquinho do parque, seu lugar preferido.
 
A atriz em ensaio da peça, que o Estado de Minas acompanhou(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
A atriz em ensaio da pe�a, que o Estado de Minas acompanhou (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A.Press)
“O barco representa travessia, fuga, um n�o lugar, mas tamb�m a esperan�a. Ele dialoga com as tr�s narrativas, de maneiras diferentes”, observa In�s. Apesar da complexidade das hist�rias em seus respectivos contextos sociais, o que guia a montagem � a simplicidade.
 
“Eu queria uma estrutura que coubesse no meu carro, sem depender de nada grande demais, para contar a hist�ria dessas mulheres”, diz a atriz. O projeto e a constru��o da canoa couberam a Ta�sa Campos. A trilha sonora � de Tiago Pereira, filho de In�s. Sobre o figurino, ela conta que todas as pe�as que usa t�m para ela algum valor afetivo, porque as recebeu de presente de pessoas queridas.

“� muito importante essa experi�ncia de escrever hist�rias que se queiram contar e criar personagens que eu tinha vontade de fazer. O teatro � muito lindo nesse aspecto, ele pode ser simples. Dentro de outros suportes art�sticos, eu n�o poderia fazer dessa forma. � gostoso experimentar o seu olhar sobre voc� mesmo”, afirma.
 
Eduardo Moreira conta que, diante do processo criativo de In�s, sua fun��o foi servir ao projeto. “A In�s j� tinha toda a concep��o. Fui ajudando a colocar o que ela estava pensando na pr�tica, concretizar isso. � uma pe�a que conquista pela linguagem do cora��o, n�o tem nada muito conceitual. � muito importante fazer isso no teatro hoje em dia”, afirma.
 
 
Inês Peixoto e Eduardo Moreira, que dirige o solo da atriz(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press)
In�s Peixoto e Eduardo Moreira, que dirige o solo da atriz (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A.Press)
�rf�s de dinheiro
Solo de In�s Peixoto
Dire��o: Eduardo Moreira.
De quarta-feira (28) a s�bado (31), �s 20h, e domingo (1º/9), �s 19h, no Teatro Jo�o Cheschiatti do Pal�cio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia), � venda no site ingressorapido.com.br e na bilheteria do teatro. Classifica��o: 12 anos.
Mais informa��es: (31) 3236-7400.
 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)