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Estado de Minas

Me escuta que (agora) eu sou pagodeiro

Com carreiras dedicadas a outros g�neros musicais, Lucas Fainblat e Vini Ribeiro abra�aram o pagode em composi��es que come�aram como uma brincadeira e geraram o disco 'Noite de estreia', que ser� lan�ado neste domingo (15)


postado em 15/09/2019 04:00 / atualizado em 14/09/2019 18:23

Com convidados como Thiago Delegado e o rapper Djonga, Vini Ribeiro e Lucas Fainblat lançam o álbum apenas nas plataformas digitais (foto: Fernanda Abdo/Divulgação)
Com convidados como Thiago Delegado e o rapper Djonga, Vini Ribeiro e Lucas Fainblat lan�am o �lbum apenas nas plataformas digitais (foto: Fernanda Abdo/Divulga��o)

Paix�o para uns, tabu para outros, o pagode foi resultado natural da parceria entre os m�sicos belo-horizontinos Lucas Fainblat e Vini Ribeiro. Eles dispensam os sobrenomes para assinar Noite de estreia, que ser� lan�ado neste domingo (15), com show no Festival Cura (Circuito Urbano de Arte), no Mirante da Lagoinha.
 
O disco re�ne composi��es criadas em mesas de bar ou no quintal de um deles, com produ��o musical apurada, sob arranjos de Thiago Delegado e participa��es como a do rapper Djonga. Um combinado que atesta contra qualquer preconceito que ainda recaia sobre a vertente do samba que se tornou um dos ritmos mais populares do Brasil.

Originalmente usado para se referir a uma reuni�o musicalmente festiva, mesmo fora do samba, o termo virou sin�nimo da batucada mais acelerada, de melodias mais cadenciadas e refr�es menos rebuscados, mas marcantes, como explica o cantor, compositor e radialista Lucas Fainblat.
 
Ele confirma que a refer�ncia est�tica presente no �lbum vem dos grupos que se consagraram nos anos 1990, o que fica claro nas letras bem-humoradas e at� debochadas que o repert�rio apresenta.
 
Entre elas, candidatas a “chiclete” como o single j� lan�ado Pagodeiro da dobl�, al�m de Para durar e Manda nudes, que compartilham versos sobre romances contempor�neos, melosos e desavergonhados. A faixa que d� nome ao �lbum, por exemplo, traz uma declara��o de amor que diz: “Gata, hoje � nossa noite de estreia, Cinderela, Princesa Leia, hoje o Netflix vai rolar”.

''O pagode � atacado, como o samba j� foi e o hip hop e o funk ainda s�o. Na tradi��o musical brasileira, por mais rica que seja a m�sica negra, ela � sistematicamente atacada assim que surge. Nos anos 1980, temos o Fundo de Quintal, que renova o samba, populariza-o com novos instrumentos de percuss�o e refr�es para cantar''

Lucas Fainblat, m�sico e radialista

“O pagode � atacado, como o samba j� foi e o hip hop e o funk ainda s�o. Na tradi��o musical brasileira, por mais rica que seja a m�sica negra, ela � sistematicamente atacada assim que surge. Nos anos 1980, temos o Fundo de Quintal, que renova o samba, populariza-o com novos instrumentos de percuss�o e refr�es para cantar. Nesse sentido, A batucada dos nossos tant�s aponta que ‘fazem de tudo pra silenciar a batucada dos nossos tant�s, no seu ecoar o samba se refez’. Ou seja, fez o samba chegar numa est�tica mais popular e democr�tica, com �timos compositores, que fazem uma cr�nica atual, narrando a vida do brasileiro comum e suas aventuras de amor, de maneira eficaz, com refr�es pegajosos. Quem tem preconceito n�o entende a magnitude do g�nero”, argumenta Lucas, que apresenta semanalmente o Bl� bl� bl� com Fainblat, na R�dio Inconfid�ncia, onde discorre ainda mais sobre o samba.

No entanto, o cantor explica que fazer um disco de pagode n�o foi um objetivo arquitetado por ele e Vini Ribeiro. Fainblat acumula dedica��o ao samba e � bossa nova ao longo da �ltima d�cada, com atua��es vocais no Bloco do Morer� e com um disco lan�ado em 2015, ao lado do bandolinista Marcos Frederico.
 
O parceiro, baixista de of�cio, mas multi-instrumentista, tem ampla atua��o no carnaval da capital, integrante do bloco Chama o S�ndico e do Trio Zevinipim. Depois de se conhecerem no Morer�, estenderam a rela��o profissional, que logo virou amizade, para ambientes musicais mais descontra�dos, resultando no que chamaram de “pagossa”.

“Eu tinha essa viv�ncia no samba tradicional e na bossa nova, e o Vini uma bagagem no pagode, desde a inf�ncia, uma coisa mais mel�dica. Fomos compondo em mesas de bar, churrascos, onde a gente se encontrava e chegando a um resultado engra�ado – letras com historinhas, personagens que criamos. E isso ganhou um ‘jeito’ de pagode, naturalmente, sem planejar. Ent�o, pensamos num disco. Entramos num edital da Lei Municipal de Cultura, em 2017, e depois chamamos o Thiago Delegado para fazer os arranjos, com um trabalho muito legal, que balanceou com requinte e vibra��o”, afirma Fainblat, que canta nas 11 faixas. Al�m do baixo de Vini, o trabalho teve a participa��o de outros m�sicos, como Deangelo Silva no teclado, Dudu Braga no Cavaquinho e Thiago Delegado no viol�o.

Segundo Fainblat, o rapper Djonga se juntou ao projeto de modo informal, em um churrasco, com roda de samba, quando revelou ter algumas rimas que gostaria de compartilhar. “Foi na minha casa. Ele ouviu as composi��es que eu e Vini toc�vamos e falou que tinha um refr�o que nunca tinha virado letra. Gostamos, alongamos a letra e combinamos de gravar”, relembra, revelando que Djonga se atrasou 10 minutos para a grava��o e, ao chegar, disse: “O atraso � o charme”. Lucas ent�o o desafiou a incluir a frase na letra e, de improviso, entrou em Pretim ma�� do amor, de autoria compartilhada pelo trio. Noite de estreia est� dispon�vel a partir deste domingo (15), exclusivamente nas plataformas digitais.

Noite de estreia

. Vini e Lucas
. 11 faixas
. Dispon�vel nas plataformas digitais
. Show de lan�amento com Vini Ribeiro e Lucas Fainblat. Neste domingo (15), �s 18h, no Mirante da Lagoinha (Rua Diamantina, 720, Lagoinha). Gratuito. Mais informa��es: no site do Cura.



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