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Estado de Minas

CineBH come�a nesta ter�a (17) com representante do Brasil no Oscar

'A vida invis�vel' � o filme de abertura da 13� edi��o da mostra mineira. Produtor Rodrigo Teixeira vem a BH e deve anunciar parceria com a Filmes de Pl�stico, de Contagem


postado em 17/09/2019 04:00 / atualizado em 16/09/2019 17:59

'A vida invisível', estrelado por Julia Stockler e Carol Duarte abre hoje a CineBH(foto: Pedro Machado/Divulgação)
'A vida invis�vel', estrelado por Julia Stockler e Carol Duarte abre hoje a CineBH (foto: Pedro Machado/Divulga��o)

Em sua 13ª edi��o, que se inicia nesta ter�a-feira (17), a CineBH - Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte destacar� a presen�a do cinema brasileiro no exterior. Num ano de grande performance de produ��es nacionais em importantes festivais internacionais, n�o faltar� assunto para os seis dias de programa��o gratuita, com exibi��o de 85 filmes de 11 estados brasileiros e cinco outros pa�ses.

A CineBH abarca ainda a programa��o paralela Brasil CineMundi, encontro entre produtores e realizadores de diferentes nacionalidades, com o fim de tirar projetos do papel. Um dos convidados da sess�o de abertura, no Cine Theatro Brasil Vallourec, � o produtor Rodrigo Teixeira, cuja RT Features, sediada em S�o Paulo, assina longas de sucesso no Brasil e no exterior. 

Aos 42 anos, Teixeira consolida uma carreira que come�ou com produ��es nacionais como O cheiro do ralo (2006), Heleno - O pr�ncipe maldito (2011), Alem�o (2014), Tim Maia (2014) e logo extrapolou fronteiras. Em 2012, o brasileiro produziu Frances Ha, de Noah Baumbach, e depois o terror A bruxa, de Robert Eggers. 

Em 2017, ele coproduziu Me chame pelo seu nome, de Luca Guadagnino, premiado com o Oscar de melhor roteiro adaptado. Em 2020, poder� voltar � premia��o da Academia de Artes e Ci�ncias Cinematogr�ficas de Hollywood, mas, desta vez, com um filme brasileiro. A vida invis�vel, dirigido pelo cearense Karim A�nouz, foi escolhido pelo Brasil para tentar uma vaga na disputa de Melhor Filme Internacinal.

� o longa de A�nouz que abre hoje a CineBH. A estreia em circuito est� prevista para 31 de outubro. A vida invis�vel venceu a mostra Um Certo Olhar, do Festival de Cannes, em maio passado. No festival franc�s, Teixeira esteve presente com dois outros longas: The lighthouse, de Robert Eggers, e Port authority, de Danielle Lessovitz, no qual divide a produ��o com Martin Scorsese. O Brasil obteve em Cannes tamb�m o Pr�mio do J�ri da mostra competitiva, para Bacurau, de Kleber Mencon�a Filho e Juliano Dornelles.

O bom momento dos filmes brasileiros no cen�rio internacional se deve, na avalia��o do produtor, � soma de “investimento e aprimoramento dos mecanismos de incentivo ao audiovisual brasileiro”. Ele observa, no entanto, que “agora enfrentamos a possibilidade de retroagir”, j� que as pol�ticas p�blicas para o setor est�o sendo revistas, no sentido de reduzir o volume de recursos envolvidos e acrescentar filtros tem�ticos para a sele��o de projetos beneficiados.
 
“O resultado � engra�ado. Nem sei quando tivemos um ano t�o vitorioso nos principais festivais mundiais, com pr�mios importantes, justamente num momento em que as respostas do governo n�o t�m sido as melhores. N�o d� para entender o que est� acontecendo”, diz. Neste m�s, o governo federal apresentou ao legislativo uma proposta para reduzir em 43% os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual para 2020 – de R$ 723 milh�es para R$ 415 milh�es. O valor seria o menor desde 2012. Ao longo de seus nove meses de governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) j� cogitou inclusive extinguir a Ag�ncia Nacional do Cinema (Ancine), �rg�o que gere o fundo.
 

''Existe um preconceito do p�blico por falta de entendimento. Fala-se muito do uso do dinheiro p�blico, sem nem entenderem como se prestam contas, qu�o rigoroso esse sistema � para quem produz. � uma tentativa de ataque � classe art�stica, mais pela sua proximidade com a esquerda do que pela qualidade das produ��es. S� conhecem o entretenimento de massa norte-americano, que ocupa um espa�o enorme, at� pelos recursos que tem. Por isso, forma��o de p�blico � onde dever�amos investir mais''

Rodrigo Teixeira, produtor

 
Diante da desarticula��o das pol�ticas de incentivo, Rodrigo Teixeira reafirma a import�ncia da atividade pelo vi�s econ�mico e a necessidade de amplia��o do p�blico no mercado interno. “O primeiro ponto � deixar de falar ‘cinema brasileiro’ como g�nero. N�o � ‘cinema brasileiro de terror’. � terror. Isso j� cria um preconceito na largada. � preciso educar, mostrando que fazemos cinema de qualidade, plural, com filmes de g�nero, ou seja, terror, a��o, fic��o, al�m da com�dia, drama, ou do pol�tico-social”, diz ele.

Na avalia��o do produtor, “existe um preconceito do p�blico por falta de entendimento. Fala-se muito do uso do dinheiro p�blico, sem nem entenderem como se prestam contas, qu�o rigoroso esse sistema � para quem produz”. Essa desqualifica��o se configura, na avalia��o de Teixeira, como “uma tentativa de ataque � classe art�stica, mais pela sua proximidade com a esquerda do que pela qualidade das produ��es. Muitas pessoas nem sequer conseguem avaliar um filme, por n�o haver no pa�s forma��o adequada de plateia. S� conhecem o entretenimento de massa norte-americano, que ocupa um espa�o enorme, at� pelos recursos que tem. Por isso, forma��o de p�blico � onde dever�amos investir mais”.

Nesse sentido, Teixeira elogia Bacurau, que classifica como “um case de sucesso”, pelos bons resultados de bilheteria apresentados no pa�s: “Mais de 300 mil espectadores em tr�s semanas, para um filme de nicho, � maravilhoso. Por a� conseguimos vencer”.

A expectativa � que A vida invis�vel trilhe um caminho parecido. “Os dois (Bacurau e A vida invis�vel) fizeram hist�ria em Cannes. Agora � a vez de A vida invis�vel, que pode ser extremamente popular. � um filme que conversa com um p�blico muito diverso e, quanto mais gente assistir, o potencial do boca-a-boca ser� gigante”, diz o produtor sobre o longa estrelado por Carol Duarte, Julia Stockler e Greg�rio Duvivier, com participa��o especial de Fernanda Montenegro.

Sobre a possibilidade de o longa conseguir uma indica��o ao Oscar, Teixeira deixa claro que n�o est� poupando esfor�os. “O trabalho � bem feito e temos uma chance boa. Os norte-americanos com quem conversei entenderam a import�ncia disso no pa�s e v�o fazer de tudo para que o filme chegue l�.”
 
Em sintonia com seu objetivo de estabelecer uma ponte entre produtores e diretores, a CineBH promover� o encontro de Rodrigo Teixeira com a equipe da Filmes de Pl�stico. A expectativa � que seja anunciada hoje uma colabora��o entre eles. A produtora de Contagem, respons�vel por Temporada, de Andr� Novais Oliveira, e No cora��o do mundo, de Gabriel Martins e Maur�lio Martins, que tamb�m circularam com destaque em festivais internacionais, receber� uma homenagem no CineBH por seus 10 anos de atividades.

Coordenadora-geral da Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, Raquel Hallak enfatiza a preocupa��o do evento em contemplar a complexidade do momento atual do cinema brasileiro. “Vamos propor uma reflex�o sobre essa internacionaliza��o e tamb�m sobre como enfrentar os desafios nesse momento. Colocaremos em discuss�o, com filmes, debates, pain�is, comitivas do audiovisual mundial, essa nossa produ��o maci�a no exterior e essa contradi��o no pa�s, n�o s� pelo desmonte das pol�ticas p�blicas, mas pela falta de espa�o no mercado interno, sem cotas, sem mecanismos que assegurem uma maior exibi��o”, diz ela.

Hallak conta que fez “uma pesquisa que registra 166 filmes brasileiros selecionados para mostras competitivas e festivais importantes no exterior, entre 2015 e julho de 2019”. Ela avalia que “desde o Cinema Novo, nunca houve uma presen�a t�o marcante e, ao mesmo tempo, um momento t�o desafiador no Brasil”.

At� o pr�ximo domingo (22), v�rias produ��es, entre curtas e longas, ser�o exibidas gratuitamente no Pal�cio das Artes, Sesc Palladium, Cine Theatro Brasil Vallourec, Teatro Sesiminas e MIS Cine Santa Tereza. Os filmes est�o separados em mostras tem�ticas, incluindo uma dedicada ao p�blico infantil e outra com produ��es oriundas do programa Brasil CineMundi, voltado para o acerto de coprodu��es internacionais. A agenda ainda reserva momentos de forma��o profissional, com workshops, debates, masterclass e oficinas. A programa��o completa est� dispon�vel em da CineBH.

FIQUE DE OLHO

Raquel Hallak, coordenadora-geral da CineBH, aponta oito filmes que s�o destaque na programa��o da mostra 2019

Dan�as macabras, esqueletos e outras fantasias, de Pierre L�on e Rita Azevedo Gomes
Por el dinero, de Alejo Moguillansky
Nightmare cinema, de Mick Garris, Joe Dante, David Slade, Ryuhei Kitamura, Alejandro Brugu�s
A vingan�a de Jairo, de Simon Hern�ndez Estrada
A noite amarela, de Ramon Porto Mota
Os pr�ncipes, de Luiz Rosemberg Filho
Animal indireto, de Daniel Lentini
Diz a ela que me viu chorar, de Ma�ra Buhler


13ª Cine BH - Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte
Desta ter�a (17) a domingo (22), no Pal�cio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro), Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420, Centro), Cine Theatro Brasil Vallourec (Av. Amazonas, 315, Centro), Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60, Santa Efig�nia) e MIS Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza). Entrada gratuita, sujeita � lota��o das salas


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