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No longa 'Parasita', a luta de classes ganha novas conota��es

Vencedora em Cannes e bem cotada para o Oscar de melhor filme internacional, produ��o dirigida pelo sul-coreano Bong Joon-ho estreia nesta quinta (7) em BH


postado em 07/11/2019 04:00 / atualizado em 06/11/2019 20:52

Pobre e sem emprego, a família Kim faz bico dobrando embalagens de pizza (foto: CJ Entertainment/divulgação)
Pobre e sem emprego, a fam�lia Kim faz bico dobrando embalagens de pizza (foto: CJ Entertainment/divulga��o)
Duas fam�lias com a mesma configura��o – pai, m�e e um casal de filhos – est�o no centro do filme sul-coreano Parasita, s�timo longa de Bong Joon-ho (O hospedeiro e Okja). Vencedora, por unanimidade, da Palma de Ouro deste ano em Cannes (n�o h� como duvidar de que � um dos favoritos ao Oscar de melhor filme internacional), a produ��o estreia nesta quinta (7), no cine Belas Artes.

Ainda que sejam semelhantes na forma��o, um abismo divide os Kim e os Park. Os Kim se amontoam num apartamento do subsolo. O que se v� da janela abaixo do n�vel da rua s�o pessoas urinando em lixeiras.
 
“N�o fechem a janela. Assim teremos dedetiza��o de gra�a”, afirma o pai, Ki-taek (Song Kang-ho, ator preferido de Bong Joon-ho, em seu quarto longa com o cineasta), em meio � nuvem de inseticida que infesta a casa depois de um homem dedetizar a rua.

Sem emprego e sem possibilidade de fazer com que os filhos cheguem � universidade, eles passam o dia tentando conseguir wi-fi gratuito para ter acesso ao WhatsApp – da� poder�o entrar em contato com a funcion�ria da pizzaria que lhes garante alguns trocados para dobrar caixas de papel�o.

O jovem casal Park vive em um outro extremo. Com os filhos – uma adolescente e um garoto, crian�a, hiperativo – ocupam a casa que pertenceu a um grande arquiteto, um dos maiores da Coreia do Sul. Dos metros quadrados de vidro daquela resid�ncia eles t�m a vista inigual�vel de um jardim e uma floresta.

Quando o jovem Kim ascende socialmente ao se tornar professor de ingl�s da adolescente Park, o in�cio da ocupa��o se d�. Cada um dos Kim, de forma criativa, vai se introduzindo na mans�o. Mentem, forjam documentos, criam situa��es adversas para os antigos empregados de forma maquiav�lica. Os novos patr�es, no momento inicial, est�o encantados com os novos funcion�rios.

“Eles s�o ricos, mas ainda assim legais”, diz Chung-sook (Jang Hye-jin) ao marido. Ki-taek logo a corrige: “Eles s�o legais porque s�o ricos.” Mais tarde, a mulher, observando o mundo dos Park, afirma: “Se tivesse isso tudo, eu seria uma pessoa mais gentil.”

(foto: CJ Entertainment/divulgação)
(foto: CJ Entertainment/divulga��o)
Al�m da narrativa absolutamente original, Parasita prende o espectador pelos detalhes. Bong Joon-ho explora seus temas n�o apenas por meio de falas e a��es dos personagens. Cada detalhe visual dialoga com a hist�ria. A partir de certo momento, os personagens se movem sorrateiramente, como insetos. A casa dos Park � perfeita apenas na superf�cie – h�, naquela resid�ncia monumental, todo um universo subterr�neo, sujo, solit�rio, � margem.

Ao explicar a escolha un�nime em premiar a produ��o sul-coreana, o diretor mexicano Alejandro Gonz�lez I��rritu, presidente do j�ri de Cannes, afirmou: “Este filme nos levou a diferentes g�neros, falando de maneira engra�ada, divertida e sem julgamento de algo t�o relevante e urgente.”

A primeira parte de Parasita � narrada em tom de humor negro. Os Park, ensimesmados em sua vida de comercial de margarina, beiram a bo�alidade. Os Kim, cientes da pr�pria necessidade de sobreviv�ncia, ao contr�rio. Com ast�cia, enredam a pr�spera fam�lia, fazendo com que os Park dependam deles.

Ainda que o grande tema de Parasita seja a desigualdade social, a prote��o da fam�lia � o que move os personagens. Amea�ados, cada um deles – ricos e pobres – faz de tudo para salvar os seus. E Parasita explode na segunda parte, ganhando lances dram�ticos com elementos de horror, principalmente na sequ�ncia final.

A colis�o desses dois mundos nos leva a perguntar, mais de uma vez: afinal, quem s�o os parasitas?



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