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Estado de Minas

Novo disco de Marcos Valle arrisca at� na onda do rap

Em Cinzento, artista retoma velhas parcerias, mas convida tamb�m letristas improv�veis


26/01/2020 04:00 - atualizado 24/01/2020 14:18

Previsão do tempo, de 1973, serviu de espelho para a nova produção de Valle, que reúne parceiros tradicionais e algumas surpresas(foto: Jorge Bispo/Divulgação)
Previs�o do tempo, de 1973, serviu de espelho para a nova produ��o de Valle, que re�ne parceiros tradicionais e algumas surpresas (foto: Jorge Bispo/Divulga��o)

Foi de uma esp�cie de provoca��o de Rafael Ramos que nasceu Cinzento. Enquanto Marcos Valle produzia com Roberto Menescal um disco de Fernanda Takai, o dono da Deck, sem rodeios, sugeriu que ele gravasse pelo selo. Ao ponderar que j� estava lan�ando Sempre por uma gravadora europeia, ouviu de volta que n�o haveria problema. “Espero o tempo que for necess�rio, mas quero que voc� pense no assunto”, sugeriu Ramos. Assim surgia o novo disco do cantor, compositor e tecladista carioca, que estreou nos palcos em 1963. S�o 12 faixas. Duas autorais e as outras em parceria com Bem Gil, Moreno Veloso, Alexandre Kassin, Z�lia Duncan, Jorge Vercillo, Paulo S�rgio Valle, Ronaldo Bastos, Domenico Lancelotti e o rapper Emicida, que entrou com duas letras. Valle, aos 76 anos, admite j� ter perdido a conta de sua discografia, mas imagina que tenha alcan�ado cerca de 40 t�tulos.

“Naquela �poca, Rafael estava relan�ando em vinil alguns discos meus mais antigos, entre eles, Previs�o do tempo, de 1973. Mencionou a possibilidade de us�-lo como modelo: 'Na verdade, quero que voc� fa�a o que quiser'. Quando falou aquilo, n�o tive nenhuma d�vida”. Previs�o do tempo � uma obra com poucos instrumentos. “Comecei, ent�o, a pensar que poderia muito bem gravar um nos moldes do outro, mas que n�o o imitasse. E, simultaneamente, as melodias foram aparecendo em minha mente”.

Era mar�o de 2018. De imediato,  fez quatro melodias e pediu aos convidados que mergulhassem um pouco no Previs�o. “Pensei no Moreno Veloso, Bem Gil, Kassin e Dom�nico e mandei logo uma para cada um. Moreno fez Redescobrir, uma letra de amor, sutil, interessante e que casou perfeitamente com a melodia”. Valle entendeu que aquele era o caminho a seguir. “O Bem Gil fez Se proteja. Tem muito balan�o, por isso coloquei uns metais em cima. Ele acertou perfeitamente. O Dom�nico fez a letra de Pelo sim, pelo n�o, na qual v� a vida passando atrav�s da janela do carro. � mais agitada, com um outro ritmo que fiz ali na hora”.

Alexandre Kassin contribuiu com a letra de Lugares distantes. “Continuei a criar e me veio uma ideia que foi de gravar o 7/8, um ritmo meio jazz�stico. Me lembrei que j� tinha feito algo parecido com o Jorge Vercillo, Numa corrente de ver�o. Vercillo adorou a ideia e da� surgiu S� penso em jazz, que ficou um tema delicioso”.

Valle lembra que j� tinha feito uma m�sica com a parceria de Z�lia Duncan, ainda n�o gravada, e a dobradinha agora reaparece em Rastros raros. “A melodia se encaixava perfeitamente na minha ideia, a trouxe para o disco”.

Da cria��o revisitada a
letristas improv�veis

O irm�o Paulo S�rgio n�o poderia ficar de fora deste trabalho. “Na verdade, j� fizemos muitas m�sicas juntos, por�m, j� tem um tempo que n�o damos continuidade com a parceria. Mandei-lhe uma valsa pop e ele me devolveu com uma bel�ssima letra. Eu havia dito: 'Paulo, fa�a algo mais espiritual, mais et�reo'. E Nada existe se encaixou lindamente na melodia”.

Posto 9, a nona faixa, Valle havia gravado no disco Jet-samba (2005), da Dubas, de Ronaldo Bastos, que desta vez cuidou da letra. “Ficou �timo, descrevendo exatamente o Posto 9, uma Ipanema mais antiga, com Tom Jobim... Enfim, todo aquele clima dos anos 60 e 70. Ficou superatual”.

Valle conta que o produtor musical Marcus Preto, quando soube que ele estava gravando um disco na Deck, imaginou uma parceria com Emicida. “Preto achava que funcionaria muito bem e falou com o rapper, que gostou muito da ideia. Adorei a possibilidade, pois gosto muito do que j� ouvi dele. Mandei uma melodia. Reciclo, ao mesmo tempo que tem balan�o, tem tamb�m uma poesia muito forte”.

Em parceria com o rapper paulista veio uma segunda m�sica. “Mandei uma outra melodia para Emicida, mas tinha uma parte em que eu s� colocava a harmonia. Ele n�o fez somente um rap, mas tamb�m um rap cantado e n�s acabamos dividindo a faixa”.

Como gosta de sempre ter algo instrumental em seus trabalhos, Valle colocou Lamento no rhodes. “� uma can��o que, embora bem balan�ada, � meio melanc�lica. E como gravei no rhodes (teclados), resolvi botar esse nome. Fechei o disco com outra instrumental, Sem palavras. Para fazer uma cr�tica ao que est� acontecendo neste momento com alguns artistas, com a arte, com essa possibilidade de censura outra vez. O disco, ali�s, levou o nome de Cinzento (tamb�m com Emicida). “� pelo momento estranho pelo qual estamos passando”, pontua.

(foto: Jorge Bispo/Divulgação)
(foto: Jorge Bispo/Divulga��o)
CINZENTO
. CD e vinil
. Deck
. 12 faixas
. Pre�o a definir
. Dispon�vel nas plataformas digitais

Repert�rio

1 – Reciclo (Marcos Valle/Emicida)
2 – Se proteja (Marcos Valle/Bem Gil)
3 – Redescobrir 
(Marcos Valle/Moreno Veloso)
4 – Rastros raros 
(Marcos Valle/Z�lia Duncan)
5 – Pelo sim, pelo n�o (Marcos Valle/Dom�nico Lancelotti)
6 – Lamento no rhodes 
(Marcos Valle)
7 – Cinzento (Marcos Valle/Emicida)
8 – Nada existe 
(Marcos Valle/Paulo Sergio Valle)
9 – Posto 9 
(Marcos Valle/Ronaldo Bastos)
10 – S� penso em jazz 
(Marcos Valle/Jorge Vercillo)
11 – Lugares distantes 
(Marcos Valle/Kassin)
12 – Sem palavras (Marcos Valle)












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