
“N�o foi f�cil, pois o Milton estava entusiasmado com a viagem, assim como a banda”, revela. Por enquanto, shows e aulas est�o suspensos. “Creio que o m�ximo ser� uma live que eu e Bituca vamos fazer”, comenta. Ela est� marcada para dia 28 de junho.
A pandemia, acredita Wilson, veio testar a humanidade. “O mundo est� reaprendendo a viver”, diz ele. O aclamado violonista aproveita a quarentena para estudar piano em sua casa, no Bairro Jaragu�. “Coloquei um teclado grande bem no meio da minha sala e vou praticando. J� toco v�rias m�sicas”, comemora.
MARJORIE
Por enquanto, Wilson Lopes n�o est� compondo. “O tempo de estudar � meio louco, gastamos muita energia aprendendo um novo instrumento”, explica. “� bem legal, porque estou tocando de tudo: Sandy & J�nior, Marjorie Estiano, que adoro, Milton Nascimento e Beatles. Recentemente, aprendi Money, sucesso do Pink Floyd, e at� contei com o aux�lio luxuoso do meu filho Thomaz no contrabaixo.”
A quarentena transformou o Maestro do Bituca em dono de casa. “Estou cozinhando, limpando, lavando lou�as, o que � legal e importante. A gente vai aprendendo muitas coisas. Confesso que pelo fato de trabalhar e viajar muito, n�o tinha muita refer�ncia dessa coisa de casa, da trabalheira que d�.”
O m�sico conta que, “para passar o tempo”, ele e a mulher, Gilma, resolveram limpar o por�o. “Pensamos que era coisa de uma semana, mas que nada... S� terminamos na segunda-feira passada. Lixamos e pintamos. Ficou muito legal.”
PALCO
Wilson morre de saudades dos shows. “A aus�ncia dos palcos est� mexendo muito comigo. Costumo brincar que a gente recebe cach� � pela trabalheira de viajar, fazer e carregar mala, aeroporto, entrar em avi�o e se hospedar em hotel. Tocar � prazer, o palco � o nosso div�.”
Todas as semanas, ele e os amigos t�m se reunido virtualmente. “Outro dia, o flautista Mauro Rodrigues ressaltou a import�ncia de o m�sico se apresentar. Ficar sem tocar mexe muito conosco, parece que tem um buraco dentro da gente, � muito estranho”, diz. “Eu estou aqui na minha casa com a Gilma e o Thomaz, mas muitos colegas s�o solit�rios e sofrem muito com o isolamento social”, observa, preocupado.
O avan�o do coronav�rus o assusta. “A curva est� s� subindo e n�o parece descer hora nenhuma. Pelo visto, com a abertura do com�rcio, a probabilidade � de aumentar ainda mais.”
O jeito � enfrentar. “Estou cuidando da casa com minha mulher e meu filho, tirando m�sicas, vendo filmes, lendo, tocando viol�o para n�o ficar enferrujado e aprendendo piano. De resto, � esperar que a pandemia acabe logo e os shows retornem o mais breve poss�vel.” Por�m, admite que isso s� deve ocorrer em 2021. “Infelizmente”, conclui.