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Estado de Minas M�SICA

Conhe�a jovens artistas que desafiaram 2020 e lan�aram suas carreiras

Estrear durante a pandemia do novo coronav�rus n�o era o que eles planejaram, mas esses m�sicos de BH n�o desistiram de p�r o p� na estrada (virtual)


01/11/2020 04:00 - atualizado 01/11/2020 07:46

(foto: Paulo Puiati/Divulgação)
(foto: Paulo Puiati/Divulga��o)

''Estou em casa, ent�o n�o vou conseguir ver ningu�m reagindo (ao lan�amento do single Outono). Tenho expectativa de receber mensagens, liga��es de amigos e ter essa resposta nas redes sociais. Esse vai ser meu term�metro para saber se a recep��o foi legal''

Lis (Instagram - @lisdelais), cantora


A Pandemia provocou uma pausa for�ada na carreira dos artistas que est�o na estrada h� muitos anos e frustrou as expectativas de quem se preparava para estrear neste 2020. 

� o caso da banda belo-horizontina Bordo�, formada por Mateus Gregori (vocal e guitarra), Arthur Santos (guitarra), Jojo Myrrha (baixo), Felp Brand�o (bateria) e Gustavo Glasser (teclado), que concluiu a grava��o do seu primeiro �lbum, Divagar, em janeiro passado. 

Formado no in�cio de 2019, o grupo planejava fazer sua estreia no palcos neste ano, mas a duas semanas de lan�ar o primeiro single, viram a capital mineira entrar em quarentena para deter a dissemina��o do v�rus, com o consequente cancelamento dos eventos culturais.

“Foi uma semana em que a gente estava naquela tens�o (do lan�amento) e a� explodiu a pandemia. A gente viu que teria que fazer tudo on-line mesmo e lan�ar a banda sem poder fazer shows. A partir da�, come�amos a nos programar”, conta Mateus Gregori, de 21 anos. 

A data de lan�amento do single Vai dizer foi mantida em 27 de mar�o nas plataformas digitais e o resultado logo surpreendeu a banda - mais de 30 mil reprodu��es no Spotify em um m�s. Traduzido em reais pela plataforma, esse n�mero rendeu R$ 100 aos artistas.   

Desde ent�o, a Bordo� disponibilizou mais duas m�sicas (Im�vel e Erva doce),  apostando em m�todos de marketing digital para promover as faixas. Lan�ada em 18 de setembro, Erva doce entrou nas playlists Viral Belo Horizonte e Indie Brasil, do Spotify, onde a banda acumula mais de 7 mil ouvintes mensais. 

“Estamos conseguindo ter um resultado muito bom sem nunca ter mostrado a cara ao p�blico. A gente falava: 2020 vai ser o nosso ano. E n�o rolou como a gente imaginava, mas mesmo assim tem dado certo”, diz Gregori.    

Para Im�vel, a banda decidiu fazer um videoclipe, dirigido por Mariana �vila. Lan�ado no dia 3 de julho (juntamente com a faixa), o clipe reflete o contexto de reclus�o social, a partir de imagens em preto e branco dos artistas interagindo com objetos em suas casas. 

“A m�sica conversava com esse momento de estar sozinho, isolado, preso em casa e de n�o conseguir sair. Da� surgiu essa ideia do clipe para traduzir isso em imagens. � uma alternativa muito boa para a divulga��o, porque um acompanhamento visual faz muita diferen�a”, diz o vocalista.  

A banda agora planeja lan�ar Divagar, composto por sete faixas, no pr�ximo dia 13, em todas as plataformas digitais. A banda teve d�vida sobre lan�ar o disco sem nunca ter feito um show ou angariado grande p�blico, mas decidiu apostar na sorte neste ano inusitado

“A carga emotiva do �lbum casa muito com esse momento atual. Imaginamos que seria legal lan�ar neste ano porque, no futuro, uma pessoa que pegar o disco e vir que foi lan�ado em 2020, que � um per�odo hist�rico, pode falar: ‘Isso tem alguma coisa’.”

''Estamos conseguindo ter um resultado muito bom sem nunca ter mostrado a cara ao p�blico. A gente falava: 2020 vai ser o nosso ano. E n�o rolou como a gente imaginava, mas mesmo assim tem dado certo''

Mateus Gregori (Instagram - @bordoabanda), vocalista da Bordo�


(foto: Rafael Urbanin/Divulgação)
(foto: Rafael Urbanin/Divulga��o)


SEM CORRERIA

Jo�o Pedro Cruvinel, de 20 anos, tamb�m lan�ou seu primeiro single, Ainda espero, nas plataformas digitais durante a pandemia. “Foi um desafio, mas ficou mais f�cil na quarentena. O foco foi muito grande, a gente conseguiu planejar tudo muito certinho, sem a correria do dia a dia”, diz. 

Disponibilizado no dia 31 de julho, a faixa � acompanhada por um videoclipe produzido pela M�sica aos Montes. A pandemia acabou  dificultando o cronograma de lan�amento, mas o artista solo, com ra�zes voltadas para a MPB, decidiu manter a programa��o e gravou a faixa na quarentena, fazendo voz e viol�o.  

Apesar de escrita h� tr�s anos, Ainda espero encontra eco no contexto do confinamento imposto pela pandemia da COVID-19. O verso “vejo que j� est� normal a gente n�o se ver”, por exemplo, abre a can��o, encaixando-se acidentalmente com o momento atual. 

“Eu quis dizer muito sobre essa quest�o da dist�ncia e encaixou nessa ideia da pandemia. Foi uma quest�o que a gente s� foi perceber depois de lan�ar e faz muito sentido. Essa foi a primeira letra que compus inteira e senti que estava pronta para lan�ar”, diz o m�sico.       

Na aus�ncia dos shows, Cruvinel investiu em an�ncios no Facebook e Instagram para impulsionar o single nas m�dias digitais e conseguiu mais de 64 mil plays no Spotify.  “A gente n�o esperava essa propor��opelo fato de eu ser um artista novo e estar lan�ando meu primeiro single. 

Ele espera obter em breve uma remunera��o da plataforma. “Essa quantia vai ajudar a pagar o investimento da grava��o, ent�o a gente n�o vai sair no preju�zo. Mas � um valor que tamb�m vai colaborar bastante na produ��o de um clipe ou em outra m�sica”, explica.  

Segundo o cantor, as ferramentas de publicidade das redes sociais servem mais na “filtragem” do conte�do. Ele atribui � sua base de seguidores (5.097 no Instagram) a repercuss�o positiva do single. “Contratamos um gestor de tr�fico para cuidar dessa parte, mas � muito dinheiro envolvido, n�o d� para atingir muitas pessoas que a gente n�o conhece. Ent�o o melhor que tem � o engajamento org�nico da galera que j� me conhece e curte meu trabalho. Isso que me ajudou muito.” 

Agora ele prepara o lan�amento de seu segundo single, Esse assunto, com produ��o de Rick Bonadio. Cruvinel tamb�m retomou os ensaios com a banda Noema, dedicada � MPB, que ele divide com Luiz Fernando (guitarra), Gui Fausto (baixo) e L�o Martins (bateria). O grupo gravou seu primeiro single na pandemia e prev� lan��-lo no fim do ano ou no in�cio de 2021. 

''Contratamos um gestor de tr�fico para cuidar dessa parte, mas � muito dinheiro envolvido, n�o d� para atingir muitas pessoas que a gente n�o conhece. Ent�o o melhor que tem � o engajamento org�nico da galera que j� me conhece e curte meu trabalho. Isso que me ajudou muito''

Jo�o Pedro Cruvinel (Instagram - @cruvinel_ e @noemabanda), cantor e violonista


(foto: Lucas Brito/Divulgação)
(foto: Lucas Brito/Divulga��o)


AMADURECIMENTO

A estudante de publicidade da UFMG La�s Skackauskas - com o nome art�stico Lis - de 21 anos, tamb�m investiu no lan�amento de sua carreira solo durante a pandemia. Ela canta desde 2013 e mais recentemente se apresentou em festivais como o de Jazz de Tiradentes e o Festival de Jazz da Savassi.  

“Foi um tempo positivo que a gente ganhou. Ganhamos tempo para errar, essa � a palavra. Particularmente, foi uma fase tamb�m para amadurecer como artista”, afirma. Lis aproveitou o tempo livre sem aulas no primeiro semestre para comprar um teclado e investir nos estudos musicais. 

Ela comp�s seu primeiro single, Outono, e lan�ou-o na �ltima sexta-feira (30). “A m�sica fala sobre os sentimentos despertados neste momento. � uma reflex�o sobre esse cen�rio traduzida em forma de m�sica”, diz.

O single come�a com um �udio que a artista enviou na semana em que comp�s Outono e no qual dizia: “O que me ajudou nesses dias foi pegar o viol�o e cantar, s�”. Lis escreveu a letra e formou a base mel�dica da can��o sozinha, em agosto. Ela contou com a colabora��o de Arthur Melo na produ��o da faixa, a dist�ncia. 

“O Arthur n�o pode ir ao est�dio, porque ele mora com pessoas do grupo de risco. A gente teve que resolver a m�sica remotamente. Foi um ponto que pegou, mas acabamos conseguindo responder superbem.”

Em setembro, a cantora gravou o videoclipe. “Tivemos que tomar 1 milh�o de cuidados. Tinha que ser uma equipe mais enxuta mesmo e tudo era pensado com anteced�ncia para evitar problemas relacionados ao coronav�rus”, comenta. 

Antes do lan�amento, ela adequou suas expectativas. “Estou em casa, ent�o n�o vou conseguir ver ningu�m reagindo. Tenho expectativa de receber mensagens, liga��es de amigos e ter essa resposta nas redes sociais. Esse vai ser meu term�metro para saber se a recep��o foi legal”, afirma.

Alternativa para outros artistas, as lives de lan�amento s�o um empecilho para quem est� come�ando agora e ainda n�o conta com um grande repert�rio ou base de f�s significativa. Lis e seu produtor, Luiz Brazil, preferiram investir em m�dia patrocinada nas redes sociais, retirando o valor do pr�prio bolso. 

“Esperamos um retorno positivo, mas recompensa financeira a gente n�o espera t�o cedo. J� investimos sabendo disso”, diz ela. Al�m da quest�o financeira, a cantora cita como maior desafio da empreitada nesse cen�rio at�pico o contexto do distanciamento. 

“Temos que resolver muitas quest�es dentro de casa. N�o d� pra ficar encontrando e fazendo um networking. N�o h� um evento com algu�m da cena musical para a gente entrar em contato, trocar ideia e se promover. Acaba que precisamos conhecer essas pessoas pelo Instagram mesmo.”

*Estagi�rio sob a supervis�o da editora Silvana Arantes


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