
Em 2019, havia cerca de 90 grupos no Facebook dedicados ao com�rcio de bens culturais, com aproximadamente 300 mil usu�rios, segundo dados do Projeto Athar (Antiquities Trafficking and Heritage Anthropology Research).
"Agora, h� quase 130 grupos, muitos em �rabe, totalizando mais de meio milh�o de usu�rios", relata o s�rio Amr Al-Azm, codiretor da ONG. A Organiza��o Mundial de Aduanas tamb�m observou nos �ltimos meses "um aumento do tr�fico il�cito na internet", especialmente de mercadorias falsificadas.
"A Interpol n�o tem provas de um aumento das escava��es il�citas. Mas podemos supor que, quando toda a energia � voltada para manter a seguran�a, quando h� menos patrulhas, especialmente nos s�tios arqueol�gicos, muitas vezes distantes das cidades, as outras �reas ficam menos cobertas", apontou o coordenador da unidade de Obras de Arte da Interpol, Corrado Catesi.
CONFLITO
A situa��o � ainda pior nos pa�ses em conflito, onde o caos fomenta este com�rcio il�cito. S�ria, Iraque, Afeganist�o e I�men, por exemplo, pagam um alto pre�o h� anos. O roubo n�o conhece fronteiras, por�m. Em junho passado, em reuni�o de especialistas sobre "o tr�fico de antiguidades na �poca da COVID-19, Ottone mencionou uma tentativa de roubo de pedras da Catedral Notre-Dame de Paris, cujas obras de restaura��o estavam interrompidas pelo confinamento.
Em todo o mundo, "as prioridades de sa�de deixaram a prote��o do patrim�nio em segundo plano", diz Ottone. O confinamento deixou museus e s�tios arqueol�gicos mal vigiados, com seus tesouros � merc� dos traficantes – indiv�duos, redes e at� mesmo grupos terroristas.
Segundo especialistas, por�m, a maioria dos roubos nesse per�odo se deu por meio de escava��es no mundo �rabe, assim como na �frica Subsaariana e na Am�rica Latina. Para vender as mercadorias, os traficantes privilegiam as redes sociais, cuja popularidade disparou recentemente no Oriente M�dio. Os vendedores encontram clientes no Facebook e at� no eBay.