Margareth � Teresa, personagem central do sitcom Casa da v�. Com cinco epis�dios de meia hora cada, rodados em S�o Paulo durante a pandemia, a produ��o entra no ar em 25 de dezembro. Seu lan�amento marca ainda a estreia da Wolo TV, plataforma de streaming brasileira com foco na popula��onegra. Noventa e nove por cento da equipe (cerca de 60 profissionais), na frente e atr�s das c�meras, � negra.

Wolo � uma express�o de felicidade muito comum em Angola e outros pa�ses africanos. A plataforma nasce por meio da parceria de um angolano, o ator e diretor Lic�nio Janu�rio, radicado no Brasil h� mais de uma d�cada, com Leandro Lemos, profissional da �rea de tecnologia que pilota o projeto de Toronto, no Canad�. A plataforma vem sendo desenvolvida h� um ano e meio. Para sua produ��o de estreia, contou com investimento de R$ 1,2 milh�o.

“Achamos importante trazer talentos negros para ocupar os cargos mais importantes do projeto. S�o profissionais que est�o na ativa, mas n�o t�m tanta oportunidade. Nossa inten��o (para o futuro) � trabalhar sempre com equipe majoritariamente negra, mas ind�gena e de mulheres tamb�m”, comenta Janu�rio.

A Wolo n�o � a primeira iniciativa brasileira do g�nero focada na popula��o negra. No ar h� quatro anos, a Afroflix � uma plataforma colaborativa em que as produ��es exibidas devem contar com pelo menos um profissional negro nos cr�ditos de suas �reas t�cnicas e art�stica. Ela exibe apenas filmes, s�ries, clipes e demais produ��es audiovisuais. A Wolo vai produzir seu pr�prio material.

“Nossa linha � comercial, diferente das outras que est�o no ar. Nossa inten��o � sempre chegar ao consumidor final. Para atingir nossas estrat�gias, estamos nos baseando em cases de sucesso americanos e nigerianos. Os negros americanos conseguiram adentrar no entretenimento dos EUA”, acrescenta Janu�rio.

Para a estreia de Casa da v�, al�m de Margareth Menezes, a equipe contou com elenco diversificado, que mistura artistas e influenciadores digitais: o rapper Rincon Sapi�ncia, os influenciadores Jacy Lima e Dum Ice e o ator Wilson Rabelo. “Essas pessoas falam com a massa, t�m p�blico espont�neo”, continua Lic�nio Janu�rio.

A s�rie � inspirada em sitcoms norte-americanos de sucesso centrados em fam�lias negras, como Um maluco no peda�o (1990-1996) e Todo mundo odeia o Chris (2005-2009).

A Wolo estreia agora s� com este sitcom. Para 2021, est�o previstas outras produ��es originais, tanto no formato de s�rie quanto de programas. “Vamos exibir tamb�m produ��es de terceiros, mas n�o no primeiro momento. Queremos, antes, montar uma base de usu�rios para provar que as produ��es podem ser assistidas pela plataforma”, diz Lemos.

Escrita por Lic�nio Janu�rio e o diretor e roteirista Alex Miranda, com colabora��o de �rica Ribeiro e Milena Anjos, Casa da v� � ambientada em S�o Paulo. Baiana que h� anos vive no maior centro urbano brasileiro, funcion�ria p�blica aposentada que administra um sal�o de beleza, Teresa tem quatro netos de diferentes cidades. Em S�o Paulo, com a ajuda da av�, com boas condi��es financeiras, eles tentam ganhar a vida.

Casa da v� foi rodado entre outubro e novembro no bairro da Mooca, Zona Leste de S�o Paulo. “Sal�o de beleza sempre foi um lugar estrat�gico para as pessoas negras, pois � ali que falamos das nossas quest�es. Mesmo que as discuss�es no sal�o tenham linguagem pop, h� um teor cr�tico quando necess�rio”, comenta Janu�rio.

Realizadas dentro dos protocolos sanit�rios, as grava��es adotaram todos os cuidados. “A cada semana, toda a equipe era testada. N�o tivemos nenhum caso de COVID”, diz Margareth. A cantora admite que fazer uma mulher idosa – “Teresa tem 70 anos, eu, 58” – a deixou um pouco insegura. Acabou relaxando ao ler o enredo. “� uma com�dia inteligente, com uma av� bem moderna, tecnol�gica. O fato de ser mulher de algumas conquistas, com padr�o social melhor, precisa ser mostrado, al�m das quest�es raciais”, continua.

Todo o elenco trabalhou com o preparador Drayson Menezzes. “Isso foi crucial para todos n�s. Tive certo momento de p�nico, pois os textos eram grandes. Mas Deus d� o frio conforme o cobertor”, comenta Margareth, que completou 33 anos de carreira em 2020.

Para ela, s�o necess�rias iniciativas como o Wolo. “O pa�s precisa abrir a janela para mostrar a ind�stria afro-brasileira em todos os seus desdobramentos. Existem profissionais em todos os setores, mas isso n�o � mostrado. H� um pequeno avan�o na luta contra o racismo, mas precisamos ter pessoas negras em lugares de destaque”, conclui.

A s�rie, em cinco epis�dios, estreia em 25 de dezembro no Wolo TV (wolo.tv). O primeiro epis�dio ser� gratuito. A s�rie completa vai custar R$ 8,99

Com lan�amento nesta quarta (16), a plataforma da distribuidora de mesmo nome vai exibir cinema independente e autoral. Em seu cat�logo estar�o filmes contempor�neos e produ��es cl�ssicas restauradas de todo o mundo. Mensalmente, haver� lan�amentos. Entre os t�tulos j� confirmados est�o O doce amanh� e Ex�tica, de Atom Egoyan; Filhos da guerra, de Agnieszka Holland; e Quando �ramos bruxas, de Nietzchka Keene e estrelado pela cantora Bj�rk (foto). Acesso via site www.supomungamplus.com.br. Per�odo gratuito de teste de sete dias. Assinaturas: R$ 23,90 (mensal) e R$ 199,90 (anual).

Lan�ado neste m�s, a Pluto TV � um servi�o de streaming gratuito com canais em portugu�s com programa��o ao vivo, al�m de filmes e s�ries sob demanda. N�o h� necessidade de fazer cadastro ou login. Neste momento, est�o dispon�veis 24 canais fixos, incluindo Nick Jr. Club, Nick Cl�ssico, Naruto, Pluto TV Anime, Os Tr�s Patetas, cinco filmes e o novo longa do Porta dos Fundos Teocracia em vertigem (foto). A Pluto TV pertence � ViacomCBS, conglomerado de m�dia que tamb�m comanda MTV, Comedy Central e Paramount Network. Pode ser acessada pela internet (pluto.tv), por aplicativos, al�m de Amazon Fire TV, Android TV, Apple TV, Chromecast e Roku.