
''Essa frase � um jarg�o que uso muito com meus amigos. � um neg�cio meio motivador, na brincadeira'', explica. Us�-la como t�tulo de seu segundo �lbum foi a forma que ele encontrou de deixar o trabalho com uma cara menos s�ria e mais amig�vel, o que guarda rela��o com seu disco de estreia, ''Pa 7'' (2017).
Ou�a a faixa "A pegada agora � essa"
Esses s�o m�sicos de peso, como Hamilton de Holanda, Leo Gandelman, Marcos Esguleba, Ana Frango El�trico, Alice Caymmi e Eduardo Neves, pai de Ant�nio. A ideia de convid�-los surgiu ap�s o carioca assistir ao document�rio ''Quincy'' (2018), de Rashida Jones e Alan Hicks, que conta a hist�ria do lend�rio produtor norte-americano Quincy Jones.
''A forma como ele sempre trabalhou com outras pessoas, principalmente amigos, foi a gota d'�gua para eu chamar esses artistas que admiro tanto e considero g�nios. Eles dividem comigo afinidades, ang�stias e projetos. A proposta era que eles tivessem total liberdade para se expressar a partir das m�sicas que eu estava propondo, criando um espa�o de autoria'', conta.
Ou�a o disco
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� por isso que cl�ssicos como ''Summertime'', de George Gershwin, ''Luz negra'', de Nelson Cavaquinho e Am�ncio Cardoso, e ''Noite de temporal'', de Dorival Caymmi, soam t�o diferentes e desconstru�dos. Ant�nio Neves e os m�sicos que trabalharam com ele no disco olharam para essas m�sicas sem o peso que elas carregam.
O mesmo vale para as faixas que s�o de autoria do m�sico carioca: ''Forte apache'', ''Lamento de um perplexo'', ''Jongo no feudo'', ''A pegada agora � essa'' e ''Simba''. Elas s�o registros de um compositor que preza pela liberdade, n�o se prende � tradi��o e se deixa levar pela intui��o.
Dos 30 anos que tem de vida, Ant�nio Neves passou mais da metade como m�sico profissional. Come�ou como baterista, aos 14 anos, em shows de samba de gafieira no bairro da Lapa, no Rio. A experi�ncia o levou a tocar em bandas dos artistas Moreno Veloso e Kassim, al�m de gravar nos disco ''Jobim, orquestra e convidados'' (2017) e ''Elza Soares canta e chora Lupi'' (2017). Ele assina tamb�m o arranjo do �timo ''Little electric chicken heart'' (2017), de Ana Frango El�trico.
Das experi�ncias com essa variedade de m�sicos ele tenta tirar o melhor. ''Aprendo muito a ouvir, pesquisar e lidar com a m�sica dessas pessoas. E contribuo da melhor maneira, tentando entender onde elas querem chegar. O resultado disso � sempre uma rela��o de amizade e aprendizado'', avalia.
Ainda que seja lan�ado neste in�cio de 2021, ''A pegada agora � essa'' n�o resulta da quarentena. A produ��o come�ou em 2018 e a previs�o inicial era de que o disco sa�sse em 2020. Por conta da pandemia, o m�sico foi aconselhado a adiar o lan�amento.
''Foi um trabalho bem lento. Ainda mais porque eu tamb�m dependia da disponibilidade das outras pessoas que convidei para participar. Quando veio a pandemia, todo mundo deu aquela dica para segur�-lo mais um pouco. At� que chegamos em 2021'', explica.
Apesar desse longo tempo 'de gaveta' que o disco teve, Ant�nio Neves garante que a vers�o final � a que foi gravada inicialmente. ''Sou um m�sico desapegado. Nesse tempo todo, sempre que pegava para ouvir, at� pensava em acrescentar camadas. Mas a� perdia o prop�sito. Esse disco � o resultado desses encontros, n�o fazia sentido eu mudar para ele parecer mais com o agora'', pontua.
Questionado se consegue definir o pr�prio trabalho, ele tenta se esquivar, como bom m�sico pouco afeito aos r�tulos. Depois de alguma insist�ncia, diz que enxerga a pr�pria m�sica como ''uma esp�cie de funk-carioca-jazz�stico-psicod�lico''. E assim � – ainda que seja tantas outras coisas.
“A PEGADA AGORA � ESSA”
De Ant�nio Neves
Far Out Recordings
Dispon�vel nas plataformas digitais