
Sob o comando do professor S�rgio Barza, o projeto Virtuosi Di�logos Virtuais abre a programa��o, com debates de hoje a quinta-feira (18/3), �s 19h, sobre os temas “Falando de m�sica a partir do som e elementos do discurso musical”, “Tra�ando a evolu��o da m�sica a partir da hist�ria e est�tica musical” e “Como ouvimos m�sica hoje? Desafios da escuta e compreens�o no s�culo 21”.
O festival ter� Peter Laul, Ragazze Quartet, Isaac Duarte, Jonathan Crow, Leonardo Altino, Soh-Hyun e Catalin Rotaru, entre outras atra��es.
“Era para fazermos o Virtuosi em 2020, mas n�o t�nhamos recursos. Ficou para este m�s de mar�o e espero fazer a 24ª edi��o em dezembro, para n�o perder o ano. Nunca tivemos essa descontinuidade. N�o foi f�cil realizar o Virtuosi virtual”, conta a pianista e produtora Ana L�cia Altino, obrigada a lidar com curadoria a dist�ncia e com as novas tecnologias. “Mesmo n�o sendo presencial, estamos felizes em poder realiz�-lo”, diz a organizadora do evento. O projeto foi viabilizado pela Lei Aldir Blanc e Sistema de Incentivo � Cultura da Prefeitura Municipal do Recife.
O formato virtual � um desafio. “Ser� apresentada a 'Chaconne', de Bach, na viola, por�m o violista estar� l� na Dinamarca e o bailarino no Rio de Janeiro. A tecnologia permite isso. O virtual pode ser visto no mundo inteiro. � uma grande vantagem sobre o presencial”, observa.
Ana L�cia destaca a participa��o do pianista russo Peter Laul, �s 19h de s�bado (20/3), interpretando a “Sonata para piano”, de Beethoven. “Ele vai comentar sobre a pandemia e revelar� como conseguiu transformar seu piano e a sala de sua casa em concert hall. Peter gravou Tchaikovsky e coisas incr�veis, tudo no streaming, algo que nunca imaginou ser poss�vel”, adianta.
No dia 28, haver� a apresenta��o do grupo holand�s Ragazze Quartet, encarregado da “Retrospectiva Virtuosi”.
Masterclasses reunir�o professores pernambucanos que trabalham nos Estados Unidos, Europa e Canad�. Entre as palestras, a produtora destaca a da compositora Maria Resende, na ter�a (23/3), �s 15h, sobre “Interpreta��o musical e a subjetividade”, e a do violista Marcelo Jaff�, na segunda-feira (22/3), �s 15h, que explicar� o funcionamento de um quarteto de cordas. “Outra palestra interessante ser� a da violinista coreana Soh-Hyun, no dia 26, �s 15h”, completa Ana L�cia.
O paulista Marcelo Jaff� destaca o papel do quarteto de cordas no universo da m�sica de concerto, reunindo dois violinos, viola e violoncelo. “� uma forma��o cl�ssica, do mesmo jeito que guitarra, baixo, bateria e piano. Vou explicar de onde ele veio e a rela��o dos instrumentos com as vozes humanas”, adianta.
Violinos remetem �s vozes femininas, diz Jaff�. “A viola corresponderia a uma voz masculina aguda e o violoncelo � grave, como se fosse um conjunto vocal. Estamos falando de m�sica ocidental, cujo ber�o � a Igreja, o Barroco e a Renascen�a”, explica.
M�sica de c�mera
Inicialmente, os instrumentos chegaram para apoiar as vozes. “Coloca-se um violino agudo tocando com uma voz aguda, um mais grave tocando com a voz feminina mais grave, soprano, contralto, tenor e bar�tono. Aos poucos, essa m�sica come�ou a conquistar espa�o. No come�o, os padres achavam aquilo estranho, pois temiam que os fi�is prestassem mais aten��o na m�sica, o que poderia tirar o foco do divino.”Aos poucos, essa cria��o extrapolou os limites da Igreja Cat�lica. “Nasce assim a m�sica de c�mera. C�mera � quarto, em italiano, aquela m�sica que voc� faz em casa. Ent�o, existe a m�sica da igreja e a de casa, vamos assim dizer. A partir de 1700, surgiram as composi��es para a forma��o composta por dois violinos, viola e violoncelo”, conclui Jaff�.
23º VIRTUOSI VIRTUAL
De hoje (16/3) a 28/3, com concertos, palestras, masterclasses e oficinas de m�sica cl�ssica. Transmiss�o gratuita via YouTube, Instagram e Facebook. Programa��o completa neste site.
