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Estado de Minas ARTES C�NICAS

Mostra destaca que o circo brasileiro se adaptou � fam�lia do s�culo 21

Cl�s circenses de antigamente deram lugar a grupos instalados em centros urbanos, coletivos formados por transg�neros e espet�culos que rodam as periferias


06/04/2021 04:00 - atualizado 06/04/2021 07:13

Dagmar Bedê, o filho Ravi e Diogo Dias, da Cia. Circunstância: a
Dagmar Bed�, o filho Ravi e Diogo Dias, da Cia. Circunst�ncia: a "nova fam�lia" do circo brasileiro (foto: Lina Mintz/divulga��o)
Ao longo das �ltimas d�cadas, o conceito de fam�lia sofreu modifica��es, tornando-se mais abrangente e democr�tico. Transforma��es tamb�m v�m ocorrendo no circo, que desde sempre teve sua estrutura��o ligada a grupos de familiares que compartilham a rotina art�stica. Com o objetivo de mostr�-las e compreend�-las, a terceira edi��o da Mostra Tudo come�a nesta ter�a-feira (6/4).

Organizada pela Cia. Circunst�ncia, de Belo Horizonte, a programa��o gratuita e totalmente on-line � norteada pelo tema “Novas configura��es familiares circenses”. A agenda ter� n�meros e espet�culos de grupos e trupes de v�rias regi�es do Brasil, al�m de um filme e debates.

“Quando se fala em fam�lia de circo, temos o signo que remete � lona, � itiner�ncia e a um modo de vida que n�o � mais t�o comum como j� foi. Hoje em dia, muitas fam�lias de circo vivem em centros urbanos, com casas fixas, e circulam pela periferia da cidade”, explica Diogo Dias, um dos fundadores da Cia. Circunst�ncia. Segundo ele, a ideia de organizar a mostra com tem�tica voltada para esse novo universo veio de estudos desenvolvidos pelo grupo.

“O mote desse recorte vem ao encontro da nossa �ltima montagem, o espet�culo 'Circo de fam�lia'. Estreamos em mar�o (de 2020), no come�o da pandemia. Chegamos a fazer duas apresenta��es em pra�as e outras adequadas ao formato virtual, mas antes disso, durante o processo de pesquisa, tivemos um filho, o que mudou a nossa percep��o sobre ser fam�lia do circo e a respeito de outras formas que ela pode ter”, relata Diogo, que comanda a companhia ao lado da companheira Dagmar Bed�.

Companhia Suno, de Santos, vai apresentar o espetáculo 'Casa cheia' na abertura da mostra(foto: André Moretti/divulgação)
Companhia Suno, de Santos, vai apresentar o espet�culo 'Casa cheia' na abertura da mostra (foto: Andr� Moretti/divulga��o)


DI�LOGO


A Cia. Circunst�ncia convidou grupos de Minas e de outros estados para apresentar produ��es que dialoguem com essa forma��o plural. N�meros e espet�culos poder�o ser vistos no site da companhia at� 18 de abril. A abertura da mostra, nesta ter�a-feira, ter� o espet�culo “Cabarezim das fam�lias”, com n�meros selecionados por meio de convocat�ria. Entre eles, “Casa cheia”, da Cia. Suno (Santos, SP), “O sort�i”, das Irm�s P� Verm�i (Juatuba, MG), “A casa do tempo”, da Cia Tu Mateixa e Cia. das Marionetes (SP), “Orbita”, da Cia. Devir (PE), e “Os casacos”, da Lacarta Circo Teatro (Vit�ria, ES), al�m de “Alegria, Titica e Raviolli”, da Circunst�ncia.

Outros cinco espet�culos completos ser�o apresentados nos pr�ximos dias. “Uma surpresa para Benedita”, do Grupo Trampulim, re�ne n�meros protagonizados pelos palha�os Sabonete (Tiago Mafra) e Benedita (Adriana Morales) e os filhos Vitrola (Valentina) e Machucado (Benjamin). “Sui generis”, da Cia. Fundo Mundo, formada por artistas transg�nero de Florian�polis e S�o Paulo, usa linguagens e performances circenses para promover o debate sobre quest�es de g�nero e direitos LBGT+.

J� “Batuque, canto e viola”, da Cia. Boca do Lixo, que se intitula “a fam�lia mais caipira do circo brasileiro”, mistura palha�aria e imagin�rio sertanejo.  “N�s sem nossa m�e” traz as jovens palha�as pernambucanas Viola (Violeta Nunes) e Gerimum (Helena Nunes), filhas da palha�a Bandeira (Odilia Nunes). Encerrando a mostra, a CIA 1P�de2, de Porto Alegre, entrar� em cena com “H� vida em casa”.

Na quinta-feira (8/4), ser� exibido o filme “Minha av� era palha�o”. O document�rio de 52 minutos conta a hist�ria da fam�lia Xamego, ligada � tradi��o circense h� v�rias gera��es, com destaque para Maria Eliza Alves dos Reis, que deu vida ao palha�o Xamego. Ap�s a sess�o, haver� bate-papo com Daise e Mariana Alves, herdeiras desse legado.

A agenda prev� tamb�m bate-papo em 14 de abril, �s 20h, sobre as novas configura��es das fam�lias circenses. V�o participar a historiadora Erm�nia Silva, a pesquisadora de palha�aria contempor�nea Lili Castro e Vulc�nica Pokaropa, integrante da Cia. Fundo Mundo.

“� muito interessante como a programa��o traduz a nossa compreens�o de que fam�lia vai al�m dos la�os sangu�neos. A comunidade do circo se torna uma grande fam�lia, em diferentes configura��es”, afirma Dagmar Bed�, respons�vel pela mostra em parceria com Diogo Dias. Ela ressalta que cada atra��o do evento reflete, de alguma forma, o recorte conceitual proposto na edi��o deste ano.

“De certa forma, � uma tristeza”, admite Dagmar, ao comentar o formato virtual da mostra, com exibi��o de espet�culos gravados. “Estamos acostumados com teatro de rua e palha�aria. Nossa vida sempre foi ocupar espa�os p�blicos e ter rela��o direta com o p�blico, com abra�os e contato, mas � o que temos no momento e n�o podemos parar.”

Filme 'Minha avó era palhaço', sobre a família Xamego, será exibido na quinta-feira(foto: Youtube/reprodução)
Filme 'Minha av� era palha�o', sobre a fam�lia Xamego, ser� exibido na quinta-feira (foto: Youtube/reprodu��o)


LIMITE


Por outro lado, a artista da Cia. Circunst�ncia explica que a reinven��o for�ada pela pandemia e o consequente distanciamento do p�blico in loco fazem parte da atividade circense. “Circo � o trabalho cotidiano de repensar, a cada dia, como se faz e como o p�blico recebe. Essa situa��o (da pandemia) nos obriga a repensar tudo o que foi feito e como foi feito. � um momento interessante, que nos coloca para fazer outras coisas desenvolvendo, t�cnica e tecnologicamente, outros recursos. A imagina��o � o limite”, acredita Dagmar.

Diogo Dias afirma que o evento � uma oportunidade para que mais gente possa compreender as fam�lias circenses contempor�neas. “Espet�culos e debates mostram que a realidade delas � diversa, vai al�m dos la�os sangu�neos. � uma rela��o pautada na luta, no trabalho, na sobreviv�ncia e na constru��o de novas possibilidades para frui��o art�stica”, diz o fundador da Cia. Circunst�ncia. “Anteriormente, as fam�lias circenses podem ter sido mais fechadas, mas a contemporaneidade imp�e uma abertura maior. Nosso objetivo � abrir ainda mais esse di�logo”, conclui.

MOSTRA TUDO em fam�lia: NOVAS CONFIGURA��ES FAMILIARES
At� 18 de abril, no site www.ciacircunstancia.com.br e no YouTube (www.youtube.com/CiaCircunstanciaCircoTeatro). Gratuito. A programa��o completa est� dispon�vel no site da Cia. Circunst�ncia


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