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Estado de Minas DEBATE

Bi�grafo explica o que � mito e o que � hist�ria na saga de Tiradentes

O jornalista Lucas Figueiredo vai falar sobre a Inconfid�ncia Mineira em projeto on-line da Academia Mineira de Letras, que estreia nesta quarta-feira (21/4)


20/04/2021 04:00 - atualizado 20/04/2021 07:52

Amanhã, Lucas Figueiredo abre o ciclo de entrevistas promovido pela Academia Mineira de Letras(foto: Pablo Saborido/divulgação)
Amanh�, Lucas Figueiredo abre o ciclo de entrevistas promovido pela Academia Mineira de Letras (foto: Pablo Saborido/divulga��o)
Em 7 de setembro de 2022, a declara��o de Independ�ncia do Brasil por dom Pedro I completar� 200 anos. A complexidade dos fatores hist�ricos que levaram ao Grito do Ipiranga e seus desdobramentos t�m ampla dimens�o, que come�a a ser discutida desde j� pela Academia Mineira de Letras (AML).

A partir desta quarta-feira, 21 de abril, a institui��o apresentar� a s�rie de 22 entrevistas com autores e autoras que j� abordaram a tem�tica em suas obras. A programa��o, gratuita e on-line, se estende at� 2022.

“Queremos gerar conhecimento cr�tico e reflexivo. A data, a efemeridade, � um pretexto, mas um pretexto importante que vai mobilizar as aten��es de todo mundo. Por isso, queremos aproveitar a oportunidade para refletir, conversar e abrir interlocu��es com pessoas que escreveram livros a respeito”, explica Rog�rio Tavares, presidente da Academia Mineira de Letras e respons�vel pelas conversas com os convidados.

JORNALISTAS

Neste ano, ser�o realizadas 11 entrevistas. O foco inicial � direcionado a jornalistas que publicaram obras relacionadas ao contexto da Independ�ncia. Em 2022, as conversas ser�o com escritores que levaram o tema para a literatura. Quem abre o evento na quarta-feira (21/4) � o jornalista Lucas Figueiredo, autor do livro “O Tiradentes: Uma biografia de Joaquim Jos� da Silva Xavier” (Companhia das Letras, 2018).

“Cada pessoa tem seu mito pessoal do Tiradentes, ou seja, cada um tem um Tiradentes na cabe�a e todos eles s�o muito diferentes do Joaquim Jos� da Silva Xavier”, afirma Lucas. A biografia � fruto de um �rduo trabalho de pesquisa do jornalista realizado no Brasil, Estados Unidos, Fran�a e Portugal.

“Existe documenta��o razoavelmente grande no Brasil e no exterior, mas a hist�ria tem muitos buracos. Adolescente, Tiradentes pediu oficialmente � Coroa portuguesa para ser emancipado e ter direito � heran�a depois de ficar �rf�o. A partir desse fato, h� um buraco enorme que vai at� a vida adulta dele. S�o 10 anos em que ningu�m saiba o que aconteceu”, observa.

Incertezas pairam tamb�m sobre a apar�ncia do alferes. “N�o sabemos como ele era. Sabemos que era um homem oficialmente branco, de pai e m�e declarados como brancos, que aos 40 anos j� tinha cabelos brancos. E ponto final. O que mais se disser sobre a figura, o bi�tipo, ser� chute, porque isso n�o est� em lugar nenhum”, comenta.

Por outro lado, os registros permitem compreender o personagem hist�rico. “Quando foi preso, apreenderam os bens dele e fizeram um relat�rio sobre tudo que ele tinha. Tudo mesmo: copos, garfos e roupas, com descri��o de cada pe�a. Assim, � poss�vel saber como ele se vestia. Pesquisando a moda da �poca, era algu�m que gostava de roupas mais coloridas, tecidos finos, uma pessoa vaidosa”, revela o jornalista.

“Temos buracos da hist�ria, pontos de interroga��o, mas ao mesmo tempo h� muita documenta��o. S�o migalhas, mas quando todas s�o reunidas para estudar e comparar, consegue-se tra�ar um perfil com muitos detalhes e colocar o Tiradentes de p�. Coloco no livro o que � poss�vel ver sobre ele”, afirma.

“Joaquim Jos� da Silva Xavier n�o foi o l�der m�ximo da Conjura��o Mineira, como muita gente diz, mas foi um l�der importante. Na pr�tica, era o principal l�der militar do movimento que propunha uma revolu��o que poderia ser sangrenta. N�o era pouca coisa”, destaca Figueiredo.

“Foi ele quem concebeu a a��o militar de forma mais bem acabada. Era diferente dos outros conjurados. N�o era homem de neg�cios, fazendeiro ou poderoso, mas longe de ser p�-rapado. Era oficial da cavalaria, alferes � o primeiro n�vel do oficialato. O posto n�o era alto, mas tamb�m n�o era baixo. Ele ganha destaque na Conjura��o por ser capaz de fazer as maiores articula��es, pois tinha contato tanto com a ral� e as camadas mais humildes quanto com as mais altas. Era um cara que falava com os escravos e com o governador”, esclarece.

ROMPIMENTO

Para Figueiredo, n�o � poss�vel afirmar que a Inconfid�ncia Mineira teve liga��o direta com a Independ�ncia. “Mas foi o primeiro movimento na col�nia que idealiza e tenta colocar em pr�tica um rompimento com Portugal”, observa. Embora em 1789 a ideia sobre o que seria o territ�rio brasileiro a ser emancipado fosse outra, o que foi idealizado em Minas teve influ�ncia em 1822 e em 1889, na proclama��o da Rep�blica, acredita.

Lucas Figueiredo diz que revisitar a hist�ria de Tiradentes amplia n�o s� a compreens�o sobre a Independ�ncia, mas sobre o Brasil contempor�neo. “� um pa�s muito dif�cil de entender. A trag�dia brasileira �, em muitos pontos, um enigma mesmo. A busca por entender Tiradentes � a busca por entender o Brasil. Por isso voltamos tanto a ele. Todas as vezes em que o pa�s est� em crise, algu�m resgata Tiradentes”, afirma. “Ele � o patrono da Pol�cia Militar de Minas Gerais e tivemos ainda o Movimento Revolucion�rio Tiradentes (MRT), de esquerda, que atuou na luta armada contra a ditadura militar.”

22 ENTREVISTAS NO BICENTEN�RIO DA INDEPEND�NCIA
Projeto da Academia Mineira de Letras. O jornalista Lucas Figueiredo � o convidado de quarta-feira (21/4), �s 19h30, com transmiss�o pelo canal da AML no YouTube. Informa��es: www.academiamineiradeletras.org.br

Assista: 



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