
Representante da B�snia que concorre ao Oscar de filme internacional, “Quo vadis, Aida?”, que estreia nesta ter�a (20/4) nas plataformas de streaming, trata do pior genoc�dio na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Entre 11 e 25 de julho de 1995, 8.373 b�snios mu�ulmanos, a grande maioria homens (de adolescentes a idosos), foram mortos em Srebrenica, pequena cidade montanhosa da B�snia.
O local, havia dois anos, era considerado �rea segura – estava sob a prote��o da Organiza��o das Na��es Unidas. Mas naquele que � considerado um dos maiores erros da hist�ria da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), nada conseguiu impedir que o Ex�rcito B�snio da S�rvia, sob o comando do general Ratko Mladic (hoje cumprindo pris�o perp�tua por crimes de guerra), cometesse o massacre.
Jasmila Zbanic � uma cineasta b�snia cuja filmografia versa sobre o conflito na regi�o – seu filme mais conhecido at� ent�o era “Em segredo” (2006), que acompanha uma m�e solteira e a filha adolescente na Sarajevo do p�s-guerra e venceu o Urso de Ouro em Berlim.
Desta vez, ela colocou todo o peso do filme em cima de uma personagem. A a��o tem in�cio em 11 de julho. Aida (Jasna Djuricic) � uma professora de Srebrenica que se tornou tradutora da ONU durante a ocupa��o. Trabalha junto � For�a de Prote��o das Na��es Unidas, ent�o formada pelos “capacetes azuis” holandeses.
FUGA
Quando o Ex�rcito s�rvio, junto a grupos paramilitares, invade a cidade, a popula��o s� tem dois caminhos: fugir para a floresta ou tentar se abrigar na base da ONU. Algumas centenas conseguem entrar; milhares ficam de fora.
Aida, que naquele momento de extrema tens�o tem acesso �s informa��es das negocia��es, precisa se dividir. De um lado, tem que atuar como tradutora e, do outro, tentar salvar a fam�lia, formada pelo marido e dois filhos adolescentes.
O que as horas v�o mostrando � que n�o h� muito o que fazer, nem tampouco o que tentar salvar. Quo vadis, Aida? (Para onde vais, Aida?) � a pergunta que ronda a tradutora durante todo o tempo.
No campo da ONU, a crise � crescente, pois logo fica claro que o mundo n�o estava olhando para Srebrenica. Com poucos homens e armas e sem combust�vel, o chefe da miss�o militar n�o consegue contato com seus superiores – era julho, boa parte do alto escal�o estava em f�rias. � for�ado a ter um encontro para tentar negociar com Mladic – o que fica claro, logo no in�cio da reuni�o, � que aquilo era puro teatro.
AFETO
No campo, Aida tenta fazer o que pode. O calor, a falta de comida e banheiros, as pessoas amontoadas, o que resta � esperar. Finalmente, com marido e filhos ao seu lado, ela acredita ter um momento de respiro – a lembran�a do anivers�rio do ca�ula, dali a dois dias, � motivo de um raro momento de afeto entre os quatro, logo interrompido pelo vizinho que tentava dormir no mar de gente.
As boas lembran�as da vida anterior, agora t�o distante, chegam para Aida quando ela tem uma pausa para descanso com seus colegas no campo. Mas a situa��o logo sai do controle, a for�a da ONU n�o tem nenhum poder e entrega o jogo. � tradutora s� resta tentar salvar a si e aos seus. � o olhar que Jasna Djuricic imprime � personagem que conduz seu drama – espanto, dor, raiva, desespero, at� se tornar um grande vazio diante da trag�dia.
O Massacre de Srebrenica tornou-se o s�mbolo maior de uma guerra para a qual o mundo s� acordou quando j� era tarde demais. Seus fantasmas permanecem. Vinte e seis anos depois, mais de mil corpos n�o foram identificados – os cad�veres foram jogados em valas coletivas e sua identifica��o, via DNA, s� teve in�cio em 1999.
Muitos s�rvios, inclusive pol�ticos, negam o genoc�dio. S� se produz um longa-metragem na B�snia por ano. Foram precisos v�rios para que Jasmila Zbanic conseguisse realizar o filme, uma coprodu��o da B�snia com outros oito pa�ses.
QUO VADIS, AIDA?
O filme de Jasmila Zbanic estreia nesta ter�a (20/4) no Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes, Apple TV, Google Play e YouTube
Assista ao trailer:
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