
EMO��O
Em cartaz na Netflix desde s�bado (17/4), o document�rio de 21 minutos ficar� dispon�vel por apenas 30 dias na plataforma. Dirigido pelo multiartista et�ope-americano Awol Erizku, o curta homenageia a brilhante carreira do astro, precocemente interrompida aos 43 anos pelo c�ncer, em agosto de 2020.
As atrizes Danai Gurira e Viola Davis, o cineasta Spike Lee e o ator e produtor Denzel Washington, entre outros artistas que dividiram sets de filmagem com ele, d�o depoimentos breves, mas emocionados, sobre como a sensibilidade de Boseman fazia a diferen�a perante as c�meras e, especialmente, para a constru��o de uma representatividade social justa para a popula��o afro-americana.
Os convidados corroboram a declara��o do pr�prio homenageado, resgatada na abertura do document�rio: “Eu sou Chadwick Boseman. Sou um artista. Dizem que sou um ator. Eu n�o me consideraria um ator. Eu me considero um artista”. E assim ele � descrito por quem testemunhou de perto seu empenho em cada cena.
Viola Davis, com quem contracenou em “A voz suprema do blues”, exalta a incans�vel dedica��o do colega ao trabalho, referindo-se a Boseman como “um coadjuvante no corpo de um protagonista”. Pela dobradinha, ambos concorrem ao Oscar 2021 de melhor ator e melhor atriz. Produzido pela Netflix, o longa sobre a cantora Ma Rainey (personagem de Davis) recebeu outras tr�s indica��es: cabelo e maquiagem, figurino e design de produ��o.
O document�rio de Awol Erizku tamb�m traz os depoimentos de George C. Wolfe, diretor de “A voz suprema do blues”, e dos atores Taylour Paige e Glynn Turman. Cenas dos bastidores das filmagens e trechos emblem�ticos do longa, a �ltima atua��o de Boseman no cinema, ilustram as rever�ncias feitas a ele.
B�BLIA
A produ��o do document�rio teve acesso ao roteiro com as falas de Boseman em “A voz suprema do blues”. Com teor extremamente pessoal, este texto – “a b�blia particular de cada ator”, segundo Viola Davis – foi compartilhado com a atriz e colegas de elenco. Eles leem para o p�blico as anota��es feitas por Boseman sobre o que pensava a respeito de algumas cenas e como pretendia faz�-las.
Al�m de celebrar o �ltimo trabalho de Chadwick Boseman, o document�rio lembra outros pap�is importantes dele. Spike Lee, diretor de “Destacamento Blood”, que concorre ao Oscar de melhor trilha sonora, fala de sua admira��o pelo ator, que viveu Stormin' Norman em seu longa. O cineasta destaca o Pantera Negra “no topo” de v�rias interpreta��es not�veis.
Danai Gurira, que interpretou a general Okoye no filme da Marvel, descreve como Boseman fazia a diferen�a na constru��o das cenas e do pr�prio personagem.
A atua��o do ator como o lend�rio m�sico James Brown em “Get on up” (2014) � destacada pelo diretor Tate Taylor. Brian Helgeland e Reginald Hudlin, que o dirigiram em “42 – A hist�ria de uma lenda” e “Marshall: Igualdade e justi�a”, respectivamente, ressaltam sua versatilidade em pap�is biogr�ficos de negros que se destacaram pelo grande talento e contribui��o social.
Por�m, a pot�ncia art�stica de Chadwick Boseman fora de qualquer papel � o ponto alto do breve document�rio. A atriz, diretora e produtora Phylicia Rashad, professora da Universidade de Howard, onde o ator se graduou, fala sobre o jovem estudante que se destacava pela ilimitada vontade de criar. “Ele n�o limitaria sua experi�ncia de crescimento e aprendizagem por causa das diferen�as culturais”, diz Rashad, lembrando que “Chad” estudou para ser cineasta, mas a sede de saber o levou a aprender a atuar.
DOUTOR
Em Howard, Boseman ampliou a compreens�o de que seu principal papel como artista n�o estaria ligado a apenas um personagem ou a uma trama. Isso fica claro em seu discurso ao receber o t�tulo de doutor em letras humanas, h� quase tr�s anos, naquela universidade. Embora as cenas n�o sejam in�ditas, sua inclus�o no document�rio arremata bem a homenagem.
“N�o sei qual � o seu futuro, mas se quiser seguir o caminho mais dif�cil, � melhor encontrar um prop�sito do que um emprego ou carreira”, disse o ator. “O prop�sito � um elemento essencial em voc�. � por isso que voc� est� no planeta neste momento da hist�ria. Seja qual for a carreira que escolher, os obst�culos pelo caminho s� servem para mold�-lo para o seu prop�sito. Quando ousei desafiar o sistema que nos relega a v�timas e estere�tipos sem esperan�a ou talento, quando questionei essa forma de representa��o, um caminho diferente se abriu para mim. O caminho para o meu destino”, revelou Chadwick Boseman.
“CHADWICK BOSEMAN: PARA SEMPRE”
Document�rio
21 minutos
Dire��o: Awol Erizku
Dispon�vel na Netflix
PR�MIOS
Este ano, importantes pr�mios p�stumos foram dados a Chadwick Boseman por seu trabalho em “A voz suprema do blues”: Globo de Ouro, SAG e Critic's Choice Awards. Isso faz dele forte candidato ao Oscar. Se vencer, ser� o terceiro ator premiado depois de morrer – os outros s�o Peter Finch, por “Rede de intrigas”, em 1977, e Heath Ledger, que levou a estatueta de ator coadjuvante por “Batman: O cavaleiro das trevas”, em 2009.
